A transição capilar é um processo com a finalidade de abandonar totalmente a química do cabelo e entender o valor e a importância dos fios naturais, se enxergando de um novo jeito. A melhor forma para iniciar esse processo é entendendo que o tratamento leva tempo e a paciência e perseverança deverão andar juntas.
Por muitos anos o padrão de beleza fez com que a sociedade se adequasse as ideias de que o cabelo liso era o único bonito e aceitável, sendo o único tipo de cabelo certo para expor publicamente. Esse paradigma fez com que muitas pessoas tentassem se encaixar naquilo que fosse ideal para que pudessem ser aceitas e sentissem que eram tão bonitas quanto as outras pessoas que naturalmente já possuiam cabelo liso.
Gleici Damasceno exibindo os cachos no processo da transição capilar. (Foto: Reprodução/Instagram)
Por conta disso, cabelos crespos, ondulados ou cacheados passaram a ser considerados tipos que não se adequavam ao padrão imposto, fugindo da normalidade e do que era visto como "cabelo bom". A consequência desse molde social foi o uso em massa de química no fio natural, fazendo com que esses tipos de cabelo se tornassem cada vez mais reféns de produtos que alteravam a textura e prejudicava o fio natural.
Com o passar dos anos, a cultura da beleza foi sendo questionada sobre as imposições e pensamentos que não eram inclusivas e, assim, reformulando um novo padrão de que todos os cabelos, com suas formas e texturas diferentes, eram bonitos. A aceitação e a busca ou o reencontro com a própria identidade foi o maior significado e representação da transição capilar.
Kéfera mostrando o novo visual com a transição capilar. (Foto: Reprodução/Instagram)
Por se tratar de uma etapa em longo prazo, é necessário compreender que o cabelo passará por algumas mudanças drásticas como as diferentes texturas e o ressecamento ou quebra dos fios por estarem mais fracos. Logo, é preciso que o cuidado nessa fase seja fundamental.
Além disso, uma forma rápida de encarar esse rompimento é cortando de uma vez só toda parte do cabelo que possui química. Essa opção é conhecida por Big Chop e é indicada para quem está preparado para encarar o cabelo bem curto logo no início da transição. Uma outra maneira de passar por esse período é cortando o cabelo aos poucos, conforme o crescimento e a mudança de textura dos fios. O processo ocorre lentamente e é preciso ter calma para lidar com o tratamento. Caso as alternativas ainda não sejam o suficiente para que a pessoa se sinta segura consigo, há também o Box Braids, um tipo de trançado que poderá ser feito nos fios naturias que sobrarem após o corte do cabelo com química, podendo ser escolhido o comprimento desejado do cabelo.
Leia mais: Conheça o Hacked Bob: cabelo tendência da quarentena
Para que essa transiçao ocorra da melhor forma e as mechas possam se manter saudáveis, os cuidados deverão ser redobrados na hora da escolha de produtos de qualidade e indicados para cada textura de cabelo. Assim, o caminho final desse processo terá sido percorrrido da melhor forma. O uso de chapinha e secador não atralham a transição e a inovação de acessórios como o turbante com a cultura e representativida da história afro-descendente é um grande aliado da transição capilar. Outros objetos que são muito bem vistos para complementar o novo visual do cabelo são os laços, as tiaras, os grampos e as presilhas.
(Foto Destaque: Transição capilar: um processo de liberdade. Reprodução/Imagem de Rodger Shija por Pixabay)