Suspensão de falência da Oi provoca forte reação e volatilidade na Bolsa

A decisão judicial que reverteu, de forma temporária, a falência da Oi provocou uma reviravolta no pregão desta sexta-feira, expondo a sensibilidade do mercado diante da disputa entre credores e os rumos da recuperação judicial da companhia.

Decisões que reativaram a disputa

A reviravolta na situação do Grupo Oi provocou um movimento intenso no mercado de ações brasileiro. Após a Justiça do Rio de Janeiro suspender o decreto de falência da companhia, investidores reagiram e impulsionaram as ações que tiveram picos de valorização superiores aos 80%. Esse comportamento reflete não apenas o alívio momentâneo do mercado, mas, também, a sensibilidade dos investidores frente as sucessivas decisões judiciais que vêm moldando o futuro da empresa nos últimos anos.

A turbulência começou com a decisão da 7ª Vara Empresarial, que na última segunda-feira (10) decretou a falência da Oi ao entender que a empresa não demonstrava capacidade operacional suficiente para se sustentar sem vender ativos ou contrair novos empréstimos. Essa avaliação reforçava um histórico já marcado por fragilidades: desde 2016, a companhia vinha passando por tentativas de reestruturação, com dívidas que ultrapassam a quantia de R$ 1,5 bilhão e enfrentando dificuldades para a retomada do crescimento orgânico.


Fachada do prédio e logo do Grupo OI (Foto: reprodução/Instagram/@janelapublicitaria)


Reação do mercado e incertezas sobre o futuro

A decisão foi contestada por credores relevantes, como Itaú e Bradesco. Com os recursos apresentados, a desembargadora da 1ª Câmara de Direito Privado concedeu efeito suspensivo, interrompendo temporariamente os efeitos da falência. Na prática, isso devolveu ao Juízo de Recuperação Judicial a responsabilidade por conduzir o processo, mediante cumprimento do plano já aprovado pelos credores. Essa mudança foi determinante para o comportamento do mercado.

Devido a revogação, mesmo que provisória, as ações voltaram a ser negociadas e registraram forte volatilidade. Enquanto OIBR4 disparava, OIBR3 alternava quedas e altas bruscas, refletindo o ambiente de incerteza jurídica. Ainda que a Anatel tenha garantido a continuidade dos serviços por se tratar de atividade essencial, o futuro da companhia permanece dependente da capacidade de executar seu plano e reconquistar a confiança de credores e investidores.