Dior na nova era: como os festivais de cinema revelam a visão de Jonathan Anderson

Às vésperas da aguardada estreia da coleção feminina da Dior, marcada para 1º de outubro em Paris, Jonathan Anderson vem dando sinais claros de sua proposta estética para a maison. O estilista norte-irlandês, responsável por revitalizar a Loewe e por conduzir sua própria marca, JW Anderson, assumiu recentemente a missão histórica de comandar todas as frentes criativas da grife francesa. Com isso, os festivais de cinema de Veneza e Toronto se tornaram a vitrine ideal para seus primeiros movimentos no womenswear da casa.

Os primeiros gestos de Anderson

Em Veneza, nomes como Alba Rohrwacher, Greta Lee, Mia Goth e Monica Barbaro cruzaram o tapete vermelho vestindo criações da Dior sob medida, assinadas pelo novo diretor criativo.

Alba Rohrwacher foi responsável por dois momentos emblemáticos. Pela manhã, surgiu com uma regata plissada amarela adornada por laço de seda, que esbanjava simplicidade e minimalismo. Já à noite, a atriz italiana roubou os flashes com o primeiro vestido de alta-costura feminino da nova era: um azul profundo, inspirado nas silhuetas do século XVIII. O destaque ficou para a releitura moderna do pannier, estrutura que dá volume aos quadris, agora traduzida em linhas arquitetônicas.


Alba Rohrwacher (Foto: reprodução/Stefania D'Alessandro/Getty Images Embed)

Estrelas e interpretações distintas

A atriz Mia Goth, por sua vez, apostou em um vestido marrom de costas abertas, com drapeados e laço dramático. A peça traduz a mistura entre referências históricas e um frescor contemporâneo que parece nortear Anderson. 


Mia Goth (Foto:reprodução/JB Lacroix/Getty Images Embed)

A atriz norte-americana Greta Lee trouxe duas interpretações do clássico tailleur: uma versão minimalista em branco total e outra mais próxima da original de 1947, com casaco de cintura marcada e saia na altura do tornozelo.


Greta Lee (Foto: reprodução/Kate Green/Getty Images Embed)

No Festival de Toronto, a aposta recaiu sobre Anya Taylor-Joy. A atriz brilhou em um vestido de seda azul bebê, sem mangas, com decote alto e saia volumosa adornada por pregas. Com joias Tiffany & Co. e styling de Law Roach, o visual evocou uma estética de “Cinderela moderna”, confirmando a habilidade de Anderson em dialogar com diferentes referências sem perder a atitude.


Anya Taylor-Joy (Foto: reprodução/Matt Winkelmeyer/Getty Images Embed)

O que esperar em Paris

Seja no volume arquitetônico de Rohrwacher, na elegância contida de Greta Lee ou na ousadia quase teatral de Mia Goth, os primeiros gestos de Jonathan Anderson à frente da Dior sugerem um caminho pautado pelo diálogo entre o vintage e o contemporâneo. 

O estilista sinaliza que sua estreia em Paris promete ser um dos desfiles mais comentados do ano e um momento capaz de redefinir a narrativa da maison e consolidar uma nova era para a moda feminina da Dior.

Anya Taylor-Joy e Malcolm McRae redefinem o visual dos casais fashion

Muito além da estética convencional de celebridades, Anya Taylor-Joy e Malcolm McRae adotam como estilo uma identidade visual cênica e afinada. Suas escolhas de moda os posicionam como referência entre casais que expressam estilo com originalidade e coesão.

Desde as primeiras aparições públicas, o casal chamou atenção pelo visual sofisticado e teatral. Anya investe em peças que transbordam sensualidade e mistério, enquanto Malcolm aposta em uma alfaiataria despretensiosa com um toque vintage. Juntos, eles constroem uma imagem icônica, que une romantismo old school e ousadia moderna.

Estilo que hipnotiza os holofotes

O duo domina os tapetes vermelhos com escolhas de moda que evocam glamour hollywoodiano, sem renunciar a ousadia contemporânea. Tecidos translúcidos, recortes dramáticos e paletas escuras definem o visual de Anya, sempre acompanhada por um styling que remete ao cinema noir e à estética grunge.


Anya Taylor-Joy e Malcolm McRae mostra que o estilo em casal (Foto: Reprodução/Dimitrios Kambouris/Getty Images Embed)

Malcolm, por sua vez, contrasta com um visual mais polido, porém nada convencional. Combinando ternos bem cortados a detalhes como broches, gravatas de tons sóbrios e cabelos levemente desarrumados, ele apresenta um equilíbrio entre o clássico e o cool, como se tivesse saído diretamente de uma banda indie dos anos 1970.

Moda como espelho de identidade

A sintonia entre os dois vai além do afeto: ela se revela também na forma como se apresentam ao mundo. Não se trata apenas de roupas bonitas ou marcas de luxo. Cada look parece pensado como uma extensão da personalidade, onde a estética gótica encontra a nostalgia do rock e do cinema antigo.

Anya e Malcolm usam a moda como linguagem visual. A presença deles evoca uma narrativa rica em referências – do teatro às passarelas – tornando cada clique uma composição artística. Esse domínio sobre a própria imagem reforça o poder que a moda tem de contar histórias sem dizer uma palavra.

Anya Taylor-Joy e Malcolm McRae mostram que estilo em casal é muito mais do que estar bem-vestido: é criar uma estética em conjunto, coesa e impactante. Unindo influências retrô, drama fashion e atitude roqueira, eles reafirmam que a moda também é palco, brilhando como protagonistas.