Trump ameaça presidente do Banco Central Americano de demissão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou de demissão o presidente do Banco Central Americano, o Fed (Federal Reserve), Jerome Powell. O republicano declarou à imprensa que estaria avaliando nomes para substituí-lo.

A atitude de Trump é uma resposta à fala de Powell. Na última terça-feira (24), o presidente do Fed declarou ao Congresso que as altas tarifas impostas pelo presidente americano acarretariam aumento da inflação. A prioridade para o Fed seria a redução da taxa de juros, o que se torna inviável na atual conjuntura.

Taxa de juros

O desentendimento entre Trump e Powell iniciou-se quando o presidente do Fed alegou que não há possibilidade de diminuir as taxas de juros enquanto não tiver certeza de como as medidas tarifárias do republicano podem afetar no aumento da inflação. Trump exigiu que o Banco Central Americano baixasse de 4,25% para 2,25% para, segundo ele, impulsionar a economia. Powell, por sua vez, diminuiu a taxa em apenas em um ponto percentual.

Trump foi questionado sobre o presidente do Banco Central Americano durante coletiva de imprensa na cúpula da OTAN, em Haia. Ao responder sobre possíveis nomes para assumir a cadeira do Fed, o presidente completou: “Ele (Powell) sai em breve, felizmente, porque eu o acho péssimo”. 


Donald Trump na Conferência da OTAN (Foto: Reprodução/Omar Havana/Getty Images Embed)

 


Explicação no Senado

Jerome Powell esteve presente no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na última terça-feira (26) para explicar aos parlamentares que ele não possui pressa alguma em cortar as taxas de juros no momento.

Na sua visão, é mais cauteloso esperar os efeitos em longo prazo das medidas tarifárias impostas por Trump. Powell declarou que vai esperar até setembro para reavaliar o pedido de corte na taxa de juros.


Ao fundo, Scott Bessent, atual Secretário do Tesouro e possível substituto de Powell (Foto: Reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)

 


Possíveis substitutos

A decisão do Fed de aguardar até setembro gerou revolta em Trump. Segundo o site Bloomberg, o presidente já avalia alguns nomes para o lugar de Powell.

Aliados do republicano sugeriram o nome de Scott Bessent, que atualmente ocupa o cargo de Secretário do Tesouro. Outro nome cogitado foi o de Michelle Bowman, que atua como membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve desde 2018.

Banco Central mantém alta da Selic; Ibovespa recua e dólar fecha valorizado

O setor financeiro brasileiro encerrou a semana pressionado por fatores internos e externos. Nesta sexta-feira (20), o principal índice da Bolsa de Valores, o Ibovespa, fechou o pregão com uma queda de 1,15%, aos 137.115,83 pontos, um claro reflexo da última ação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que elevou a taxa básica de juros, Selic, em 0,25 ponto percentual, alcançando os 15% ao ano, nível mais alto que se tem registro desde 2006.

Interrupção do ciclo de alta

Pressionado, o BC sinalizou para uma possível interrupção no ciclo de alta da taxa base de juros, indicando a possibilidade de manutenção da atual por um período prolongado. No entanto, a entidade foi categórica ao salientar que poderá intervir novamente a depender do comportamento da inflação.


Gráfico referente à inflação (foto:reprodução/Instagram/@bancocentraldobrasil)

Influência das tenções no Oriente Médio

Já no cenário externo, os investidores observam com a atenção redobrada no que se refere ao conflito entre Israel e Irã. Não há sinais de trégua entre os dois países. Isso torna crescente a preocupação com uma possível participação dos EUA no confronto. Informações da Casa Branca dão conta de que o presidente Donald Trump deve anunciar sua decisão nas próximas semanas, mas o mandatário americano tem reforçado a preferência por uma solução diplomática. O dólar comercial teve um avanço de 0,47% na sexta-feira, encerrando cotado a R$ 5,5270. Contudo, acumulou queda de 0,26% na semana e, no acumulado anual, a queda chega aos 10,55%.


Repercussão Trump decidirá em duas semanas (Vídeo:reprodução/YouTube/CNNbrasil)

Destaques do Ibovespa

Alguns destaques da bolsa foram: ações da Vale caíram 2,58%, mesmo com a alta no valor do minério de ferro na China; Petrobras seguiu a tendência e apresentou um leve recuo de 0,27%, refletindo a baixa no preço internacional do petróleo. Outro setor que apresentou números negativos foi o bancário, papéis de instituições como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil fecharam no vermelho. Na contramão disso, temos as empresas do setor de telecomunicações, com destaque para: TIM, que subiu 1,51%, e Telefônica Brasil (Vivo), que registrou avanço de 1,47%. Já no setor de energia, a PetroReconcavo teve alta de 1,35%, após liberação da ANP para retomar as operações no campo Cassarongongo, na Bahia.