Número de brasileiros que enfrentam a fome cai para 6,4 milhões, o menor desde 2004

A pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a fome atingiu 6,4 milhões de brasileiros em 2024, o menor número registrado desde 2004. O levantamento faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) e revela que 3,2% dos lares do país enfrentam insegurança alimentar grave — queda significativa em relação a 2023, quando 8,6 milhões de pessoas viviam nessa condição, o equivalente a 4,1% dos domicílios. Em um ano, 2,2 milhões de brasileiros deixaram de passar fome.

Renda e emprego impulsionam melhora

Os dados apontam que a recuperação econômica foi decisiva. O aumento da renda, a ampliação do Bolsa Família e a estabilidade do mercado de trabalho contribuíram diretamente para a redução da fome. Entre as famílias em insegurança alimentar grave, 71,9% vivem com até um salário mínimo, e 66,1% dos lares com algum grau de privação alimentar têm renda per capita de até um salário mínimo.


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A estabilidade no emprego foi crucial para a redução da fome entre os mais pobres. (Reprodução/Imagem ilustrativa/Getty images Embed/Andreswd)

A gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, destacou que o recuo da taxa de desocupação e os programas sociais garantiram um cenário mais favorável de acesso à alimentação.

Desigualdade ainda no prato brasileiro

Mesmo com avanços, a fome segue mais presente em lares chefiados por mulheres (59,9%) e pessoas negras (70,4%) — sendo 54,7% pardas e 15,7% pretas. As regiões Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%) concentram os piores índices, com destaque para as áreas rurais (31,3%).
Embora 24,2% dos lares brasileiros ainda convivam com algum grau de insegurança alimentar, o número é inferior ao de 2023 (27,6%) e sinaliza avanço em relação aos últimos anos, o que impulsiona uma continuidade na diminuição da fome no Brasil, país que carrega em sua história a desigualdade social.

Papa Leão XIV criticou a desigualdade nos salários e fez referência a Elon Musk

O Papa Leão XIV criticou, em entrevista divulgada neste domingo (14), os planos de remuneração de corporações que proporcionam aos executivos salários muito maiores que os dos demais trabalhadores. O líder religioso alertou para os impactos dessas disparidades na sociedade. Em entrevista, o pontífice abordou os salários oferecidos por grandes empresas. Ele destacou os elevados valores recebidos por executivos de alto escalão.

O pronunciamento do Papa Leão XIV

“Há 60 anos, líderes poderiam ganhar de quatro a seis vezes mais que os empregados; hoje, recebem 600 vezes mais”, declarou o pontífice.

“Ontem foi noticiado que Elon Musk se tornará o primeiro trilionário do mundo”, disse ele. “Mas o que isso realmente significa? Se esse for o único valor relevante, estamos diante de um grande problema”, acrescentou o Papa.

Na entrevista feita no final de julho para uma biografia que ainda não foi lançada, Leão XIV comentou sobre a Organização das Nações Unidas, seus muitos anos atuando como missionário no Peru, sua adaptação ao papel de pontífice e suas perspectivas de paz para o conflito entre Ucrânia e Rússia.

O papa adotou um estilo mais reservado do que o de seu antecessor, Francisco, que frequentemente concedia entrevistas, preferindo se comunicar por meio de textos preparados. Os trechos divulgados neste domingo foram publicados pelo site católico Crux.


Papa Leão XIV se pronuncia sobre desigualdade salarial (Foto: reprodução/Instagram/@pontifex)

O sucessor de Francisco

Eleito em maio pelos cardeais como o primeiro papa norte-americano, para suceder Francisco, Leão XIV criticou a ONU, afirmando que a organização já não consegue exercer uma diplomacia multilateral de maneira eficaz.

“A Organização das Nações Unidas deveria ser o local onde várias questões são discutidas”, afirmou. “Infelizmente, parece que atualmente é amplamente reconhecido que a ONU perdeu a capacidade de reunir os países em torno de assuntos multilaterais.”

Ao assumir o papado, ele disse se sentir mais preparado para conduzir espiritualmente os 1,4 bilhão de católicos do mundo, mas menos apto a desempenhar um papel relevante na diplomacia global.

“O aspecto totalmente novo deste cargo é ser colocado no nível de liderança mundial”, declarou. “Estou aprendendo muito e sendo desafiado, mas não me sinto sobrecarregado.”

Aniversário do Papa Leão XIV

Neste domingo (14), o papa completou 70 anos no Vaticano. Imagens divulgadas pela Igreja Católica mostram-no com um bolo, acompanhado por outros membros da Igreja, celebrando a data. Neste domingo, o papa celebrou uma missa na Praça de São Pedro para os fiéis que visitavam o Vaticano.

“Saúdo com carinho todos vocês, moradores de Roma e peregrinos da Itália e de outros países”, disse em italiano, recebendo reações do público. “Parece que sabem que hoje completo 70 anos. Agradeço a Deus, aos meus pais e a todos que se lembraram de mim em oração.”

Desafios que ele vai enfrentar

O mundo também observa com atenção para ver se ele seguirá os passos do papa Francisco. O posicionamento de Francisco contra a ostentação e seu tom mais moderado em questões sociais foram elogiados por alguns líderes ocidentais, mas parte da Igreja continua defendendo uma linha mais rígida em temas como sexualidade, gênero, casamento e imigração.

Ele também precisará agir com cautela ao decidir quando intervir em questões internacionais. Nos últimos anos, Francisco se envolveu cada vez mais na política, defendendo os direitos dos imigrantes, pedindo um cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas e sugerindo provocando insatisfação em Kiev que a Ucrânia levantasse “a bandeira branca” e fizesse concessões para encerrar a guerra com a Rússia.

A forma como Leão XIV lidará com os escândalos de abusos sexuais cometidos por membros do clero, que afetam a Igreja há décadas, também poderá marcar seu papado. Embora Francisco tenha tomado algumas medidas para enfrentar questões sistêmicas e tenha defendido seu histórico, ele foi criticado por grupos de sobreviventes por não responsabilizar bispos e cardeais acusados de encobrir os abusos.

Charlize Theron critica casamento milionário de Jeff Bezos e Lauren Sánchez em evento beneficente

Durante um evento beneficente em Los Angeles, a atriz Charlize Theron criticou o luxuoso casamento do bilionário Jeff Bezos e Lauren Sánchez, que ocorreu recentemente na Itália. A cerimônia, estimada em cerca de US$ 50 milhões, ganhou repercussão por sua escala extravagante e pela presença das personalidades mais famosas atualmente. Além das críticas sociais, o evento se destacou por sua grandiosidade e impacto na cidade de Veneza.

Charlize Theron critica o casamento bilionário

Neste sábado (28), durante um evento beneficente organizado pela fundação, o Charlize Theron Africa Outreach Project, a atriz sul-africana Charlize Theron, subiu ao palco do evento para discursar sobre as causas sociais, mas também para criticar o novo casal bilionário, o dono da Amazon, Jeff Bezos e a jornalista Lauren Sánchez, que recentemente se casaram em um luxuoso casamento de três dias de celebração na Itália.

O evento, ocorrido no Universal Studios em Los Angeles, contou com Theron fez um comentário ácido sobre ter sido deixada de fora da lista exclusiva de convidados. “Creio que somos as únicas pessoas que não foram convidadas para o casamento de Bezos”, brincou ela, a fala gerou risos entre o público.

Seguida por uma crítica incisiva: “Tudo bem. Eles são péssimos, e nós somos incríveis.” comentou a atriz. Em seguida, Charlize adotou uma postura mais séria ao abordar o que considera uma regressão mundial nos direitos de justiça social e direitos humanos. “Estamos andando para trás. As políticas migratórias estão destruindo famílias e não criminosos. Os direitos das mulheres estão sendo diminuídos. Vidas LGBTQ+ estão sendo marginalizadas. A violência de gênero está em ascensão, essa questão ultrapassa a política e atinge o âmbito pessoal”, declarou ela. Seu discurso, carregado de emoção, foi recebido com aplausos, especialmente quando concluiu uma expressão de desprezo direcionado a Bezos e Sanchez.

Contexto do casamento: luxo e ostentação em Veneza

Enquanto isso, a celebração chamou a atenção pela grandiosidade, assemelhando-se a mais um evento da realeza do que uma cerimônia íntima. Mesmo o casamento civil já oficializado nos EUA, o casal optou por uma comemoração simbólica em Veneza, com um valor estimado em cerca de US$ 50 milhões. As festividades prolongaram, por diversos dias, o uso de iates sofisticados, celebridades convidadas e opulência exagerada.

A etapa principal aconteceu na ilha de San Giorgio Maggiore, um local histórico em frente ao antigo arsenal naval da cidade. Os noivos optaram por um ultraexclusivo Aman Hotel, um palácio renascentista com diárias a partir de € 2.000. A imprensa italiana reportou que o cantor Matteo Bocelli, filho do icônico Andrea Bocelli, realizou uma serenata ao vivo.


Reportagem sobre o casamento de Jeff Bezos e Lauren Sanchez (Vídeo: Reprodução/YouTube/Entertainment Tonight)

Gastronomia de alto padrão na cerimônia

A noite foi encerrada com apresentações privadas de ninguém menos que Lady Gaga e Elton John. O jantar ficou na responsabilidade do chef Fabrizio Mellino, reconhecido por três estrelas Michelin, e o bolo de casamento foi assinado pelo famoso confeiteiro francês Cédric Grolet.