Novas testemunhas depõem em caso do rapper P.Diddy

O julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs segue após quase um mês, quando começou em maio, e, nesta sexta-feira (20), o júri ouviu novas testemunhas interrogadas. A expectativa é que até a próxima quinta-feira (25) sejam apresentadas as alegações finais.

Mensagens do cantor com sua ex-companheira Cassie Ventura foram analisadas pelo júri. Nelas, a mulher falava sobre ter “medo” quando Diddy ficava com raiva e que se sentia como uma “prostituta” para ele: “Você me arrastou pelo corredor e me puxou pelo cabelo. […] Eu sou impulsiva e eu sempre me desculpo, mas isso não quer dizer que eu não te amo”, escreveu Ventura. Em outras mensagens, Diddy diz a ela que outras mulheres “fariam de tudo” para estar no lugar que ela estava.

Novas testemunhas no caso Diddy

Além disso, o agente Joseph Cerciello, da Homeland Security Investigations, e Brendan Paul, ex-assistente do rapper, também foram interrogados. Eles trouxeram novas informações, inclusive sobre como funcionava o esquema da compra de drogas para as festas do rapper, as famosas “Freak Offs”, que envolviam atos sexuais.


Sean "Diddy" Combs e Cassie Ventura (Foto: reprodução/Jeff Kravitz/Getty Images Embed)

Brendan Paul informou que nunca esteve presente nos quartos de hotéis do cantor, então não sabe sobre atividades ilegítimas que o mesmo poderia praticar dentro deles. Entretanto, o ex-assistente de Combs disse que via o rapper usar drogas, como cocaína, ecstasy e maconha, e que às vezes parecia estar chapado. Paul alegou que transportava apenas pequenas quantidades desses narcóticos, e que comprava as drogas com um antigo assistente de Diddy, Phillip Pines.

Nesse último testemunho, também foi apresentado ao júri uma situação em que Diddy reservou diárias de hotel com um nome falso, “Joseph Chavez”. Uma cobrança de US$ 3.750 (ou cerca de R$ 20.690 na cotação atual) foi feita por conta de móveis danificados. Os documentos foram analisados por Joseph Cerciello, que depôs no tribunal e trouxe essas informações. Segundo ele, havia fluidos corporais manchando o piso de madeira e os móveis.

Cronograma do julgamento

Os promotores e a defesa do rapper afirmam que pretendem encerrar o caso até a próxima quarta-feira, tendo uma alegação final feita pelo juiz no dia seguinte. Alterações podem ser feitas de acordo com novas manifestações das partes.

Bolsonaro diz que “golpe não existiu” ao chegar para depor no STF

Ao chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o “golpe não existiu”.
Comparecendo no segundo dia de depoimentos dos réus que supostamente fizeram parte de uma suposta trama golpista, ele disse que se puder ficar à vontade poderá falar por horas e que pretende mostrar “11 ou 12 vídeos curtinhos” de seus atos e pronunciamentos que, segundo ele, podem ajudar a deixar claro que nunca houve um golpe.

As falas de Bolsonaro

Entre os oito réus do chamado “núcleo crucial” que prestarão depoimento para a Primeira Turma do STF durante esta semana, Bolsonaro é o sexto desta lista. Durante sua fala, Bolsonaro contestou a PGR (Procuradoria Geral da República) quanto às denúncias sobre o possível decreto de Estado de Sítio, dizendo que antes de haver a assinatura sobre o suposto decreto, teria que convocar os conselhos e só seria assinado se o parlamento estivesse de acordo.

O ex-presidente, mostrando parte de sua estratégia defensiva, falou sobre como foi proibido de fazer algumas coisas como, por exemplo, “fazer lives” tanto na Alvorada como em sua própria casa e foi acusado até de pedofilia pelo André Janones.


Bolsonaro em depoimento (Foto/Reprodução/X/@gabrielabilo1)

Quanto o caso de questionar a segurança e veracidade dos votos das urnas eletrônicas, ele demostrou que seguirá com seu posicionamento e citou que tem um vídeo onde Flávio Dino condena a urna eletrônica e Carlos Lupi dizendo que o voto que não é impresso, é fraudulento. “Não estou inventando”, completou.

As audiências

As audiências tiveram início nesta segunda-feira (9) onde Mauro Cid, delator do caso e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Alexandre Ramagem, ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Cid tem acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e afirmou que a denúncia da PGR é verdadeira e que apesar de ter presenciado a maioria dos fatos, não participou deles. Mauro Cid confirmou que Jair Bolsonaro, não só teve acesso como sugeriu mudanças na “minuta do golpe”, documento que previa medidas autoritárias que poderiam reverter o resultado das eleições de 2022. Nesta “mudança” sugerida pelo ex-presidente, foi pedida a retirada dos nomes de algumas autoridades que deveriam ser presas e foi deixado somente o item que mantinha a prisão de Alexandre de Moraes.
Quando ao depoimento de Alexandre Ramagem, ele disse que a documentação que questionava os resultados da eleição eram apenas rascunhos pessoais e que não foram entregues a Bolsonaro e negou ter usado a Agência Brasileira de Inteligência para fiscalizar as autoridades.