Em entrevista, o músico contou com exclusividade sobre sua carreira solo e afirmou "O Pe Lanza não morreu em 2010 e ainda tem muita coisa para dizer, para agregar e para conquistar"
Dez anos após ganhar notoriedade em cenário nacional como líder da banda Restart, Pe Lanza ressurge com novo single. A música, que ganhou o título de "Tô Vivão" retrata na letra os passos de sua caminhada desde o fim da banda até o momento atual.
Composta por Pe Lanza, Dougie Ribeiro, Tiê Castro e Gabriel Maga, “Tô Vivão” dá início a uma nova etapa na carreira do cantor, que promete lançar pelo menos mais 2 singles até o fim do ano. As produções fazem parte da nova parceria entre Pe Lanza e Selo Toca, gravadora dirigida pelos produtores Pedro Penna e Rafael Bala Costa, que inclusive também trabalhou nas gravações de todos os seus trabalhos desde o Restart.
No vídeo clipe, roteirizado pelo próprio, Pe Lanza mostra as influências e o bom humor da geração 2000. Além disso, o single conta com a participação do seu ex-companheiro de banda Thomas, que além de baterista se faz presente em parte dos vocais no segundo verso da canção.
Pe Lanza lança novo single em carreira solo. — (Foto: Divulgação)
Leia a entrevista na íntegra:
1. Dez anos após ganhar visibilidade em cenário nacional como líder da banda Restart, você está ressurgindo com um novo single em carreira solo. Qual informação você pode revelar para o portal R7 com exclusividade sobre esse novo projeto na sua carreira artística?
Em exclusividade, nós vamos lançar além desse single e desse clipe mais uns dois singles inéditos esse ano. Essa semana agora os fãs tem feito um projeto muito legal, um mutirão diário para divulgar esse meu novo trabalho. Vai sair um making off com um compilado de algumas cenas da gravação do clipe. A galera vai poder curtir um pouco mais dos bastidores do que aconteceu nessa gravação, que foi no ano passado na verdade. Essa aglomeração e essa festa toda foram feitas no ano passado porque esse ano não teria como fazer.
2. Seu novo single “Tô Vivão” conta com a participação do Thomas, seu ex-companheiro de banda. Qual é a sua relação com os outros dois ex-participantes da Restart? Vocês ainda mantêm contato?
Sim, continuamos tendo uma relação como irmãos. A gente terminou a banda acho que no melhor momento da nossa relação pessoal. Profissionalmente a gente viveu muito tempo juntos, então compartilhamos a vida. Coisas que a gente compartilhava entre nós quatro que não compartilhava nem com a nossa família. Continuamos sendo muito amigos apesar da vida ter levado a gente para caminhos opostos em questão de trabalho. Apesar de cada um um estar fazendo uma ‘parada’ diferente a gente ainda mantém o grupo da banda no whatsapp e permanecemos conectados. Todo assunto que acaba tomando uma grande proporção que envolve a Restart a gente sempre comenta um com o outro, com muito saudosismo e muito respeito. A gente se gosta bastante. Nós quatro moramos no mesmo bairro desde quando nascemos. Temos uma relação de irmãos ainda, parece que continua sendo a mesma coisa que foi desde a escola.
3. O vídeo clipe de “Tô vivão” foi roteirizado por você e conta com bastante influências da geração 2000. Da onde surgiu sua inspiração para o desenvolvimento do projeto?
Como é a primeira música que conta um pouco mais sobre mim, sobre a minha história, sobre a minha caminhada desde o fim da banda até o momento atual, eu resolvi mostrar no clipe algumas coisas que aconteceram também no meu roteiro de vida. O menino vestido de Restart é uma sátira as pessoas que sempre colocava em questão o lance da nossa sexualidade por conta do visual que a gente usava, todo colorido. No clipe, tem um menino todo vestido de restart, ele 'tá' com uma 'mina' baita gata que dá duas vezes o tamanho dele, é um pouco uma cutucada pra galera que colocava a nossa sexualidade em questão, coisa que nunca foi o foco e na verdade eu acho uma babaquice pelo visual que a gente usava esse lance do preconceito. Enfim, acho que as pessoas cada vez mais pensam diferente, mas isso ainda ocorre, ainda tem gente que tem esse tipo de preconceito, essa cabeça pequena, então deixei aquilo bem claro no clipe. Foi uma piada um pouco mais acida. Tem várias coisas, tem a girl power também que está presente no clipe, que é uma menina que ganha de um cara mega forte no braço de ferro, essa menina inclusive é a Laísa, ela é dona de um dos maiores fã clubes destinados à mim desde o começo da Restart e ela também é uma artista de mão cheia, ela que fez a capa do single “Tô vivão”. O clipe também tem várias referencias californianas assim como a música. Eu quis mostrar tudo que acabou sendo muito presente na minha formação, na minha vida no âmbito geral desde que eu comecei a gostar de música até eu começar a viver de música. Tudo que eu acabei passando na minha vida eu acabei contando um pouquinho nesse clipe né. O clipe conta com a presença de vários fãs, então também tem esse ponto e vários amigos que fizeram acontecer essa festa que é grande parte de mim e que mostra grande parte do que sou hoje em dia.
4. Fenômeno adolescente no país, a banda Restart marcou a vida de milhares de fãs. Ainda hoje, existem muitos fã clubes ativos para você. Qual recado especial você pode mandar ao público que te acompanha?
Eu tenho agradecido muito esses fãs e os fã clubes que se reativaram em meio à pandemia. É até o que costumo conversar com todo mundo, esse tempo de pandemia deixou a galera nostálgica, a saudade bateu muito forte. A galera começou antes pedindo uma live da Restart e até pelo que eu falei anteriormente de cada um estar em um momento da carreira e da vida profissional a gente não via isso como uma oportunidade legal da gente explorar o nome da Restart ou explorar o trabalho que a gente já fez há anos atrás porque nossa intenção seria fazer algo inédito e excursionar à partir disso, mas a gente não pode excursionar por conta da pandemia. À partir daí os fãs começaram a fazer um movimento muito grande, não só comigo, mas com nós quatro e aí rolou uma hashtag também EstamoscomVocêPeLanza que ficou dois dias nos trends topics do twitter no Brasil e isso gerou a maior movimentação, vários fã clubes se reativando. Então todos os dias eu tento me manter online no twitter tanto para agradecer quanto para movimentar essa galera, porque na verdade há dez anos atrás a gente só explodiu Brasil afora graças aos fãs. A restart foi e continua sendo um fenômeno de fãs. Todo dia eu procuro agradecer, procuro estar conectado e conversar com eles via twitter e tudo mais. O recado que eu tenho é agradecer e falar um muito obrigado com toda a sinceridade do meu coração e falar que nós vamos estar juntos, ainda vem muita coisa nova e agora que estamos mais vivos do que nunca, vamos mostrar essa força aí pra geral.
5. O período de quarentena está servindo como algo refletivo para você? Os fãs podem esperar por mais lançamentos ainda esse ano?
Na verdade, o período da quarentena no começo foi bem traumático pra mim, eu tive vários compromissos cancelados então eu não imaginava, estava planejando a minha vida profissional de uma maneira e isso foi completamente travado, foi barrado de uma forma muito brusca. No começo da quarentena eu tive uma barreira criativa muito grande, cheguei até a me questionar “será que é isso mesmo que eu quero fazer?” “Eu vou continuar na música?” porque a gente que trabalha com música, com arte, foi do cem ao zero né. Eu vi na internet uma rota de fuga, comecei fazendo alguns vídeos covers no instagram, no IGTV, covers de músicas que eu gosto que as pessoas não me imaginam ver tocando, desde rage against the machine e sublime. Ainda vou lançar um Nickelback, Foo Figthers, várias coisas eu postei lá e a galera começou a gostar, isso começou a me dar um gás diferente de falar “bom preciso fazer alguma coisa pra galera autoral né e movimentar um pouco o meu trabalho”. Tô vivão é uma música que nasceu no ano passado e eu tive a ideia de repaginar ela, rearranjar ela inteira com dois parceiros que trabalham comigo que são Pedro Pena e Rafael Balacosta, eles são do selo toca que é o selo que tem lançado meus trabalhos autorais. A gente repaginou a música inteira, essa música tem tudo a ver com o momento, não só com o momento que eu tô vivendo, mas com o momento que a gente está vivendo no âmbito geral da sociedade, de “pô tamo aí né, tamo vivo”, a galera tentou barrar, tentou calar nossa voz, mas estamos aí vivos, trabalhando, fazendo um som e se movimentando. Esse período refletivo no geral não veio para travar a gente mas veio pra fazer a gente pensar em outros caminhos, em outras possibilidades e aí a partir de tô vivão graças a Deus a minha cabeça deu uma boa tranquilizada e eu comecei a me policiar assim, uma vez por semana ter novas ideias em compor novas coisas, desde que seja uma ideia de melodia, ou uma letra, pensar em um assunto que seja que possa ser legal para fazer uma música. Comecei a me policiar e a partir disso também eu comecei a voltar a fazer exercícios físicos que também foi essencial pra mim, porque antes da pandemia eu fazia diariamente uma ou duas horas de exercícios, corria, corria bastante e isso fazia minha cabeça ter uma tranquilidade um pouco maior pra criar e com a pandemia a academia do prédio também fechou e eu ficava naquela de “ah, não quero sair na rua” um lance até mais introspectivo, gostava de ficar muito trancado no vídeo game e era isso. Eu com a minha namorada Anne, começamos a ver coisas em que a gente poderia ter como terapia e que nunca tinha dado atenção antes, coisas bestas, como fazer uma faxina e nessa função juntos começamos a ver uma válvula de escape para driblar essa doideira, ela também trabalhando aqui em casa tem me dado uma puta de uma força em todos os sentidos, então eu acho que essa terapia da quarentena foi boa. Do meio da quarentena de dois meses e meio pra cá tem sido muito legal, então as próximas músicas que vão vir daqui pra frente são músicas até mais motivacionais, mais inspiradores num âmbito geral, não só falando sobre mim como é o caso de 'tô vivão', mas num âmbito geral elas serão mais motivacionais do que músicas românticas, músicas de amor que eram coisas que as pessoas estavam mais acostumadas comigo e com meu trabalho desde a época da Restart. Obvio que vão vir também baladas românticas, essas coisas fazem parte de mim e da minha essência como músico e como cantor, mas eu acho que daqui pra frente vou tentar explorar esse novo lado que as pessoas não conhecem, uma nova cara de Pe Lanza para as pessoas que acompanham meu trabalho.
6. Você está planejando uma turnê que irá passear por todos os sucessos lançados desde a época Restart até seus trabalhos mais recentes. Qual a música mais pedida pelos fãs que não poderá faltar nessa turnê?
Ah, tem várias né? Tem várias músicas do tempo da Restart que se eu não tocar, eu saio apedrejado. Mas assim, Levo Comigo e Recomeçar são músicas que as pessoas pedem muito. Na verdade, eu acho que os maiores sucessos da era Restart são muito importantes, marcaram muito as pessoas. Eu acho que por ser uma fase de formação para eles, para mim também porque eu também era adolescente nessa época, as músicas que a gente ouve e até os artistas que temos mais contato acabam marcando de uma maneira muito intensa a nossa vida. Espero que essa doideira toda dessa pandemia passe logo pra gente poder colocar em prática o projeto do show. Em 2018 fizz uma turnê com o Thomas muito legal que chamava “remember”, era uma turnê que a gente não tocava nenhuma novidade, tocava coisas que acabamos lançando em projetos sozinhos mas 90% eram coisas da Restart e a galera pirou. Chegamos a fazer em todas as capitais do Sudeste e aqui em SP a gente fazia uma vez por mês. A galera pirava porque era um sentimento muito nostálgico e muitas vezes as pessoas que não se viam há anos, se encontravam ali. Foi muito bacana, acredito que só ano que vem vai poder voltar a ter beijo, abraço, aglomeração, mas a minha vontade é voltar para os palcos o quanto antes, apresentar essas novidades ai pra galera, pros fãs e pra quem também está se dispondo a acompanhar meu trabalho à partir de agora.
7. Qual o seu maior desafio como músico atualmente?
Meu maior desafio como músico continua sendo provar para as pessoas, não pra quem acompanha meu trabalho, mas provar para as outras pessoas que eu ainda tenho muito a dizer. Até hoje quando eu saio na rua e as pessoas me reconhecem e falam “pô, cadê a calça colorida? Canta um trecho de te levo comigo?” e isso pra mim é um orgulho, eu adoro toda essa história que foi escrita, mas, eu não quero ser lembrado apenas por isso. Meu maior desafio é ainda provar para as pessoas que eu tenho muito a dizer, ainda tenho muito a fazer e é isso que eu gosto e é isso que eu sei fazer. A minha essência e a minha verdade é a música, então mostrar pras pessoas ainda que eu sou muito honesto comigo mesmo, que eu sou muito honesto com as pessoas que me acompanham em forma de canção. Agora estou com um gás diferente para mostrar para as pessoas isso. Ainda vem muita coisa legal, o Pe Lanza não morreu em 2010 e ainda tem muita coisa para dizer, para agregar e para conquistar, ainda vem muita coisa bacana daqui pra frente.
BIOGRAFIA
Ex integrante de um dos maiores fenômenos adolescentes do país, Pe Lanza ganhou notoriedade em 2010 por ser o vocalista e líder da banda Restart. A banda, que possuía um grande apelo com os jovens via internet, conquistou grande sucesso não só no Brasil mas também em alguns países da América Latina como Argentina, Uruguai, Paraguai, México dentre outros. Com shows lotados e histeria juvenil, Restart dominou as paradas Brasil afora.
Depois de 6 anos de estrada, 4 discos de estúdio, 1 disco em espanhol e 1 ao vivo, os garotos decidiram por um hiato no final de 2014. A partir de então, Pe Lanza se dedicou ao seu trabalho como solista e à outros projetos vinculados a música. Gravado com grandes nomes da música brasileira como Fernando Nunes (baixo), Tuco Marcondes (guitarra), Adriano Magoo (teclado) e seu parceiro de longa data Thominhas (ex baterista da Restart), lançou um EP homônimo em 2015 com 4 canções inéditas, todas com videoclipes.
Em 2018, elaborou com Thomas uma turnê “Remember”, que foi sucesso pelas capitais do sudeste do país. Agora, em 2020, Pe Lanza retorna com canções autorais inéditas e planeja uma turnê que passeia por todos os sucessos lançados desde a época Restart até seus trabalhos mais recentes numa apresentação de muita energia e nostalgia, como é de praxe. Dividido em 3 blocos, o show remete desde o saudosismo da década passada até o gostinho de quero mais pela ansiedade do que há por vir.
RESTART:
4 álbuns de estúdio e 1 ao vivo
1 álbum em espanhol
3 discos de ouro
1 disco de platina
43 indicações
23 prêmios
Febre e tendência entre os adolescentes de 2009 a 2013
1º lugar mundial MySpace em 2008
PRÊMIOS:
Video Music Brasil 2010 (VMB - MTV): Artista do Ano, Hit do Ano (Levo Comigo), Clipe do Ano (Recomeçar), Artista Pop, Revelação - Restart
Prêmio Multishow de Música Brasileira 2010: Música do Ano (Recomeçar) - Restart
Capricho Awards 2010: Melhor Cantor, Melhor Música (Pra Você Lembrar), Melhor Grupo e Melhor Capa da Revista CH - Restart
Melhores do Ano 2010 (Rede Globo): Revelação Musical - Restart
Prêmio da Música Digital 2010: Artista Revelação - Restart
Festa Nacional da Música 2010: Restart (homenagem pela contribuição a música brasileira)
Prêmio Multishow de Música Brasileira 2011: Melhor Álbum (Restart: By Day), Melhor Clipe (Pra Você Lembrar)
Europe Music Awards 2012 (EMA - MTV): Best Brazilian Act, Best Latin America Act - Restart
Kids Choice Awards 2012 (Nickelodeon/USA): Favorite Brazilian Artist - Restart
Video Music Brasil 2012 (VMB - MTV): Hit do Ano (Menina Estranha)
Meus Prêmios Nick (Nickelodeon/BRA): Banda Favorita - Restart
NÚMEROS
Mais de 1,4M seguidores no Twitter
126 mil seguidores no Instagram
aproximadamente 230 mil curtidas da página do Facebook
35 mil inscritos no canal oficial do YouTube
REDES SOCIAIS:
instagram.com/pelanza
twitter.com/pelanza
facebook.com/oficialpelanza
youtube.com/pelanzaoficial
(Foto destaque: Pe Lanza lança single "Tô Vivão". Reprodução/Divulgação).