Alta histórica do Bitcoin impulsiona fortunas e cria novos recordes entre bilionários do setor cripto

O mercado de criptomoedas voltou a ser o epicentro de grandes movimentações financeiras. Em julho de 2025, o Bitcoin atingiu sua maior cotação da história, ultrapassando os US$ 122 mil e arrastando consigo as fortunas de nomes ligados diretamente ao ecossistema digital. Para alguns, o crescimento não foi apenas um bom investimento, foi o fator que os alçou ao topo da lista dos mais ricos do planeta.

Do anonimato ao topo da fortuna mundial

A explosão do Bitcoin reacendeu o debate sobre uma figura que permanece envolta em mistério: Satoshi Nakamoto. A identidade por trás da criação do BTC jamais foi confirmada, mas suas supostas reservas, estimadas em mais de 1 milhão de moedas não movimentadas, fariam dele hoje um dos homens mais ricos do mundo. A fortuna projetada? Acima dos US$ 135 bilhões.

Empresários que surfaram a onda cedo (e não pularam dela)

Um dos nomes mais emblemáticos da valorização recente é Michael Saylor, fundador da MicroStrategy. Quando boa parte do mercado ainda via o Bitcoin com desconfiança, ele apostou pesado. Sua empresa acumula mais de 600 mil BTC, enquanto Saylor pessoalmente detém cerca de 17 mil unidades da criptomoeda. O resultado: um salto bilionário em sua fortuna pessoal e a consolidação de sua imagem como um dos maiores defensores do ativo.

Já Brian Armstrong, CEO da Coinbase, viu seu patrimônio aumentar de forma indireta. A valorização do Bitcoin impulsionou o desempenho da exchange na bolsa americana, e com cerca de 19% das ações da empresa em seu nome, Armstrong hoje soma mais de US$ 16 bilhões em patrimônio.

Gêmeos cripto e investidores pioneiros

Conhecidos desde a era do Facebook, os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss se tornaram figuras respeitadas no mundo cripto. Cada um detém cerca de 28 mil BTC, acumulando individualmente fortunas superiores a US$ 3,5 bilhões. Sua plataforma de negociação, a Gemini, também foi beneficiada pela onda de valorização, reforçando a influência dos irmãos no setor.

Outros nomes também colhem os frutos da visão de longo prazo: Mike Novogratz, ex-banqueiro e fundador da Galaxy Digital, e Tim Draper, investidor que comprou quase 30 mil BTC em um leilão do governo dos EUA em 2014, viram suas apostas de mais de uma década atrás renderem múltiplos bilhões.


Imagem de Trump e aumento do bitcoin após declarações do mesmo (Foto: reprodução/x/@merlijntrader)

Ambiente mais favorável atrai ainda mais capital

A disparada do Bitcoin não aconteceu isoladamente. Nos últimos meses, avanços no cenário regulatório dos Estados Unidos contribuíram para tornar o ambiente mais receptivo aos ativos digitais. Projetos de lei em tramitação na Câmara americana, voltados à transparência e ao controle da emissão de moedas digitais, alimentaram o otimismo do mercado.

Além disso, o aumento da adoção institucional é notável. Empresas como a própria MicroStrategy, além de GameStop e até grupos ligados a Donald Trump, passaram a incluir BTC em suas reservas, reforçando a confiança no ativo como proteção patrimonial e mecanismo de valorização.

Perspectivas: até onde pode ir o topo

Com a cotação em alta, os olhos do mercado agora se voltam para a sustentabilidade desse crescimento. Analistas divergem: para alguns, o momento é de cautela frente a possíveis correções. Para outros, estamos apenas no início de uma nova fase de valorização com fundamentos mais sólidos do que nunca.

Enquanto isso, quem entrou cedo, ou teve coragem de permanecer mesmo em meio às quedas anteriores, celebra. O Bitcoin, mais uma vez, provou que não é apenas um ativo financeiro, mas um movimento que continua moldando a nova geração de bilionários do século XXI.

Bitcoin alcança máxima histórica em meio a discussões no Congresso Americano

O Bitcoin (BTC) operou em queda na manhã desta terça-feira (15) e corrigiu parte dos ganhos obtidos pela escalada da criptomoeda, que atingiu uma máxima histórica de US$122 mil (R$679.540,00) no início da semana. Às 8h30, no horário de Brasília, o ativo digital registrou uma desvalorização de 4%, dada a realização de lucros dos investidores (venda de ações que rapidamente se valorizaram). 

O movimento de alta começou na semana passada e impulsionou o BTC em mais de US$15 mil (R$83.670,00). Essa escalada rápida colocou o ativo como o quinto maior global em valor de mercado, mas com isso, atraiu investidores dispostos a realizar lucros. 

Mesmo com essa venda dos ativos pelos investidores, o BTC ainda acumula uma valorização de 7,6% nos últimos sete dias. 

Cenário macroeconômico nesta terça

Divulgado nesta terça-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos teve uma aceleração de 0,3% em junho, em comparação com maio. O indicador vem em linha com o esperado pelas projeções. 

Além desse índice de inflação, os investidores analisam nesta terça-feira também a política monetária nos Estados Unidos. Segundo Christopher Waller, diretor do banco central norte-americano Federal Reserve (Fed), a instituição pode iniciar no final de julho uma política de diminuição de juros. 


 Diretor do Federal Reserve, Christopher Waller (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Para analistas do mercado, o BTC se mantém resiliente frente ao cenário macroeconômico e mantém o apetite ao risco. André Franco, CEO da Boost Research, entende que a “continuidade dos fluxos institucionais por meio de ETFs [fundos negociados em bolsa], aliada à ausência de surpresas negativas nos dados econômicos dos EUA, nos desdobramentos da ‘CryptoWeek’ e nas discussões comerciais, pode abrir espaço para uma nova tentativa de rompimento das máximas intradiárias [da criptomoeda]”, afirma.

Discussões no Congresso americano 

Mencionada por Franco como um dos fatores cruciais para a resiliência do mercado de criptoativos, a CryptoWeek vem sendo analisada de perto pelos investidores. Esse nome faz referência a esta semana nos Estados Unidos, em que a Câmara dos Deputados irá votar uma série de projetos ligados à regulamentação do setor. 

Entendidas como positivas pelos investidores, as propostas são estimuladas pelos republicanos no congresso e recebem o apoio de Donald Trump. Durante a campanha nas eleições, o presidente norte-americano prometeu tornar o país a “capital cripto do planeta”. 

São três as propostas que tramitam na câmara, o Clarity Act, que define, entre outras coisas, quais dos ativos digitais serão considerados valores imobiliários, o Anti CBDC Surveillance State Act, que proíbe que o Fed crie uma moeda digital de banco central no país, e o Genius Act, que regulamenta as stablecoins – forma de criptomoeda atrelada a um ativo estável, como o dólar americano. 

Bitcoin volta a ultrapassar US$ 100 mil após cessar-fogo no Oriente Médio

O conflito no Oriente Médio envolvendo Irã e Israel fez com que o preço do Bitcoin caísse drasticamente para US$ 90 mil na semana passada. A tensão de que a guerra evoluísse fez com que os investidores recuassem e procurassem ativos seguros.

Porém, após o anúncio do cessar-fogo entre os países envolvidos, o preço da moeda digital voltou a subir, chegando a bater a marca de US$ 107 mil em 48 horas. Aliado a isso, um anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceca de um grande investimento em ativos de cripto fez com que a expectativa aumentasse em relação à moeda digital.

Instabilidade no conflito

O Bitcoin conseguiu resistir por um tempo em meio ao conflito no Oriente Médio. Contudo, o temor pelo avanço da guerra fez com que o valor por unidade apresentasse uma queda brusca para US$ 90 mil. Além do Bitcoin, outras moedas digitais também entraram em queda, como a Ethereum e a XRP.

Com o cessar-fogo, o valor do Bitcoin voltou a ultrapassar os US$ 100 mil. A maior valor que a moeda digital atingiu foi o de US$ 112 mil por unidade.


Donald Trump na Cúpula de Ativos Digitais da Casa Branca, após estabelecer reserva de bitcoin (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Regulação do cripto

Na última terça-feira (24), o Senado americano aprovou por 68 a 30 um projeto que regula o StableCoin, uma das várias criptomoedas existentes no mercado e que é comumente atrelada ao dólar americano. Conhecida como Lei Genius, a legislação visa proteger os investidores da moeda digital.

Segundo o senador republicano Bill Hagerty, o projeto fará com que os Estados Unidos assumam a liderança em relação à criptografia. Ele foi um dos autores do projeto de lei aprovado.

Setor imobiliário

Com o processo de regulação das criptomoedas nos Estados Unidos, o próximo passo de Donald Trump é que os investidores possam realizar transações sem a necessidade de conversão para o dólar. E o primeiro setor a experimentar a novidade será o ramo imobiliário.

A Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA) emitiu um comunicado para duas empresas que realizam hipotecas de residências pedindo que se ajustem para aceitar criptoativos em suas transações comerciais. De acordo com Adam Reeds, CEO da empresa de empréstimos em criptomoedas Ledn, a nova diretriz “reconhece que a riqueza moderna nem sempre está em contas bancárias tradicionais”.

A condição é que as empresas Fannie Mae e Freddie Mac reconheçam somente investimentos que possam ser fiscalizados por corretoras regulamentadas no país, a exemplo da Coinbase.