Invasão na COP30 em Belém gera tensão após protestos

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar a invasão à área restrita da COP30, em Belém (PA), na noite de terça-feira (11), quando manifestantes tentaram entrar na chamada Zona Azul, espaço controlado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O episódio provocou confronto com seguranças, deixou feridos leves e levou ao bloqueio temporário da saída do local das negociações climáticas.

Confronto na área restrita da COP30

De acordo com informações da ONU e do governo brasileiro, o tumulto começou por volta das 19h20, no setor de credenciamento. Um grupo que havia participado da Marcha Global Saúde e Clima tentou forçar a entrada no espaço reservado a delegações oficiais, observadores, chefes de Estado e imprensa credenciada. As forças de segurança reagiram seguindo protocolos estabelecidos para garantir a proteção do local. Dois seguranças ficaram feridos, um deles no rosto, e parte da estrutura foi danificada. Uma das portas de acesso precisou ser fechada, e a área ficou interditada por alguns minutos até a situação ser controlada.


Manifestantes tentam invadir área restrita da COP30 (Vídeo: reprodução/YouTube/@Metropolis)


O porta-voz da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima afirmou que “o incidente está sendo analisado, mas o local está totalmente seguro e as negociações da COP continuam”. O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, informou que a organização está tomando todas as providências cabíveis.

Repercussão e apurações após confusão na COP30

A Marcha Global, formada por profissionais de saúde, estudantes, lideranças indígenas e representantes de movimentos sociais, percorreu cerca de um quilômetro e meio pelas ruas de Belém antes do confronto. Em nota, os organizadores esclareceram que “não têm qualquer relação com o episódio ocorrido na entrada da Zona Azul da COP30 após o encerramento da marcha”.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, lamentou o ocorrido e declarou: “Eu nem fiquei sabendo o motivo desse acontecimento e lamento muito porque esta COP já está registrada como a maior e melhor participação do protagonismo indígena”.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também se pronunciou, afirmando que “a COP é um espaço democrático, mas a escuta pressupõe o cumprimento de regras da democracia”. Segundo o governo, as negociações seguem normalmente, e as autoridades da ONU e da Polícia Federal continuam investigando os responsáveis pela invasão.