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"O Gambito da Rainha" é o novo xeque-mate da Netflix

O Gambito da Rainha não te ensina a jogar xadrez, mas faz você vibrar com as partidas de Beth Harmon. A sensibilidade do seriado em trazer o drama do vício e da perda tornam o seriado ainda mais interessante.

03 Dez 2020 - 21h37 | Atualizado em 03 Dez 2020 - 21h37
'O Gambito da Rainha' é o novo xeque-mate da Netflix Lorena Bueri

A pandemia fez a sede de ver série boa aflorar nos espectadores, o Gambito da Rainha, mesmo em formato de minissérie, criando o trabalho que muitos seriados de progressão tradicional não fizeram. E sim, com xadrez, meus amigos.

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Beth Harmon concentrada em uma de suas vitórias. (Foto: Reprodução/Netflix)


A série é adaptada do livro de Walter Tevis e com apenas sete capítulos de uma hora em média, Beth Harmon (Anya Taylor-Joy) passa de sua infância em um orfanato aos campeonatos de xadrez internacional. Harmon aprende jogar ainda no orfanato com o zelador no porão da instituição. Rapidamente, ela decora o nome das peças e jogadas, no entanto, se vicia em um tipo de calmante dado às crianças no orfanato.

Harmon passa a ter alucinações com o uso do medicamento e vê suas jogadas no teto de seu quarto. Ao passar dos anos, a jovem é adotada e começa sua vida efetiva no mundo do xadrez e também nos vícios de álcool e remédio. Aqui a série permite que o público vivencie não apenas as vitórias de Harmon, mas também seus dilemas.

Apesar de cobrir os jogos profissionais, a Netflix fez uma boa jogada, você não é deixado de fora por não saber xadrez ou por conhecer pouco, é observador quase participante das jogadas e consegue vibrar só pela expressão dos atores.

O seriado utiliza o pano de fundo da Guerra Fria e a briga acirrada de Estados Unidos e União Soviética, entre os anos 60 e 70. Época em que os russos dominavam como enxadristas. Apesar de ser uma história fictícia, O Gambito da Rainha consegue reunir o drama necessário para refletir e comover.


(O Gambito da Rainha adentra no universo da Guerra Fria. Foto: Reprodução/Netflix)


O fato de uma mulher chegar às grandes finais dos campeonatos, vencer o preconceito, os padrões de uma sociedade machista: “mulher não pode beber”, “mulher tem que casar", lutar contra o vício, por vezes se render, tornam Beth Harmon humana e acessível. Essa acessibilidade ao lado frágil da personagem é o que torna a série atraente. O não perfeccionismo, até nas vezes, que Harmon pouco transparece seus medos e dúvidas, ou até sofrimento, poderia parecer frio, mas não era – era real.

Enquanto Harmon não era perfeita na vida pessoal, no seu jogo ela buscava a perfeição. E por vezes foi, por vezes não.  A personagem é rodeada por pessoas do sexo oposto, mas nem por isso era a única estrela, Harmon é desenvolvida a trabalhar em equipe num jogo tão solitário, aprender a perder, mas aprende também como ganhar. Aqui a máxima ‘ninguém nasce sabendo” é colocada a todo momento e até prodígios dos jogos se encaixam.


 

(Vídeo: Reprodução: YouTube)


No fim, a personagem é direcionada para um novo capítulo, após a também perda de sua mãe adotiva Alma (Marielle Heller). Sem relacionamento fixo, controlando o vício, Harmon é a própria peça de xadrez a ser movida, podendo ir para qualquer direção, fazer todo tipo de jogada e ser aquela responsável pelo xeque-mate ou sofrer as consequências dele.

As peças de xadrez e suas “premonições” aparecem sem ajuda do vício. A pergunta é: qual será o seu próximo movimento? Afinal, a vida é um grande tabuleiro de xadrez, não é mesmo?

(Foto Destaque: O Gambito da Rainha. Reprodução/Netflix)

 

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