Defesa de Hytalo Santos anuncia reação judicial após prisão preventiva em São Paulo

Na manhã de sexta-feira, 15 de agosto de 2025, o influenciador digital Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, foram presos em Carapicuíba, na Grande São Paulo, por mandados expedidos pela Justiça da Paraíba. A medida faz parte de investigações que apuram suspeitas de tráfico de pessoas, exploração sexual de menores e trabalho infantil artístico irregular, conforme decisão da 2ª Vara da Comarca de Bayeux.

Em nota, a defesa informou que tomou conhecimento do mandado apenas no momento da prisão e que ainda não teve acesso ao conteúdo da decisão judicial. Os advogados reafirmaram a inocência do influenciador e anunciaram que irão adotar todas as medidas cabíveis, incluindo um pedido urgente de habeas corpus, para garantir os direitos do cliente.

“Assim que tivermos ciência dos fundamentos, adotaremos todas as medidas judiciais cabíveis para resguardar os direitos de HYTALO, inclusive com o ingresso de Habeas Corpus, se for necessário. Reafirmamos a inocência de HYTALO SANTOS, que sempre se colocou à disposição das autoridades.” diz os advogados em nota.

Contexto da prisão e acusações

O Ministério Público da Paraíba investiga Hytalo Santos desde 2024, apurando possíveis irregularidades em conteúdos publicados com crianças e adolescentes, incluindo “adultização” e sexualização com objetivo de atrair público nas redes sociais. As apurações ganharam repercussão após um vídeo do youtuber Felca detalhar denúncias, alcançando milhões de visualizações.


Vídeo da prisão preventiva de Hytalo Santos (Vídeo: reprodução/Instagram/@portalg1)

 

A Justiça determinou, na época, a suspensão das redes sociais do influenciador, remoção de conteúdos com menores, desmonetização de perfis e proibição de contato com os adolescentes envolvidos. Também foram expedidos mandados de busca e apreensão, com recolhimento de equipamentos eletrônicos para perícia. No despacho que determinou a prisão, o juiz apontou indícios de destruição de provas, como a remoção de materiais antes da chegada da polícia.

Reação da defesa e próximos passos

Os advogados alegam que a falta de acesso ao teor da decisão dificulta uma resposta jurídica imediata. Segundo a equipe, Hytalo sempre esteve à disposição das autoridades e nega qualquer conduta que viole direitos de crianças e adolescentes. A defesa, que assumiu o caso recentemente, afirmou que protocolará as medidas judiciais necessárias assim que tiver conhecimento completo dos fundamentos apresentados pela Justiça.

Influenciador Hytalo Santos é preso em São Paulo

O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos nesta sexta-feira (15) em uma residência em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

Eles são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por suspeita de exploração e exposição de menores em conteúdos publicados nas redes sociais. O caso ganhou repercussão nacional após o youtuber Felca — que possui mais de 4 milhões de inscritos — denunciar vídeos que, segundo ele, “adultizavam” crianças e adolescentes.

Desde a publicação do vídeo, no dia 6, Hytalo passou a responder a ações judiciais na Paraíba, que incluíram mandados de busca e apreensão e medidas restritivas. A operação que resultou na prisão foi realizada de forma conjunta pelo MPPB, MPT, Polícias Civil da Paraíba e de São Paulo e pela Polícia Rodoviária Federal.

A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara de Bayeux, que apontou “fortes indícios” de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular e produção de vídeos com conteúdo constrangedor envolvendo menores. O magistrado afirmou que a detenção busca evitar a destruição de provas, a intimidação de testemunhas e a continuidade das condutas investigadas. Ele também destacou que os acusados já teriam removido e destruído evidências, comprometendo o andamento das apurações.


Polícia grava momento que, Hytalo e seu marido Israel foram detidos (Vídeo: Reprodução/X/@updatecharts)

Bloqueio de redes e corte de monetização

No dia 12, a Justiça determinou o bloqueio das contas de Hytalo nas redes sociais e a desmonetização de todos os seus vídeos, impedindo que gerem lucro. Ele também está proibido de manter contato com adolescentes citados nos processos.

Na quinta-feira (14), policiais apreenderam computadores e celulares na casa do influenciador em João Pessoa, com autorização judicial para forçar a entrada, se necessário. No dia anterior, uma tentativa de busca não teve sucesso porque o imóvel estava vazio.

Posição da defesa

A defesa de Hytalo afirmou que ele não tinha conhecimento do mandado de busca e apreensão e que está à disposição da Justiça. Os advogados negam todas as acusações e sustentam que o influenciador “jamais praticou atos que atentassem contra a dignidade de crianças e adolescentes”.

Investigações antes do vídeo de Felca

As apurações do MPPB começaram no final de 2024. Em Bayeux, a promotora Ana Maria França investiga denúncias de vizinhos sobre festas com consumo de bebidas alcoólicas e adolescentes fazendo topless. Já em João Pessoa, o promotor João Arlindo apura suspeitas de que Hytalo oferecia presentes — como celulares — para convencer famílias a aceitarem a emancipação de menores, permitindo que adolescentes de 16 a 18 anos assinassem contratos e realizassem negócios como adultos.

Nos processos, Hytalo negou todas as acusações. Os jovens foram ouvidos apenas na investigação conduzida em João Pessoa para evitar a revitimização.

Matéria por Walter Costa (In Magazine)

Perfis que acusaram Felca de pedofilia vão ser identificados por ordem da justiça

Recentemente, a Justiça de São Paulo ordenou que fosse feita a quebra do sigilo de perfis nas redes sociais que acusaram o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, de pedofilia em publicações compartilhadas. Os insultos e acusações direcionados a ele foram realizados no momento em que ele desenvolvia o seu vídeo com o conteúdo sobre a “Adultização”, compartilhado no YouTube em seu canal oficial, o assunto polemico esta movimentando a internet nesses últimos dias, sobre o acesso fornecido a crianças e adolescentes as redes sociais e como isso pode ser prejudicial.

Sob segredo de justiça

O Tribunal de Justiça de São Paulo comunicou à CNN que a nova ordem foi favorável ao pedido do solicitado pelo Felca, mas foi esclarecido que o processo continuará sendo mantido em sigilo, não sendo possível informar mais detalhes ao público, o vídeo ultrapassou 37 milhões de visualizações, trazendo apoio de alguns deputados como Érika Hilton e Nikolas Ferreira que fazem parte de partidos opostos.



Influencer Felca (Foto: Reprodução/Pinterest/Thiago Freitas)

Enquanto o vídeo era produzido, Felca começou a seguir alguns perfis de menores de idade. A situação acabou criando uma polêmica questionável, gerando tanto comentários negativos quanto positivos. Apesar do assunto controverso, o influenciador veio a público garantir que a ação era motivada por um caráter investigativo e afirmou não ser sobre relacionamento, o conteúdo ganhou relevância movimentando novamente a pauta sobre regulamentação das redes sociais tanto para menores de idade quanto para Fake News.

Processo por difamação

Recentemente o influenciador, comunicou que pretende iniciar um processo direcionado a mais de 200 perfis no aplicativo X (antigo Twitter) pelo crime de difamação, apesar disso, Felca solicitou um acordo que um dos principais requisitos para os autores, seria fazer uma doação no valor de R$ 250,00, a quantia doada seria para instituições de combate à exploração infantil e, após os responsáveis realizarem o pagamento da doação, ele assegurou que vai remover as ações contra.


Influencer Hytalo do Santos (Foto: Reprodução/Pinterest/Rafalima)

O youtuber, conhecido como Felca, compartilhou um vídeo nesta última quarta-feira (6) visando alertar os pais e fazer denúncias referente a casos de exploração de menores. A média que será arrecada caso os acordos finalizem com sucesso é em torno de R$ 50 mil. Durante o vídeo uma das principais denúncia seria contra Hytalo Santos influenciador brasileiro, que está sendo investigado por exploração de menores de idade, com toda a polêmica a sua conta no Instagram foi desativada na última sexta-feira (8), e muitas críticas foram voltadas aos pais e responsáveis sobre como garantir a segurança de crianças na internet.

Hytalo Santos se pronuncia pela primeira vez após denúncia de exploração de menores

Nesta quinta-feira (14), o influenciador digital Hytalo Santos falou pela primeira vez sobre o caso da denúncia de exploração de menores no qual é acusado de ter envolvimento.

Em uma nota enviada à imprensa, ele afirmou que sua carreira profissional sempre foi “guiada pelo compromisso com a proteção de crianças e adolescentes” e repudiou o fato de estar sendo acusado de explorar menores.

De acordo com ele, os conteúdos gravados com menores de idade foram feitos com autorização e acompanhamento dos responsáveis.

O influenciador reafirmou sua integridade, diz estar indignado com as falsas acusações e diz que não aceitará que seu trabalho e sua imagem sejam manchados por relatos sem fundamento. “Seguirei defendendo com firmeza a verdade e os valores que sempre nortearam a minha vida”, completou.

Busca e apreensão

Na tarde desta quarta-feira (13), a Justiça da Paraíba autorizou a realização de busca e apreensão no endereço de Hytalo.

Celulares, computadores e todos os equipamentos utilizados para as gravações de conteúdo foram apreendidos após a decisão, de caráter liminar, do juíz da 1° Vara da Infância e Juventude de João Pessoa, Adhailton Lacet Correia Porto, conceder permissão.

Na ocasião, Hytalo não estava em casa. A mansão se encontrava vazia no momento da chegada dos agentes, porém a máquina de lavar estava ligada em uso.

De acordo com Adhailton, o condomínio informou aos agentes que o influenciador havia se retirado do local levando equipamentos em um carro. Ainda segundo ele, um mandato de prisão poderá ser expedido caso seja confirmado que Hytalo Santos tenha agido de maneira a tentar obstruir o trabalho da Justiça.


Caso Hytalo Santos (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Hytalo nega que tenha tentado atrapalhar as investigações e se justificou dizendo que está há mais de um mês em São Paulo, que desde o início da investigação se mantém à disposição das autoridades responsáveis para qualquer tipo de esclarecimento necessário.

Os aparelhos eletrônicos apreendidos serão encaminhados às autoridades policiais para passarem por análise pericial e extração de dados.

O juíz Adhailton também determinou que os perfis nas redes sociais do influenciador sejam todos suspensos e que todo conteúdo já publicado por Hytalo seja removido dos provedores de aplicação enquanto durar a investigação.

Entenda o caso

O Youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, publicou um vídeo denúncia no último dia 6 de agosto trazendo à tona o caso de exploração de menores como conteúdo de internet. A denúncia é sobre uma rede de exposição infantil e pedofilia que ganhou espaço na web.

Em meio as contas citadas estava a de Hytalo Santos, influenciador digital paraibano, que está sob investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB), por suposta exploração de menores em conteúdos para redes sociais.

Hytalo ficou conhecido por publicar vídeos com crianças e adolescentes dançando e abordando temas como relacionamento, por exemplo.

Segundo o MPPB, os procedimentos que estão em trâmite nas Promotorias de João Pessoa e Bayeux, um município da Paraíba, estão sendo apurados para saber se de fato houve exploração de menores e se os conteúdos contêm teor sexual, o que violaria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Adultização vira pauta de vereadores juvenis da Câmara do Rio de Janeiro

O vídeo com título “Adultização”, publicado pelo youtuber Felca, que já conta com mais de 36 milhões de visualizações em seis dias, tem levantado uma pauta muito importante sobre abuso de menores e saúde mental.

A discussão chegou ao meio político e foi debatida em reuniões do projeto de vereadores mirins da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro.

Vereadores mirins apresentaram projetos

A Câmara Juvenil chegou a sua terceira edição e conta com jovens que cursam entre o 4º e 9º ano do ensino fundamental na rede pública do município, e o tema de proteção a menores de idade dominou a pauta com vários membros apresentando e votando projetos de lei para proteção contra crimes de abuso contra menores de idade.

O primeiro projeto apresentado na Câmara Juvenil cria o dia do “Não é Não de combate ao assédio nas escolas da rede pública e privada da cidade”. Segundo a autora do projeto, o objetivo é inibir condutas que ferem a dignidade e desenvolvimento dos estudantes.

Outro projeto aprovado cria o Programa Municipal de Saúde Mental nas escolas municipais. A ideia é que psicólogos passem a ter uma presença mais constante nas escolas e com isso possam ajudar e acompanhar os estudantes de forma regular.

Câmara Juvenil já teve projeto na Câmara de Vereadores

A Câmara Juvenil conseguiu a aprovação de seu primeiro projeto de lei na Câmara Municipal em dezembro de 2024, um projeto que cria o Maio Laranja para o combate a violência sexual contra menores.

Além disso, foi definido o dia 18 de maio como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil. A data foi escolhida por conta do caso da menina Araceli Crespo, que há 52 anos desapareceu enquanto ia da escola para sua casa.


Câmara Juvenil em dia de sessão (Vídeo: reprodução/Instagram/@carlo_caiado)

O projeto virou lei e foi sancionada pelo prefeito Eduardo Paes e já está em vigor desde o início deste ano.

O idealizador do projeto, o vereador e presidente da Câmara Carlo Caiado, afirma que a Câmara Juvenil é uma excelente oportunidade de jovens vivenciarem o trabalho dos vereadores e levarem para o plenário da casa questões que afetam o dia a dia como os gravíssimos casos de abusos e danos a saúde mental expostos durante esta sessão.

Vídeo de Felca tem repercutido no meio político e nas redes

O vídeo de quase 50 minutos intitulado “Adultização”, feito pelo youtuber Felca, chamou a atenção nas redes sociais e teve repercussão imediata entre criadores de conteúdo que fizeram vídeos comentando os trechos do vídeo. Em sua grande maioria, os criadores se mostraram indignados e debatiam o papel dos pais na criação dos filhos para evitar casos de abusos.

No vídeo, Felca cria uma conta do zero e condiciona essa conta para receber conteúdo de crianças e em cinco minutos de existência da conta, o criador de conteúdo percebeu que só “scrollando” o reels, ferramenta de vídeo do Instagram, somente esse tipo de conteúdo aparecia e a maioria mesmo sendo inocentes chamava a atenção de criminosos que compartilhavam links de conteúdo sexuais de menores na bio de suas próprias redes.


Vídeo de Felca (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

Outro caso apresentado foi de Hytalo Santos, que já tem chocado a internet há bastante tempo por conta da participação de uma menor de idade sensualizando em casa lotada de outros menores, fazendo coisas de cunho sexual.

A menor inclusive chegou a fazer procedimento para colocar silicone nos seios e chegou a engravidar de outro menor de idade, e acabou tendo uma perda gestacional.

Hytalo já foi alvo de diversas advertências do Juizado de Menores da Paraíba, mas nenhuma foi respondida pelo influencer, e após a publicação de Felca, houve uma busca e apreensão em sua casa, que segundo informações da própria polícia, teria retirado materiais de tecnologia da residência.

O influencer perdeu o acesso a todas as redes sociais e não pode ficar perto de menores de idade até que as investigações sejam concluídas.

A pauta chamou a atenção de políticos das mais diversas alas que se manifestaram sobre o assunto propondo soluções opostas. Enquanto a base governista propõe o avanço do projeto de lei de regulamentação das redes sociais, a oposição, no entanto, é contra a regulamentação e defende a criação de leis apenas para este caso em específico, apesar do Estatuto da Criança e do Adolescente ser bem claro na proibição da utilização de imagens de menores para monetização.

Juliette agradece ao Felca pelo vídeo sobre adultização

A comunicadora e cantora Juliette usou as redes sociais na manhã desta terça-feira (12) para se pronunciar sobre o vídeo que viralizou do criador de conteúdo Felca. O conteúdo denuncia a adultização e uso abusivo de imagens de crianças para monetização. A cantora agradece e elogia a repercussão do vídeo, e ainda faz apelo para que autoridades respondam à denúncia.

Pronunciamento

Em um vídeo gravado nos stories do Instagram, Juliette diz estar “com o coração leve e feliz com a repercussão do Vídeo do Felca”. A famosa diz ainda que a situação a incomodava muito, e não entendia a falta de posicionamento das autoridades.
Ela ainda elogia Felca, dizendo que tem que ter coragem para fazer uma denúncia de um assunto tão delicado como esse, e ele teve. Enaltecendo o conteúdo, ela diz “Muito bom”, pela apuração bem feita e a linguagem acessível usada pelo criador de conteúdo.
Juliette finaliza com um alerta “acordou o legislativo”, fazendo um apelo para haver uma resposta das autoridades, e um despertar da população.


Vídeo de Felca sobre adultização (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

Vídeo mais falado do momento

O criador de conteúdo Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, compartilhou um vídeo em seu canal no YouTube, fazendo uma denúncia sobre a erotização de crianças em troca de engajamento e monetização nas redes sociais. No último sábado (08), ele também compartilhou em seu Instagram um vídeo falando sobre o assunto. Felca começa explicando o que é adultização e suas consequências, além disso, expõe influenciador.
A polêmica envolve Hytalo Santos, conhecido por criar conteúdos com crianças e adolescentes em trajes de banho, fazendo danças sensuais com músicas de teor sexual, ambientes com bebidas alcoólicas, adolescentes seminus dormindo juntos, e entre outros. Vídeo já ultrapassa a marca de mais de 170 milhões de visualizações.
Após repercussão, contas das redes sociais de Hytalo Santos foram removidas. Além disso, levou políticos a levantarem pauta com proposta de “lei Felca” para combater a adultização e exposição de crianças.

Destaque no Jornal nacional

Na última segunda-feira (11), o caso virou destaque no Jornal Nacional. A matéria abordou o vídeo do canal do YouTube de Felca que mostrou detalhes de como funcionam o direcionamento desses conteúdos adultizados para sites de vendas de vídeos para pedófilos.
O conteúdo levou Congresso a debater sobre abuso de crianças e adolescentes nas redes sociais. Deputados defendem a aceleração no processo de combate a esse tipo de violência a menores de idade.

Denúncia de Felca estimula projeto de regulamentação das big techs

A denúncia feita pelo youtuber Felca sobre a exploração de crianças nas redes sociais se tornou um tema de debate público no Brasil. O vídeo expôs a “adultização infantil” e a negligência de plataformas como Instagram, YouTube e TikTok, que segundo Felca, permitem a proliferação de conteúdos que atraem pedófilos.

O governo federal anunciou que enviará ao Congresso um projeto de lei para regulamentar as big techs e responsabilizá-las por permitir que crimes sejam cometidos em suas plataformas.

O impacto da denúncia de Felca

O vídeo de Felca, intitulado “adultização”, atingiu 33 milhões de visualizações ao mostrar como crianças e adolescentes são expostos na internet. O youtuber detalhou como pais e responsáveis, em busca de engajamento e monetização, incentivam seus filhos a produzir conteúdos com conotação sexual. Ele apontou para o papel dos algoritmos nas plataformas, que ao identificarem o interesse de usuários por vídeos com crianças, especialmente em situações sugestivas, os oferecem mais e mais conteúdos semelhantes.

Esse fluxo cria um ambiente favorável à pedofilia, em que diversos perfis com esse comportamento se encontram e, por códigos, compartilham ainda mais conteúdos de crianças e adolescentes. Há plataformas, como o aplicativo de mensagens Telegram, já conhecidos pela falta de moderação e pouca cooperação com as autoridades policiais quando solicitado, que são muito utilizados para atividades criminosas.


Vídeo-denúncia de Felca sobre a “adultização” de menores nas redes sociais (Vídeo: reprodução/Youtube/@felcaseita)

Ações começam a ser movidas

Felca citou casos específicos, como o do influenciador Hytalo Santos, que é acusado de dar benefícios como celulares e moradia para as famílias dos jovens que ele filmava e publicava nas redes sociais. Nesta segunda-feira (12.08), o Ministério Público da Paraíba (MPPB) entrou com uma ação civil pública na Justiça para que Hytalo Santos perca o acesso às redes sociais e seja proibido de ter contato com menores de idade.

A denúncia de Felca também motivou a apresentação de mais de 30 projetos de lei no Congresso, incluindo a proposta de uma “Lei Felca” para criminalizar a sexualização infantil e aumentar a punição para crimes digitais. A ampla repercussão, no entanto, gerou críticas de parte da direita política, que vê na pauta um “pretexto” para justificar a censura e o controle estatal da internet.

A proposta do Governo é responsabilizar as big techs

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou que o presidente Lula enviará em breve um projeto de lei ao Congresso visando regulamentar as big techs. A medida busca responsabilizar as plataformas por permitirem a ocorrência de crimes como pedofilia, tráfico de crianças e fraudes e ainda lucrarem. Segundo Costa, as redes sociais não podem “ganhar muito dinheiro patrocinando, estimulando e viabilizando crime” sem a devida fiscalização. A proposta visa alterar o Marco Civil da Internet para exigir moderação mais rigorosa, relatórios de denúncias e mecanismos de verificação de idade, além de aplicar multas de até 10% do faturamento em casos de negligência.

Enquanto apoiadores da regulação, como o ministro Jorge Messias (AGU), defendem a medida como essencial para proteger vulneráveis e combater algoritmos manipulados, os críticos alertam para o risco de censura. Opositores da proposta, em sua maioria da direita política, argumentam que as leis existentes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Código Penal, já são suficientes para punir crimes como a pedofilia, e que o foco deveria ser a fiscalização policial, e não a criação de leis que possam limitar a liberdade de expressão.

Felca vence disputas contra TikTok e X e processa centenas de usuários

Felca, como é conhecido o influenciador Felipe Bressanim Pereira, decidiu endurecer o jogo contra ataques virtuais. Na sexta-feira (8/8), ele acionou a Justiça contra 233 perfis do X (antigo Twitter), acusando-os de espalhar ofensas e informações falsas,  incluindo acusações graves de crimes que ele nega. A medida veio depois de outras disputas que o criador de conteúdo já travou com grandes redes sociais, como TikTok e o próprio X, nas quais saiu vitorioso.

O estopim para essa nova leva de processos foi o vídeo “Adultização”, publicado em seu canal no YouTube, que reúne denúncias sobre exploração da imagem de crianças e adolescentes por influenciadores e mostra como o algoritmo pode entregar esse tipo de material para pedófilos. O vídeo, que já passa das 32 milhões de visualizações, gerou grande repercussão, mas também ataques e ameaças.

Briga com o TikTok foi parar na Justiça

Em setembro de 2023, Felca teve uma surpresa nada agradável: duas de suas contas profissionais no TikTok desapareceram da plataforma. Segundo ele, a empresa alegou de forma genérica que houve violação das regras, mas não explicou qual norma teria sido quebrada. Esses perfis não eram qualquer conta pois eram usados para publicar conteúdo e também gerar receita com monetização.

Depois de várias tentativas frustradas de resolver a situação diretamente com o TikTok, o influenciador decidiu levar o caso para os tribunais. A Justiça determinou que a Bytedance Brasil, responsável pela plataforma, reativasse os perfis e ainda pagasse R$ 10 mil de indenização por danos morais. O juiz entendeu que a falta de transparência e a ausência de chance de defesa configuraram falha grave no serviço.

O TikTok não se conformou e entrou com recurso, argumentando que o influenciador havia quebrado os termos de uso. Em julho deste ano, no entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo bateu o martelo e manteve a decisão original, citando tanto o Código de Defesa do Consumidor quanto o Marco Civil da Internet como base legal.


Vídeo de Felca (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

Post no X rendeu decisão rápida

A relação de Felca com o X (antigo Twitter) também acabou na Justiça. Em janeiro, a 7ª Câmara de Direito Privado determinou a retirada imediata de uma publicação que ligava o influenciador a crimes como consumo de pornografia infantil. O conteúdo que já tinha ultrapassado 1,6 milhão de visualizações, foi considerado altamente prejudicial à imagem de alguém com uma base de fãs tão grande.

Inicialmente, a primeira instância havia negado o pedido de urgência, mas o Tribunal de Justiça reverteu a decisão, afirmando que o alcance do post poderia causar danos irreparáveis. Algumas outras publicações citadas no processo foram apagadas pelo próprio autor ou pela plataforma antes mesmo de decisão judicial.

Vídeo polêmico gerou ameaças e reforço na segurança

O caso mais recente envolvendo Felca começou com a publicação do vídeo “Adultização”, no YouTube. No material, o influenciador expõe situações em que criadores de conteúdo exploram a imagem de crianças e adolescentes para gerar engajamento, além de mostrar como o algoritmo pode acabar recomendando esse tipo de material para pessoas com interesses criminosos.

O vídeo teve impacto imediato, em um único dia passou de 5 milhões de visualizações, e hoje já soma mais de 32 milhões no YouTube e 175 milhões no Instagram. Além disso, tudo, o assunto virou pauta no Jornal Nacional nesta segunda-feira (11/08). Mas, com a repercussão positiva, vieram as ameaças. Felca revelou que passou a andar de carro blindado e com segurança particular para se proteger. Ele disse que já havia recebido ameaças por falar sobre assuntos polêmicos, mas que esse foi um dos momentos mais tensos de sua vida na internet.


Matéria exibida no Jornal Nacional (Vídeo: reprodução/Instagram/@jornalnacional)

De vídeos de humor a denúncias sérias

Felipe Bressanim Pereira, o Felca, nasceu em Londrina–PR e hoje vive em São Paulo. Começou a produzir conteúdo em 2017 e rapidamente ganhou destaque com vídeos de humor e reações no YouTube. Atualmente, soma mais de 5 milhões de inscritos na plataforma e cerca de 14 milhões de seguidores no Instagram.

Nos últimos anos, seu conteúdo começou a incluir temas mais sérios, como apostas online e a segurança de crianças nas redes sociais. A mudança de tom, segundo ele, veio da percepção de que poucas vozes com grande alcance se arriscam a abordar esses problemas de frente e de que, apesar das consequências, ele quer continuar falando sobre assuntos que considera importantes.