Príncipe Harry é inocentado de acusação de intimidação em ONG na África

O príncipe Harry foi absolvido da acusação de intimidação feita por Sophie Chandauka, presidente da ONG Sentebale, organização que ele mesmo ajudou a fundar em 2006 para combater o HIV e a AIDS na África. O caso ganhou destaque entre março e abril, quando Chandauka acusou publicamente Harry de tentar forçá-la a sair do cargo usando pressão e assédio. Depois disso, tanto Harry quanto o cofundador da ONG, o príncipe Seeiso de Lesoto, anunciaram que estavam deixando a entidade.

Tudo começou quando membros do conselho da Sentebale pediram que Sophie deixasse a presidência por má gestão. Ela se recusou, o que levou à renúncia de outros integrantes da diretoria e, em seguida, à saída dos dois príncipes. Em entrevista ao canal britânico Sky News, Chandauka disse que sofreu “intimidação” por parte de Harry. Ele, por sua vez, rebateu as falas em um comunicado oficial, dizendo que tudo não passava de mentiras.

Investigação conclui que não houve assédio

Diante da situação, a Comissão Britânica de Organizações de Caridade abriu uma investigação para apurar os acontecimentos. O relatório final saiu nesta quarta-feira (6) e não encontrou nenhuma prova de que Harry tenha assediado alguém ou praticado intimidação dentro da ONG. Também não houve qualquer evidência de misoginia ou preconceito racial, como chegou a ser sugerido.


Príncipe Harry (Foto: reprodução/Max Mumby/Getty Images Embed)

Apesar disso, o órgão criticou duramente a forma como toda a briga interna foi exposta ao público. Segundo o documento, esse desgaste acabou afetando diretamente a imagem da Sentebale, que já vinha enfrentando dificuldades administrativas. Para a comissão, todos os envolvidos deveriam ter resolvido os problemas de forma mais discreta e profissional.

Sentebale foi fundada em homenagem a Diana

A Sentebale sempre teve um significado especial para Harry, já que foi criada em homenagem à sua mãe, a princesa Diana, que era muito engajada na luta contra o HIV. Desde que rompeu com a monarquia britânica em 2020 e foi morar nos Estados Unidos com Meghan Markle, Harry manteve poucos vínculos institucionais e a ONG era um dos últimos.

Com o caso encerrado e os fundadores fora da organização, a Sentebale agora tenta seguir em frente com uma nova gestão. Já Harry continua focado na sua vida fora da realeza e nos projetos sociais e empresariais que possui, ao lado da esposa, em solo americano.

Príncipe Harry planeja reaproximação com família real em evento no Reino Unido

Em meio a anos de atrito com a família real britânica, o príncipe Harry está prestes a dar um passo importante rumo à reaproximação. Segundo fontes reveladas ao jornal “Daily Mail”, o duque de Sussex pretende enviar ainda este mês um convite oficial ao pai, o rei Charles III, e ao irmão, o príncipe William, para comparecerem à próxima edição dos Jogos Invictus, em 2027.

O convite antecipado pode assim abrir espaço para a presença da família real no evento, sendo assim o ato um grande gesto bem calculado, tendo em vista que a agenda real é feita com cerca de três anos de antecedência.

Com uma tentativa estratégica de reintegração institucional, Harry tenta mostrar que, apesar do afastamento pessoal, ainda valoriza os vínculos simbólicos com a monarquia e também reconhece a importância de suas raízes dentro da estrutura real britânica.

Peso simbólico do evento

A presença de Rei Charles e Príncipe William marcaria não apenas um retorno público de apoio aos Invictus Games, como também o primeiro registro oficial de Harry com os membros seniores da monarquia desde o funeral da rainha Elizabeth II, em 2022.


Príncipe William, Rei Charles e Príncipe Harry no Invictus Games em 2014 (Foto: Reprodução/Adrian Dennis/People)

Fontes próximas ao duque indicam que o convite é menos pessoal e mais institucional e que Harry acredita que seu pai pode, acima de qualquer ressentimento, reconhecer o valor do evento para os veteranos. “A expectativa é que os Royals compareçam para apoiar os veteranos — e Harry espera que seu pai aceite o convite como um gesto de apoio institucional”, declarou uma fonte ao jornal britânico.

A presença da família real em edições anteriores sempre conferiu grande legitimidade e também grande visibilidade global ao projeto, o que torna o novo convite ainda mais simbólico diante das tensões familiares que se estendem nos dias atuais.

Tensões familiares persistentes

Desde a sua saída oficial da realeza, Harry tem vivido nos Estados Unidos com a esposa Meghan Markle e os dois filhos do casal, Archie e Lilibet. As declarações públicas que se seguiram, como a entrevista explosiva a Oprah Winfrey e o livro autobiográfico Spare, revelaram vários desentendimentos com o irmão William e também mágoas profundas em relação ao pai.

A confiança entre eles, segundo fontes próximas ao Palácio, permanece fragilizada. Especialistas apontam que o rei teme novas exposições públicas, caso volte a se aproximar do filho. “O que pesa, no entanto, é a confiança. Charles teme que conversas privadas possam voltar a se tornar públicas, como já aconteceu no passado”, afirmou Ingrid Seward, editora da “Majesty Magazine”.


Príncipe Harry, Rei Charles e Príncipe William em foto familiar de 2004 (Foto: Reprodução/Mario Testino/National Portrait Gallery)

Apesar do afastamento atual, fontes próximas à família já afirmaram que Rei Charles ainda mantém um afeto genuíno pelo filho Harry e pelos netos, Archie e Lilibet. “Ele tem um coração generoso e ainda guarda esperanças de uma reconciliação. Mas isso precisa vir com privacidade e maturidade de ambos os lados”, comentou a comentarista real Katie Nicholl à “Vanity Fair”. Ainda assim, no interior do Palácio, o clima é de cautela: qualquer tentativa de aproximação é vista como sensível e cercada de riscos políticos e pessoais.

Conflito de agendas pode ser obstáculo

Apesar do novo gesto de Harry, a data escolhida para os Jogos Invictus pode representar um grande desafio logístico para a realeza. O encerramento do evento coincide com o aniversário de 80 anos da rainha Camilla, que é celebrado no dia 17 de julho. Espera-se que a data tenha comemorações oficiais e compromissos já programados no Palácio de Buckingham, o que pode comprometer a presença da família nos Jogos.

Mesmo assim, analistas enxergam no convite uma oportunidade real e rara de reconstrução dos laços familiares. “O rei ainda guarda esperanças de uma reconciliação com Harry e, principalmente, com os netos. Mas isso precisa vir com respeito mútuo e privacidade”, comentou Katie Nicholl, comentarista da “Vanity Fair” especializada em realeza.