Lula afirma que “desnutrição tem sido usada como arma de guerra” na Palestina

Nesta segunda-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a ”desnutrição tem sido usada como arma de guerra” na Palestina. A declaração ocorreu em seu discurso no Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Roma, na Itália.

Posicionamento firme

”Na Palestina, onde a desnutrição tem sido cruelmente usada como arma de guerra, vamos apoiar programas de atenção especial voltados às mulheres e crianças”, prometeu o presidente, enumerando projetos-pilotos elaborados pelo Mecanismo de Apoio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.

Mais tarde, ao se pronunciar na abertura do Fórum Mundial da Alimentação, também na capital italiana, o chefe de Estado disse que ”da tragéria em Gaza à paralisia da Organização Mundial do Comércio, a fome tornou-se sintoma do abandono das regras e instituições multilaterais”.


Participação do presidente Lula na reunião do Conselho de Campeões da Aliança Contra a Fome a Pobreza 
(reprodução/Youtube/Lula)

Pobres devem ser incluídos no orçamento, segundo Lula

Em ambos compromissos, o presidente realizou um apelo para que os governos incluam os pobres no orçamento, além de mencionar o projeto que isenta o IR (Imposto de Renda) os brasileiros que recebem até R$ 5.000,00 mensais.

”É preciso que cada governante assuma responsabilidade. Na hora de fazer o orçamento de seu país, de discutir quanto vai para as forças armadas, para a diplomacia, para isenção a empresários, que benefício vai fazer, é importante lembrar que os pobres não são invisíveis e é preciso enxergá-los, porque eles um dia nos enxergarão, e a gente vai pagar o preço da irresponsabilidade de não cuidar dos pobres em igualdade de condições de como se cuida do rico”, ressaltou o político.

Lula chegou em território italiano na manhã de domingo (12). Mais cedo, ele se reuniu com o papa Leão XIV no Vaticano. Por meio das redes sociais, o líder brasileiro afirmou que o dialogo com o pontífice passou por temas como ”religião, fé, o Brasil e os imensos desafios que temos que enfrentar no mundo

O presidente ainda deverá cumprir uma série de compromissos nesta segunda-feira antes de retornar ao Brasil no início da tarde.

ONU confirma que o Brasil está fora do Mapa da Fome

Conforme boletim reportado na última segunda-feira (28), a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que o Brasil mais uma vez saiu do Mapa da Fome.

A análise demonstrou que menos de 2,5% da população encontra-se em situação de vulnerabilidade alimentar, mais conhecida como subalimentação, uma condição onde o consumo diário de calorias não supera as necessidades mínimas para uma vida saudável.

A informação foi dada no evento da 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (evento internacional voltado para avaliar o progresso global na transformação dos sistemas alimentares), na Etiópia.

Processo da ONU para mapear a fome

Formulado pela FAO (uma agência da ONU) qualificada em alimentação e agricultura, ela conduz as métricas que avaliam o alcance da população à alimentação, visando combater a fome e garantir a segurança alimentar global.

Os resultados são apresentados a cada ano, porém, para inserir ou excluir um país do relatório do Mapa da Fome, determina-se a média dos últimos 3 anos.


Organização das Nações Unidas (Foto: reprodução/Stefan Cristian Cioata/Getty Images Embed)

Histórico do Brasil no Mapa da Fome

Em 2014, o Brasil saiu da lista dos países afetados pela fome, porém, após novas divulgações nos anos de 2018 e 2020, a ONU reinseriu o país sinalizando que houve crescimento de condição alimentar precária.

Com a média da análise de dados de 2022 a 2024, o documento “O Estado de Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025” informou que o indicador de risco reduziu outra vez, mantendo-se abaixo do limite de 2,5%, deixando o Mapa da Fome, isso mostra que o país melhorou significativamente o acesso à alimentação da população.

Apesar de está fora do Mapa da Fome, o Brasil ainda enfrenta um cenário preocupante onde em média 35 milhões de pessoas ainda enfrentam a escassez alimentar, esse quadro é classificado pela ONU como falta de segurança alimentar, neste caso muitas famílias limitam recursos que seriam destinados à alimentação. E, em casos severos, deixam de alimentar-se por um ou mais dias.

O acesso à alimentação adequada é de total importância, pois eleva a qualidade de vida, fortalecendo a saúde física e mental, além de promover uma rotina mais ativa, elevando a qualidade de vida.