O desempenho da Petrobrás nos últimos dois meses não tem sido favorável. Após atingir R$ 520,6 bilhões em 21 de outubro, seu recorde de valor de mercado, a empresa fechou a sua cotação nesta quarta-feira (14) com uma queda de 10% nas ações, atingindo R$ 301 bilhões de valor total.
Einar Rivero, chefe comercial da TradeMap, aplicativo de consolidação de carteiras de investimento, aponta que a perda equivale a quase uma Ambev inteira, companhia produtora de cerveja que vale R$ 236,25 bilhões de acordo com o fechamento da cotação de hoje (15). A redução de R$ 219 bilhões no valor de mercado desde outubro representa uma queda de 42% para a empresa.
Gráfico de negociação na bolsa de valores. (Foto: Reprodução/Pixabay)
Liderando as perdas do dia na Ibovespa, as ações ordinárias tiveram um recuo de 9,8% logo após a aprovação da PL que flexibiliza a Lei das Estatais, a empresa perdeu R$ 30 bilhões em um só dia. Tendo ainda a queda nas ações preferenciais da estatal no percentual de 7,9%, ainda sim, o principal indicador de desempenho das ações negociadas na B3 teve alta de 0,2%.
“A lei não blinda todas as ingerências, mas garante que quem for tocar a empresa tenha experiência no ramo, além de um mínimo de comprometimento e capacidade técnica. A insegurança do mercado é o risco de voltarmos a ter nomes não técnicos.” estima Rodrigo Lan, economista na Valor Investimentos.
A Lei das Estatais (13.303/2016) entrou em vigor em junho de 2016, ainda no governo Temer. A mudança proposta, e também aprovada, visa reduzir o período para que pessoas indicadas à presidência de empresas públicas possam assumir tais cargos de 36 meses para 30 dias. Tal atitude ocorre diante da indicação do ex-ministro Aloizio Mercadante para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o que gerou uma reação adversa do mercado financeiro, produzindo a queda das ações das estatais presentes na bolsa.
Foto Destaque: Prédio-Sede da Petrobrás no Rio de Janeiro. Reprodução/Depositphotos