EUA emite carta para Secretário de Segurança do Rio após megaoperação

A megaoperação que ocorreu na terça-feira passada (28) repercutiu internacionalmente e gerou comoções de nações como os Estados Unidos. O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, recebeu uma carta da agência de Administração de Combate às Drogas dos Estados Unidos que lamentava a morte de policiais e que se colocou à disposição para “qualquer apoio que faça necessário”.

Na carta, a agência enalteceu a ação das forças de segurança do Rio de Janeiro na megaoperação que ocorreu nos Complexos da Penha e do Alemão, na semana passada.

As realidades pós-megaoperação

A megaoperação do governo estadual do Rio de Janeiro, nomeada de Contenção, visava combater a expansão territorial e prender os líderes de facções criminosas do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho (CV). A operação resultou na morte de mais de 121 pessoas, entre elas 4 policiais.

Após a ação, mídias internacionais como o jornal britânico The Guardian e a emissora alemã DW repercutiram o assunto e noticiaram o acontecimento e alguns desdobramentos, como o fato da capital fluminense ser sede de eventos como a cúpula C40 e o Earthshot Prize, neste ano.


População sai às ruas após operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão (Foto: reprodução/Instagram/@brunoitan)


Apesar de alguns terem achado a operação um sucesso, o presidente Lula afirmou que a operação foi “desastrosa” e que “houve uma matança”. Lula também defendeu a participação de peritos criminais da Polícia Federal (PF) nas investigações acerca da operação Contenção.

A carta estadunidense

Assinada por James Sparks, a carta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos lamentou a morte de policiais na megaoperação ofereceram apoio ao Rio. O documento reiterou o “respeito e admiração pelo trabalho incansável” das forças de segurança do Rio de Janeiro.


Policiais em operação no Complexo da Penha (Foto: reprodução/Instagram/@brunoitan)


“É com profundo pesar que expressamos nossas mais sinceras condolências pela trágica perda dos quatro policiais que tombaram no cumprimento do dever, durante a recente Operação Contenção no Complexo do Alemão”, pontuou o documento.

Em nota, o consulado-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro reforçou que há uma longa tradição de cooperação na questão da segurança pública com o Brasil benéfica para ambas as nações.

Pai de Juliana Marins divulga carta para filha e lamenta perda

Manoel Marins, pai de Juliana Marins, divulgou uma carta nesta quarta-feira (26) lamentando a perda da filha, no acidente que tirou sua vida na tarde desta terça-feira (25). Na postagem, ele comenta sobre a independência de Juliana ao decidir fazer o mochilão. “Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais“, ele afirma que ela viajou com os próprios recursos, oriundo de seu trabalho.

O atleta destacou a presença da filha na casa, que ficará no quarto e “no seu lugar preferido no sofá da sala“, assim como a marca na vida de quem “teve o privilégio de te conhecer e de conviver contigo“.

Ainda na carta, Manoel diz que o que acalenta o coração é saber que Juliana se foi fazendo o que mais gostava.

Pedaço de Mim

Em uma postagem feita na mesma rede social no final da noite de terça-feira (25), Manoel Marins publicou uma foto de Juliana com o inscrito “Pedaço tirado de mim” junto ao apoio da legenda. No texto, ele registrou a letra da canção “Pedaço de Mim” de Chico Buarque.

A música narra os sentimentos de saudades de alguém, como nos versos: “Que a saudade é o pior tormento/É pior do que o esquecimento/É pior do que se entrevar”.

O pai somente conseguiu chegar à Indonésia (local do acidente) no dia da primeira publicação, porém logo que aterrissou, recebeu a notícia do falecimento da filha. Antes de chegar ao país, ele teve de esperar por horas no aeroporto de Lisboa, em Portugal, porque o espaço aéreo no Qatar foi fechado temporariamente devido aos conflitos entre Irã, Estados Unidos e Israel.

Na segunda-feira (23), o Irã lançou mísseis em bases estadunidenses instaladas no Qatar.


    Carta na íntegra (Foto: reprodução/Instagram/@manoel.marins.3)

O que aconteceu

Juliana Martins ficou desaparecida desde sexta-feira (20), quando caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Apesar dos esforços da equipe de resgate, o corpo da jovem foi encontrado apenas quatro dias depois, mas sem vida.

Segundo nota do Itamaraty, o trabalho foi dificultado pelas condições meteorológicas, do solo e de visibilidade. No entanto, a embaixada brasileira em Jacarta, capital da Indonésia, mobilizou as autoridades locais, ainda conforme a nota. O governo brasileiro prestou condolências à família da vítima.

Já o corpo de Juliana Martins só foi retirado na madrugada desta quarta-feira (25). A família da turista, no perfil oficial de atualizações sobre o acidente, se pronunciou dizendo que a filha sofreu “uma grande negligência por parte da equipe de resgate” e acrescenta que vão atrás de justiça por ela.

A jovem fazia um mochilão pela Ásia, tendo visitado outros países antes da Indonésia, como o Vietnã e a Tailândia.