Leandro Castro e Sau levam artesanato para passarela do SPFW

A nova edição de número 60 do São Paulo Fashion Week carrega a celebração dos 30 anos de existência do evento, que é um dos mais importantes da moda na América Latina. Durante as semanas em que acontecem as apresentações, diversas marcas, estilistas e projetos se unem no solo paulista para mostrar suas coleções, fruto de trabalho extenso e pesquisas. O estilista Leandro Castro e a marca Sau, de Yasmin Nobre, subiram às passarelas com desfiles que uniram moda, sustentabilidade e artesanato. 

Leandro Castro

Na quinta-feira (16), o estilista paulistano subiu às passarelas do SPFW pela segunda vez. Para essa nova coleção apresentada, Leandro se uniu ao estilista Walter Rodrigues, tutor do projeto Biomas da Sebrae, em uma viagem à Amazônia com a finalidade de fazer uma imersão de estudos sobre o bioma, a sustentabilidade e os materiais orgânicos que ele oferece. 

Desse modo, nasceu a coleção “Gaiafilia”, resultado dessas pesquisas. Para a criação dessa coleção, o estilista se aprofundou nos estudos feitos, trazendo os materiais sustentáveis a serem confeccionados. Compartilhando com os espectadores do desfile, no tempo da apresentação, uma pequena imersão no bioma brasileiro por meio da moda. 


Desfile de Leandro Castro no SPFW (Fotos:reprodução/Instagram/@topicomns)

Na coleção, os materiais utilizados para dar vida às peças vestidas foram cuias, sementes, madeira de ipê-roxo, biojoias, látex e sementes. Esses materiais foram utilizados em diferentes técnicas, resultando em um desfile diverso com visuais modernos e surpreendentes. Podendo ser vistos em blusas com recortes de madeira, látex utilizado em peças escuras. A nova coleção contou com cores escuras, indo do preto ao azul, até tons mais claros, como o rosa e o branco. Além disso, demonstrou a sustentabilidade usando materiais orgânicos apresentados como acessórios ou peças principais.

SAU de Yasmin Nobre

Na sexta-feira (17), a marca, que tem foco na moda praia e possui origem no Ceará, foi comandada pela estilista Yasmin Nobre. A nova coleção que foi apresentada no Pavilhão das Culturas Brasileiras contou com um time diverso para sua criação. A marca contou com a colaboração de alunos do Senac do Ceará na confecção das roupas, que ajudaram a desenvolver a modelagem e a criar texturas para as peças.

Além disso, a nova coleção contou com as mãos da artesã Dona Boba, profissional que faz parte da comunidade Cabreiro, localizada no município de Aracati, no litoral do Ceará. A colaboração com a artesã foi essencial para trazer o artesanato e a contemporaneidade às peças utilizadas, sendo, inclusive, feitas à mão por ela.


Desfile de Sau no SPFW (Fotos:reprodução/Instagram/@topicomns)

A nova coleção apresentada no SPFW ganhou o nome “Sagrado Feminino” e foi feita e pensada por mulheres. A marca foca no público feminino, expondo essa visão durante seu desfile ao mostrar suas peças em silhuetas femininas. Os visuais apresentam um grande destaque para tons terrosos e bege, mas ainda assim podemos ver tonalidades como branco e verde, cores coringas em aposta para o verão do próximo ano.

As peças da nova coleção contêm biquínis, maiôs, vestidos em propostas curtas e calças largas, em um estilo mais fresco para o verão. A apresentação mostrou o trabalho feito pela artesã de diferentes modos, mas o grande destaque foi as palhas usadas em vestidos, como bolsa e até mesmo na frente dos seios, como um sutiã.

Matéria por Dandara Carvalho do portal InMagazine

Loewe Foundation anuncia vencedor da Craft Prize em Madrid

Criada pela família da maison espanhola para celebrar a arte contemporânea, a Loewe Foundation premia diversos artistas contemporâneos. Em exposição desde o dia 29 de maio, no Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, em Madri, Espanha, as obras de 30 finalistas, incluindo a brasileira Jéssica Costa, ficarão expostas até o dia 29 deste mês. No total, foram 18 países participantes e, além do vencedor Kunimasa Aoki, a Loewe Foundation também fez uma menção honrosa ao nigeriano Nifemi Marcus-Bello.

Kunimasa Aoki vence o grande prêmio

O artista japonês ganhou o prêmio de 50.000 euros com a sua obra “Realm of Living Things 19”. A escultura em terracota foi feita de argila e trouxe uma nova interpretação da técnica tradicional de enrolamento cerâmico, sendo moldada com curvas e depois prensada em camadas extremamente finas. A forma com que o artista japonês misturou a tradição com a modernidade rendeu a ele o prêmio Craft Prize.

Além da exposição no Museu Nacional Thyssen-Bornemisza, as obras também estarão disponíveis no formato online. “O artesanato está na origem da Loewe, é a essência da marca… Apoiar essa categoria é algo realmente mágico.”, disse Sheila Loewe em entrevista para a imprensa após a cerimônia de premiação. 


Obra “Realm of Living Things 19” de Kunimasa Aoki (Foto: reprodução/Loewe Foundation)

Brasileira Jéssica Costa é uma das finalistas

A artista brasileira Jéssica Costa foi a primeira do país a integrar a lista de finalistas do Craft Prize. “Sobejos XII” é uma obra feita em lã, resina e madeira e, segundo a própria Jéssica, marcada pelo uso da tapeçaria. Ainda, segundo a artista, em entrevista para a Vogue, a sua arte tem como objetivo romper as fronteiras entre arte e artesanato e quebrar estereótipos. 


Obra “Soberjo XII” de Jéssica Costa (Foto: reprodução/Loewe Foundation)

Jéssica já acompanhava a Craft Prize há alguns anos e decidiu se inscrever, se surpreendendo quando recebeu uma ligação dizendo que havia sido selecionada. O júri do Craft Prize foi formado por 12 profissionais de design, arquitetura, críticos e jornalistas, incluindo Jonathan Anderson, ex-diretor criativo da maison espanhola.