Debate sobre reforma cresce e presidente do Real Madrid reafirma poder dos sócios

O movimento do Real Madrid em estudar a venda de uma fatia das ações tem provocado debates intensos entre conselheiros e torcedores, especialmente por lembrar modelos adotados por clubes que se transformaram em SAF. A proposta, porém, não significa uma mudança brusca na essência do clube. O plano é utilizar essa participação limitada como uma forma de atrair investimentos estratégicos, fortalecer o caixa e acelerar projetos estruturais, tudo sem comprometer a identidade centenária do Madrid.

A direção entende que uma abertura parcial pode ser uma alternativa moderna para competir financeiramente com mercados cada vez mais poderosos. Durante a Assembleia Geral, Florentino Pérez fez questão de reforçar esse discurso. Segundo ele, qualquer avanço depende de discussões internas e de uma votação ampla, garantindo que nada seja imposto de cima para baixo.

Florentino descarta venda de controle

A discussão sobre a possível venda de uma parcela das ações do Real Madrid ganhou novos contornos após Florentino Pérez rebater publicamente uma série de especulações. Segundo ele, a proposta não tem qualquer relação com renúncia, mas sim com a necessidade de preparar o clube para um cenário econômico cada vez mais competitivo.

Ele destacou que algumas interpretações foram distorcidas e reforçou que “o Real Madrid seguirá pertencendo aos seus sócios”, deixando claro que não há plano algum que ameace o modelo associativo que sustenta a instituição há mais de um século.

O presidente também fez questão de negar versões que sugeriam conflitos internos ou uma divisão na alta cúpula do clube. Em tom firme, reiterou que todos os dirigentes estão alinhados e conscientes do momento. “Li que a junta diretiva estaria dividida, mas posso assegurar que estamos totalmente unidos”, afirmou. Além disso, rebateu rumores de que o clube estaria buscando a reforma por necessidade financeira, reforçando que “somos o clube mais rico do mundo e queremos continuar sendo”.


Jogadores do Real Madrid em campanha contra a violência (Foto: reprodução/Instagram/@realmadrid)


Florentino ainda reforçou que a proposta não avança sem um consenso amplo entre os sócios, destacando que nenhuma mudança será imposta. Segundo ele, o Real Madrid precisa se adaptar ao futuro sem renunciar ao que o tornou grande. “Todos aprovamos esta reforma de forma unânime”, afirmou, garantindo que a diretoria está alinhada e preparada para defender o clube diante dos desafios econômicos que se aproximam.

Florentino reforça proteção do clube

Florentino Pérez apresentou a reforma como uma estratégia de proteção e fortalecimento do Real Madrid diante das transformações do futebol atual. Para ele, o clube precisa se preparar para um cenário em que grandes investimentos externos estão moldando o mercado, e a única forma de manter a essência madridista é criar mecanismos de blindagem que evitem interferências indesejadas.

Segundo o presidente, a proposta busca deixar claro para os sócios o valor real do patrimônio que possuem, reforçando a ideia de que o Madrid não é apenas uma potência esportiva, mas também um ativo institucional de relevância global. “Queremos blindar o clube contra ataques externos e internos”.

Ele insistiu que o Real Madrid seguirá sendo propriedade exclusiva de seus torcedores-sócios, sem riscos de privatização, fundações ou controle oculto de terceiros.