Delegado revela plano de fuga de Hytalo Santos e marido

A prisão do influenciador digital Hytalo Santos e de seu marido, Israel Vicente, em 15 de agosto, em Carapicuíba (SP), é o desfecho de um plano de fuga que o casal teria iniciado dias antes. Segundo a Polícia Civil da Paraíba, o casal tinha o objetivo de deixar o país, após a repercussão das denúncias de exploração sexual, tráfico de pessoas e trabalho infantil feitas pelo youtuber Felca.

Começa a fuga

Dois dias após o vídeo de Felca viralizar, o casal deixou às pressas a mansão onde moravam em João Pessoa, na Paraíba. A polícia, ao cumprir um mandado de busca, encontrou a casa vazia, mas com eletrônicos e eletrodomésticos ainda ligados, um sinal claro da saída repentina. Para a polícia, a mudança de Hytalo e Israel não era apenas para a casa de parentes, como alegado pela defesa, mas sim uma etapa de um plano para escapar da justiça.

Trajetos separados e a “base provisória” em São Paulo

A estratégia do casal envolvia trajetos separados. Hytalo Santos viajou de avião de Recife para Guarulhos (SP), enquanto Israel fez o percurso de carro, dirigindo um Land Rover. O delegado Carlos Othon afirma que a polícia montou um “quebra-cabeças” para localizar a dupla, usando imagens de câmeras de segurança que flagraram Israel em um posto de gasolina durante a longa viagem de cerca de 2.800 km.


Momento em que Hytalo Santos e seu companheiro são presos em São Paulo, após fugirem da Paraíba (Vídeo: reprodução/X/@lazarorosa25)

Em São Paulo, o casal alugou uma casa de luxo em Carapicuíba. A polícia afirma que o imóvel era apenas uma base temporária, pois a falta de pertences pessoais e a pressa na mudança reforçaram a suspeita de que eles não pretendiam se fixar no local. A investigação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo aponta que o próximo passo seria deixar o Brasil por uma fronteira terrestre no Sul, como a de Foz do Iguaçu, para evitar a necessidade de passaportes.

Prisão e transferência

A polícia conseguiu identificar o carro do casal e, a partir de cruzamento de dados com plataformas de aluguel de imóveis, localizou a residência em Carapicuíba. Hytalo e Israel foram presos no dia 15 de agosto e, após serem mantidos em São Paulo, foram transferidos de avião para a Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, em João Pessoa, onde aguardam o julgamento. A defesa do casal, no entanto, nega a acusação de fuga e pede a liberação, reiterando que a viagem para São Paulo foi apenas para visitar parentes. O processo judicial continua em andamento na Paraíba.

Jovem suspeito de ameaçar Felca é acusado de extorsão, em Olinda (PE)

Cayo Lucas foi preso pela Polícia Civil no dia 25 de agosto de 2025, por ameaçar o influenciador digital Felipe Bressanim, mais conhecido como Felca, e a psicóloga Ana Beatriz Chamati. O jovem já estava sendo observado pela Polícia Civil desde o ano passado, sendo identificado como líder de grupo de hackers, onde adquiria dados do governo e depois chantageava suas vítimas.

Entre suas vítimas, havia crianças de 7 e 8 anos, onde o jovem dava ordens de extrema humilhação, onde a polícia definiu como “estupro virtual”.

Como o Cayo Lucas atuava

Cayo Lucas contava com ajuda de um adolescente de 17 anos, onde costumavam a interagir em grupos no Discord e no Telegram com mais 700 suspeitos, compartilhando imagens de abuso sexual infantil. O jovem foi classificado como uma espécie de “mentor intelectual”, vendia informações sigilosas de sites, chegando a lucrar até R$ 30 mil por semana.


Cayo Lucas preso por armazenar material infantil, além de ameaçar o influenciador Felca (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

No momento da sua prisão, o jovem foi flagrado acessando site da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco. Mesmo com o flagrante, Cayo nega todas as acusações.

Além dos menores de idades, Felca e a psicóloga também foram vítimas de Cayo, sendo ameaçados por mensagens no WhatsApp e por e-mail. O influenciador virou alvo após ter criado um conteúdo sobre “adultização”, onde denunciava a exploração de menores de idade em redes sociais, muita das vezes sendo sexualizadas, tendo seu conteúdo consumido por pedófilos.

Quem é Felca

Felca é um influenciador digital famoso, que ganhou ainda mais notoriedade, após divulgar um conteúdo no YouTube, no dia 6 de agosto de 2025, denunciando casos de exploração de menores de idade, onde alcançou a marca de quase 50 milhões de visualizações, que acabou se tornando um grande debate público e político.

Seu grande alvo nas denúncias, foi o influenciador Hytalo Santos e seu marido, que foram presos, acusados de tráfico humano, trabalho infantil, além da exploração sexual.

Além do conteúdo, Felca também moveu um processo contra mais de 200 perfis do X, que o acusaram de pedofilia. O influenciador informou que todo valor arrecadado com o processo será doado às instituições de caridade.

Projeto para “Lei Felca” é aprovado pelo Senado

O Senado deu sinal verde, na última quarta-feira (27), ao projeto conhecido como “Lei Felca”, que busca garantir maior segurança para crianças e adolescentes em ambientes digitais, como redes sociais, aplicativos, sites e jogos online. Aprovado anteriormente pela Câmara, o texto agora depende da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para se tornar lei.

Preocupações com a segurança de menores online

A iniciativa ganhou força após a repercussão de um vídeo do influenciador Felca, que revelou a vulnerabilidade de menores em espaços privados nas redes sociais. Para combater práticas nocivas, a proposta proíbe conteúdos que promovam exploração sexual, pornografia, violência, cyberbullying, consumo de drogas, álcool, tabaco, jogos de azar ou propagandas enganosas direcionadas a esse público.


Vídeo-denúncia de Felca sobre a “adultização” de menores nas redes sociais (Foto: reprodução/YouTube/@felcaseita)

Obrigações das plataformas

As empresas digitais terão que adotar mecanismos robustos de verificação de idade, eliminando a possibilidade de autodeclaração pelos usuários. Contas de menores de 16 anos precisarão estar associadas a um responsável legal, que poderá ser responsabilizado pelas ações online. Além disso, as plataformas deverão disponibilizar ferramentas de controle parental, permitindo que os pais supervisionem o conteúdo acessado e restrinjam o tempo de uso, com alerta claros exibidos na tela.


Sessão do Senado Federal (Foto: reprodução/Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Proibições e penalidades

O projeto também proíbe as chamadas “loot boxes” em jogos eletrônicos, comparadas a jogos de azar pelo senador Flávio Arns (PSB-PR), relator da proposta, devido ao seu potencial de causar dependência em menores. O descumprimento das regras pode resultar em multas que variam de R$ 10 por usuário até R$ 50 milhões, além de possíveis suspensões temporárias ou definitivas das plataformas no Brasil. Usuários que fizerem denúncias falsas de forma recorrente também podem ter suas contas suspensas.

Felca revela que recusou publicidades após documentário sobre adultização

Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, participou do programa de entrevistas Conversa com Bial na madrugada da última quarta-feira (27), após toda a repercussão de seu vídeo sobre adultização infantil. Durante a entrevista, o influenciador falou sobre a sua infância, deu detalhes de o porquê ter recusado propostas de publicidade e falou sobre ameaças de morte que tem recebido.

Infância de abandono

O influenciador revelou que se inspirou na própria infância para produzir o vídeo Adultização, publicado no início de agosto. Ele contou que quis chamar a atenção para a exploração de menores nas redes sociais porque foi vítima de abandono quando criança. “Fui uma criança muito sozinha, abandonada. Que não tinha voz e, quando falava, não tinha ninguém para escutar. Você me deu um questionamento. Talvez, sim… Eu fiz pela criança que fui. E fiz porque existem crianças e adultos por aí que foram também a criança que fui: Sozinha, sem voz. E se ninguém dá voz a essa criança, ela cresce desamparada, sem perspectiva”, refletiu.


Felca durante entrevista ao programa Conversa com Bial (Vídeo: Reprodução/Instagram/@conversacombial)

Um minuto de silêncio

Elogiado por Bial por sua coragem, Felca revelou que foi o pior mês de sua carreira, financeiramente. “Eu sou influenciador. A maior parte da minha renda vem de publicidade. Nesse ínterim, nessas duas semanas, eu perdi, recusei ou declinei todas as publicidades que chegavam até mim. Então, neste mês, não tive qualquer tipo de renda. Para os negócios não foi bom. Foi quase um minuto de silêncio. Nesse momento a gente tem que falar sobre algo mais importante. Não quero chegar e falar, “compre tal coisa”, pegaria mal, eu iria me descredibilizar. Nesse momento estou fazendo algo mais importante do que eu ou da minha renda. O meu silêncio é para focar nessa causa”.  Admitiu.


Felca afirma vir sofrendo ameaças (Vídeo: Reprodução/Instagram/@conversacombial)

Desdobramentos da denúncia

Duas semanas após a publicação do documentário, Felca disse ter recebido mensagens de apoio, mas também se tornou alvo de ataques virtuais e até ameaças de morte. “Existem pessoas que não estão felizes com o que faço, o que fiz. Elas estão se sentindo contrariadas e dizem que querem me matar, não querem que eu continue vivo ou continue falando”.

O vídeo Adultização já ultrapassou mais de 48 milhões de visualizações no Youtube em apenas duas semanas e segue gerando debates na sociedade e projetos de lei sobre os limites da exposição infantil na internet.

Para Felca, a polêmica marca um divisor de águas em sua trajetória “Talvez eu esteja perdendo financeiramente, mas estou ganhando em consciência e propósito”. Afirmou o influenciador.

O vídeo também culminou na prisão do influenciador paraibano Hytalo Santos, no último dia (15), alvo de uma investigação contra crimes envolvendo crianças e adolescentes.

 

 

Homem acusado de ameaçar youtuber Felca é preso

Nessa segunda-feira (25), a Polícia Civil de São Paulo prendeu um homem em Olinda, Pernambuco, acusado de fazer ameaças ao youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca. A motivação das ameaças se deve ao fato de que, segundo a polícia, o suspeito lucra com a venda de vídeos e fotos de vítimas de estupro virtual.

Sobre o suspeito


  Suspeito de ameaçar o Felca é preso pela Polícia de São Paulo (Vídeo: reprodução/X/@redeondadigital)

Identificado como sendo Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, o suspeito possui 22 anos e foi detido em sua residência em Olinda, após uma ação conjunta da polícia de São Paulo e de Pernambuco, para cumprir mandatos de busca, apreensão e prisão temporária. Cayo estava acompanhado de outro homem, que deve ser apresentado à autoridade policial, sob a suspeita de envolvimento, no momento da prisão.

Além disso, no a Polícia verificou que o computador estava aberto na tela que dá acesso à plataforma de Segurança Pública do estado de Pernambuco, o que reforçou a gravidade de sua conduta e será analisado pericialmente.

Além do envolvimento com a venda da exposição de vitimas de estupro virtual, a polícia também divulgou que o suspeito oferecia trabalhos ilícitos, supostamente liderando uma organização criminosa digital envolvida em ameaças, extorsões, estelionatos e invasões de dispositivos para falsificação de documentos público. Cayo Lucas já está envolvido em outros processos.

Os e-mails

Enviados no dia 16 de agosto, os e-mails fazem referência ao vídeo ”adultização”, publicado por Felca no dia 06 de agosto desse ano, onde mostrava a forma como a exposição infantil é consumida nas redes sociais, falava sobre a ação dos pedófilos e também se posicionava sobre a necessidade da regularização das plataformas. No mesmo vídeo, o youtuber também citava alguns casos e fez uma denúncia aberta ao influenciador Hytalo Santos, por exploração de menores de idade em seus conteúdos nas redes sociais.

Em um dos e-mails, enviado às 5h30 da manhã, o remetente da mensagem diz: ”Você acha que vai ficar impune por denunciar o Hytalo Santos”. A mensagem segue com ameaças: “Você tá enganado você vai ferrar muito sua vida“, “prepara pra morrer” e “você vai pagar com a sua vida“. Um segundo e-mail, enviado às 8h05 reforça as ameaças.

Felca pediu a quebra do sigilo ao e-mail ao Google Brasil, com o pedido sendo acolhido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que ordenou que o Google fornecesse em 24 horas asas informações de identificação do usuário responsável pelo e-mail, incluindo IPs de acesso e dados cadastrais.

Outras ameaças

Desde que publicou o vídeo, a discussão sobre a exposição de menores de idades nas redes sociais viralizou de tal forma que ajudou o assunto a finalmente ganhar força como pauta política, com a PL da Adultização. Felca revelou em entrevistas que, como esperado, ele está sendo alvo de diversas ameaças de morte e tentativas de difamação, tendo que andar de carro blindado e com seguranças.

Câmara acelera projeto contra adultização infantil nas redes sociais

Na última terça-feira (19), a Câmara dos Deputados aprovou o requerimento de urgência para o PL 2.628/2022, que visa combater a adultização de crianças e adolescentes nas plataformas digitais. A decisão permite que a proposta seja analisada no plenário, sem passar pelas comissões.

O texto, pronto para votação na Câmara, é de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e já foi aprovado pelo Senado.

Urgência aprovada de maneira simbólica

A aprovação do requerimento de urgência ocorreu em votação simbólica, sem a contagem nominal dos votos. A rapidez na tramitação gerou protestos da oposição. O partido Novo pediu o registro dos votos dos deputados, mas Motta negou, afirmando que a solicitação foi feita após a aprovação.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o tema será o principal da semana. Uma comissão geral será realizada nesta quarta-feira (20), às 9h, para debater a proposta, que deve ter o mérito votado em seguida no plenário.


Câmara aprova urgência de projeto contra adultização (Vídeo: reprodução/Câmara dos Deputados/YouTube/UOL)

Projeto e discussão do tema

O Projeto de Lei 2.628/22 estabelece obrigações para fornecedores de plataformas digitais, com o objetivo de proteger crianças e adolescentes, prevenir danos, responsabilizar empresas que se omitam e obrigar a remoção de conteúdos criminosos mesmo sem decisão judicial. A proposta garante ainda que pais e responsáveis tenham controle sobre o acesso de menores.

A oposição critica trecho do projeto que aplica a lei a produtos ou serviços de tecnologia de “acesso provável” por crianças e adolescentes. Líderes do PL e do Novo afirmam que a expressão é vaga e amplia exageradamente o alcance da legislação, que deveria focar apenas nos menores. 

A discussão ganhou força após o influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, publicar um vídeo no YouTube sobre a adultização de menores, denunciando o influenciador Hytalo Santos por exploração de crianças e alertando para os riscos da exposição infantil nas redes sociais.

Influenciador Hytalo Santos e seu marido dizem não entender o motivo da prisão

O influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Natã Vicente (MC Euro), falaram pela primeira vez à Justiça após a prisão preventiva de ambos, declarando não entender o motivo pelo qual foram detidos.

A declaração foi feita durante uma audiência de custódia realizada por videoconferência no último sábado (16), em São Paulo. O casal foi preso na sexta-feira (15) em Carapicuíba, na Grande São Paulo, em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, sob graves acusações de exploração sexual infantil, tráfico humano e exploração de trabalho infantil.

A audiência de custódia e a declaração do casal

Durante a audiência, que durou cerca de sete minutos, um juiz questionou o casal sobre a prisão e a existência de violência policial. Israel Vicente descreveu a prisão como “tranquila” e ambos confirmaram que não sofreram qualquer tipo de violência por parte da polícia. Hytalo se manifestou, dizendo que ele e seu marido estavam em São Paulo e que recebiam “inúmeras” pressões, afirmando que “a gente tá aqui sem nem entender o porquê“. Ele sugeriu que a prisão estaria relacionada com o que “o povo tá falando na mídia”. O juiz considerou que a prisão ocorreu de forma legal, mantendo a detenção preventiva do casal.


Vídeos da audiência foram fornecidos pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público da Paraíba (Vídeo: reprodução/X/@choquei)

A repercussão das graves acusações

As investigações contra Hytalo e Israel, conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), estão em andamento desde o final de 2024. Contudo, o caso ganhou ampla repercussão nacional após um vídeo do youtuber Felca (Felipe Bressanim), que com mais de 50 minutos de duração, expôs supostas práticas de “adultização” e sexualização de crianças e adolescentes nos conteúdos produzidos por Hytalo e por outros perfis nas redes sociais. Segundo advogados criminalistas, o vídeo de Felca intensificou as investigações e impulsionou a ação policial.

Posição da defesa e próximos passos

Na última segunda-feira (18), Hytalo e Israel foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Pinheiros, em São Paulo, unidade que abriga presos por crimes contra a dignidade sexual. O juiz que acompanha o caso na Paraíba determinou que eles sejam transferidos para uma prisão no estado nordestino o mais rápido possível.

A defesa de Hytalo e Israel, liderada pelos advogados Felipe Cassimiro, Ricardo Ueno e Sean Abib, nega todas as acusações e classifica a prisão como “genérica” e “ilegal“, alegando a ausência de provas concretas e a falta de acesso aos autos do processo. Os advogados protocolaram pedidos de habeas corpus tanto no Tribunal de Justiça da Paraíba quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que foram negados. As investigações continuam, e os celulares e o veículo apreendidos serão periciados.

Justiça determina quebra de sigilo ao usuário que enviou ameaças de morte ao youtuber Felca

No domingo (17), a Justiça de São Paulo ordenou a quebra de sigilo de um usuário acusado de enviar ameaças de morte ao youtuber Felca. A decisão obriga o Google, responsável pelo Gmail, a fornecer em até 24 horas os dados que possibilitem a identificação do autor das mensagens.

De acordo com a defesa, Felca recebeu dois e-mails no sábado (16) em que o remetente afirmava que ele “pagaria com a vida” por ter denunciado a atuação do influenciador digital Hytalo Santos. O juiz responsável ressaltou que as mensagens apresentavam ameaças claras e repetidas, o que torna urgente a identificação do responsável para assegurar a proteção do youtuber.

Multa em caso de descumprimento

Na decisão, o magistrado ordenou que o Google disponibilize dados técnicos capazes de rastrear o responsável pelas mensagens, incluindo endereços de IP dos últimos seis meses, portas lógicas de origem, registros detalhados de data e hora de cada acesso, além de eventuais informações cadastrais associadas à conta de e-mail utilizada.

O juiz avaliou que esses elementos são essenciais para permitir a identificação do autor e viabilizar medidas de responsabilização criminal. Ele também rejeitou o pedido para que o processo tramitasse em segredo de justiça, sob o argumento de que não há risco de exposição de informações sensíveis.

Se a determinação não for cumprida, o Google estará sujeito a multa diária de R$ 2 mil, medida que, de acordo com a decisão, tem como objetivo assegurar a eficácia da ordem judicial.

Denúncias contra Hytalo Santos

As ameaças ocorreram após a divulgação do documentário “adultização”, publicado no canal de Felca no dia 6 de agosto e já visto mais de 40 milhões de vezes. Na produção, o youtuber expõe casos de exploração e sexualização de menores em redes sociais, com foco no influenciador paraibano Hytalo Santos.


Vídeo de Felca sobre denúncias de adultização infantil nas redes sociais (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

Conhecido por ostentar uma rotina de luxo e por viver cercado de adolescentes que chamava de “filhos”, Hytalo foi preso na última sexta-feira (15), junto ao marido, sob investigação do Ministério Público da Paraíba. O caso envolve denúncias de exposição abusiva de crianças em conteúdos digitais.

Felca, em sua análise, destacou a gravidade de episódios em que adolescentes eram colocadas em situações de sexualização diante de plateias adultas. A divulgação do vídeo viralizou e promoveu o debate sobre os limites da exposição de crianças nas redes sociais e levou autoridades a se mobilizarem sobre o tema.

Felca esclarece demora em expor o tema “adultização” e caso de Hytalo Santos

O influenciador Felca, de 27 anos, afirma que levou cerca de um ano para juntar provas e informações para trazer o tema “adultização” e associar ao influenciador paraibano Hytalo Santos, preso nesta sexta-feira (15). 

Um ano de preparo psicológico e levantamento de provas 

Segundo o influenciador, o motivo foi pelo tempo para juntar e analisar provas, além de se preparar psicologicamente, pois já imaginava o que poderia acontecer. 

“Eu demorei um ano para postar o vídeo porque é um tema tão aversivo que, se você não tem sangue de barata, não consegue”, explica ele em um trecho do vídeo de 49 minutos onde aborda o assunto e que está publicado em seu canal no YouTube.


Influenciador fala sobre o tema adultização e explica as consequências (Vídeo: reprodução/Instagram/@felca0)

Felca afirma que o mais difícil foi juntar provas de tudo isso, já que o influenciador não só trouxe o caso de Hytalo Santos, mas também de outras pessoas que foram destaques em algum momento na mídia por expor menores. 

Ele ainda relata que foi muito difícil analisar os materiais que tinha em mãos, e que, em muitos momentos, precisou dar pausas para que pudesse retornar no outro dia, se referindo à complexidade psicológica que o conteúdo analisado trazia. 

Após a publicação do vídeo, não somente no YouTube, mas nas redes sociais, o influenciador ficou entre os assuntos mais comentados da semana. A denúncia feita por Felca teve tanta repercussão que foi parar no Jornal Nacional e ainda segue com desdobramentos. 

O vídeo do influenciador, que conta com um pouco mais de 45 minutos, já chegou a 41 milhões de visualizações no YouTube e cerca de 185 milhões no Instagram. 

De acordo com Felca, a monetização desse vídeo nas redes será doada a instituições que cuidam de crianças vulneráveis. 

A denúncia 

Felca aborda em seu vídeo o tema “adultização”, onde mostra de forma escancarada sobre a exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais. O assunto mostra como é inserir crianças e adolescentes em um espaço que não é próprio da infância. 


Vídeo de Felca onde fala sobre adultização (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

O tema é associado a um dos influenciadores citados no vídeo, Hytalo Santos, acusado de utilizar menores de idade para promover conteúdos com teor sexualizado. Hytalo mostrava em seu canal a “turma do Hytalo” e “filhos”, onde mostrava adolescentes fazendo danças sensuais, entre outros conteúdos com conotações sexuais. 

Felca também mostra na prática como é supostamente fácil para um criminoso criar um perfil falso nas redes, curtir fotos e conteúdos que tenham crianças em registros ou poses sugestivas e direcionar o algoritmo da plataforma a “condicionar” conteúdos daquela mesma espécie, mostrando como um pedófilo, por exemplo, consegue se conectar com outros criminosos por meio desses conteúdos expostos e entregues. 

E com toda a exposição, o influenciador, além de pedir para que os pais tomem cuidado ao expor o filho na internet através de vídeos e fotos, também cobra um posicionamento das plataformas que monetizam esse tipo de conteúdo.

Assessor e família defendem Hytalo Santos e negam acusações

Derick Spazanelli, assessor de Hytalo Santos, saiu em defesa do influenciador e de seu marido, Israel Natã Vicente, após a prisão do casal em São Paulo, nesta sexta-feira (15). Eles são investigados por suspeita de exploração e exposição de menores em conteúdos para redes sociais, além de possível envolvimento com tráfico humano.

Em nota, o representante afirmou que Hytalo e Israel são inocentes e que sempre atuaram dentro da legalidade. “Estamos confiantes de que a verdade será esclarecida e que ambos terão sua integridade reconhecida. As acusações são infundadas e não condizem com a conduta do casal”, declarou.

Assessor defende Hytalo e critica acusações

Na porta da delegacia, o assessor Derick Spazanelli defendeu a inocência de Hytalo Santos e de seu marido, Israel Natã Vicente, presos nesta sexta-feira (15) em São Paulo. Ele argumentou que, mesmo com a derrubada dos perfis oficiais, existem outros que replicam todo o conteúdo, e desafiou a imprensa a apontar qualquer crime nas publicações. “Quer dizer que não pode tocar funk ou brega funk em festa de 15 anos? O funk é crime? O brega funk é crime? A dança é arte e, como arte, merece respeito”, afirmou, reforçando que o trabalho do casal sempre esteve dentro da legalidade.


Assessor Derick Spazanelli defendendo Hytalo e Israel (Vídeo: reprodução/X/@choquei)

Durante a conversa com a imprensa, fãs de Hytalo Santos marcaram presença e demonstraram apoio ao influenciador. Ao lado do assessor Derick Spazanelli, eles afirmaram acreditar que as ações contra ele seriam motivadas por inveja. Em meio à manifestação, um dos presentes questionou: “É inveja ou não é?”. De imediato, Derick respondeu em tom firme: “É inveja!”.

Família rebate suspeita de fuga após ação policial

O assessor também ressaltou que Hytalo Santos e Israel irão se pronunciar em breve. “Eles irão se manifestar, inclusive vão conceder entrevistas assim que saírem. Podem ficar tranquilos. Eles não têm nada a temer, são inocentes”, afirmou, reforçando a confiança na absolvição do casal.

Ainda na coletiva desta sexta-feira (15), Josué, primo de Hytalo Santos, afirmou que, quando a operação foi realizada na casa do influenciador, em João Pessoa, na última quarta-feira (13), todos já estavam em São Paulo. Ele garantiu que Hytalo e o marido não deixaram a Paraíba para escapar da ação policial, ressaltando que a viagem havia sido planejada com antecedência.

Os principais pontos da investigação

O Ministério Público da Paraíba (MP-PB) apura, desde 2024, denúncias de exploração de menores envolvendo Hytalo Santos. Segundo as investigações, entre os conteúdos analisados estão vídeos nos quais o influenciador se refere a meninas como “filhas” e a meninos como “genros”.

O youtuber Felca também acusou Hytalo Santos de “adultização” e exploração de crianças e adolescentes, ampliando a repercussão do caso nas redes sociais e levando o assunto para o debate político. No último domingo (10), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que irá pautar ainda nesta semana projetos de lei voltados ao combate desse tipo de prática.