O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou um estudo que revela os sobrenomes mais frequentes no Brasil, com “Silva”, “Santos” e “Oliveira” ocupando as três primeiras posições. Essa prevalência é um reflexo de processos históricos, como a colonização portuguesa, escravidão e migrações internas, que influenciaram a distribuição dos sobrenomes no Brasil. A partir de uma extensa pesquisa sobre a onomástica, o dado mostra que carregamos não só nomes, mas também traços culturais e sociais duradouros.
Raízes históricas e herança portuguesa
A maioria dos sobrenomes mais comuns entre os brasileiros tem origem portuguesa, evidenciando a influência da colonização na formação da identidade nacional. Por exemplo, o sobrenome “Silva”, originado do latim silva (floresta), foi introduzido no Brasil pelos colonizadores e se disseminou por diversas camadas da sociedade.
IBGE divulga os sobrenomes mais populares do Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/@g1globo)
“Santos” e “Oliveira” permanecem na tradição: o primeiro relacionado à religiosidade (“Todos os Santos”), o segundo associado a formas toponímicas ou ocupacionais. A transmissão de nomes ao longo das gerações fortalece as conexões familiares e geográficas, uma vez que muitos portadores compartilham não apenas o sobrenome, mas também uma história comum.
Sobrenome comum, identidade plural
Apesar de um sobrenome parecer comum, ele percorre diversas trajetórias sociais, regionais e étnicas. No Brasil, a popularidade de um sobrenome não reflete uma homogeneidade cultural: “Silva” ou “Santos” podem ser usados por indivíduos de diferentes origens indígenas, africanas, europeias ou mestiças.
Divulgação do IBGE sobre os sobrenomes e nomes mais utilizados no Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/@IBGE)
Pesquisas indicam que redes de sobrenomes criam “hubs” de famílias interligadas por casamentos, migrações e práticas sociais. Ademais, a frequência de determinados sobrenomes permite reflexões sobre mobilidade social e como a herança nominal funciona como um marcador simbólico ou resistência em variados contextos sociais.
A divulgação dos sobrenomes mais populares pelo IBGE oferece mais do que uma curiosidade estatística: abre a porta para compreender como a história do Brasil está inscrita em nossos nomes. Ver que “Silva”, “Santos” e “Oliveira” continuam em evidência é reconhecer que identidade, herança e circulação social se entrelaçam em algo que muitas vezes damos como certo o sobrenome que carregamos. Assim, cada registro aponta para um mapa mais amplo: de memórias coletivas, redes familiares e construções de singularidade dentro da pluralidade do país.
