Erika Hilton pede a inelegibilidade de Eduardo Bolsonaro após publicação sobre anistia

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) solicitou à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), nesta segunda-feira (6), a inelegibilidade do também deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar que, caso o projeto de anistia não seja aprovado, as eleições gerais em 2026 não ocorrerão.

A deputada psolista também solicitou o bloqueio de bens dos assessores e suas verbas de gabinete.

Publicação polêmica de Eduardo

Na última quinta-feira (2), Eduardo Bolsonaro usou o seu perfil no X para comentar a respeito da PL da Dosimetria redução da pena para aqueles que foram presos por envolvimento nos atos do “8 de janeiro”.

Na publicação, Eduardo afirmou que, ao revisar as penas, os condenados do incidente ocorrido na Praça dos Três Poderes estariam sendo equiparados a ditadores. O filho “03” de Jair Bolsonaro também acredita que a proposta da anistia serve como uma forma de “defesa tolerável da democracia”.

Por fim, o parlamentar disse que “sem anistia, não haverá eleição em 2026”.


Eduardo Bolsonaro em defesa dos presos do "8 de janeiro" em evento nos EUA (Foto: reprodução/Anita Pouchard Serra/Bloomberg/Getty Images Embed)

Risco de perda do mandato

A publicação de Eduardo realizada na última quinta-feira motivou Erika Hilton a entrar com uma ação em defesa da inelegibilidade do deputado. A psolista crê que é “inaceitável” que o parlamentar continue tendo um gabinete na Câmara dos Deputados e que seus assessores recebam R$ 132 mil, uma vez que Eduardo reside nos EUA atualmente.

Desde março deste ano, Eduardo Bolsonaro deixou o Brasil, pedindo licença do cargo de deputado sem previsão de retorno ao país. Antes da viagem aos EUA, o parlamentar afirmou que estaria em busca das “devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, em referência aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de suas decisões contra os envolvidos na chamada trama golpista.

No último dia 20 de julho, se encerrou o prazo de licença de Eduardo Bolsonaro do cargo de deputado. A partir de então, o parlamentar passou a receber faltas por sua ausência na Câmara, o que pode resultar em perda de seu mandato.

Erika Hilton preside subcomissão para discutir fim da escala 6×1

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi escolhida para presidir a subcomissão instalada nesta quarta-feira (7) na Câmara dos Deputados que vai discutir a proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende pôr fim à escala de trabalho conhecida como 6×1. O grupo foi criado pela Comissão de Trabalho e terá como relator o deputado Luiz Gastão (PSD-CE).

O principal objetivo da subcomissão é aprofundar o debate sobre o tema e apresentar alternativas ao modelo atual antes que a proposta siga para tramitação formal. De acordo com Erika Hilton, pesquisas recentes mostram que quase sete em cada dez brasileiros apoiam a redução da jornada de trabalho, o que reforça a necessidade de tratar o assunto com atenção.

Busca por consenso entre setores

A parlamentar destacou que o texto ainda está em construção e que será preciso ouvir diferentes setores para chegar a uma solução que seja considerada justa. Segundo ela, não se trata de apresentar uma proposta fechada, mas sim de construir coletivamente um consenso que garanta melhores condições para os trabalhadores, sem desconsiderar a realidade de cada área econômica.


 Erika Hilton com o Presidente da Câmara pelo fim da escala 6x1 (Foto: reprodução/Instagram/@hilton_erika)

Regime 6×1 é alvo de críticas

O ponto central do debate é a substituição do regime 6×1, no qual o empregado trabalha seis dias seguidos e folga apenas um. Para os defensores da mudança, esse modelo prejudica a saúde física e mental, além de limitar o convívio familiar. Empresários, por outro lado, alertam para os custos adicionais e os impactos na produtividade.

A proposta conta ainda com o apoio do presidente do Luiz Inácio Lula da Silva, que já se manifestou favoravelmente ao fim da escala 6×1. No começo do ano, a deputada conseguiu reunir o apoio de mais de 220 parlamentares e apresentou uma proposta de emenda à Constituição com o objetivo de alterar o modelo atual de escala de trabalho. A iniciativa superou o número mínimo de assinaturas exigidas para tramitação.