A presidente democrata da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, partiu no último fim de semana para um tuor pela Ásia, algo que dava a parecer somente mais um compromisso diplomático, mas que poderá a chegar a proporções geopolíticas incertas. A situação mostra, de forma direta ou indireta, um apoio formal a ilha de pouco mais de 23 milhões de habitantes.
Já a Chancelaria de Taiwan assegurou que a visita mostra o apoio “sólido” de Washington ao pequeno país. A China considera Taiwan como uma província rebelde,e anunciou que aviões caça estão sobrevoando a ilha, algo que foi negado pelo governo de Taiwan.
Nancy Pelosi no aeroporto de Taiwan. (Foto/Reprodução/G1)
Em duras palavras, o governo de Pequim disse que "quem brinca com fogo morre queimado", e ainda disse que "os Estados Unidos pagará o preço" por sua atitude, prometeu em seis grandes áreas nas costas norte, sul, leste e oeste de Taiwan, aeronaves e navios chineses que irão realizar manobras e testarão munição de longo alcance.
Já o ministerio da Defesa de Taiwan disse que isso é uma tentativa de abalar psicologicamente os habitantes da ilha, e que o Exército do país está monitorando e protegerá o país de qualquer tentativa do país chinês. A China e Taiwan estão separados desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.
Pelosi é a maior autoridade americana a pisar em solo de Taiwan desde desde seu antecessor Newt Gingrich, em 1997. A China já suspendeu 35 exportações de importadores taiwaneses de biscoitos e doces nesta terça-feira. Isso mostra que cerca de 100 empresas de Taiwan serão obrigadas a parar de fazer negócios com a China após a sansão entrar em vigor.
Joe Biden enfrenta um dos seus piores, se não o pior momento como presidente. Ele segue pressionado pela situação econômica do país, enfrentava diretamente problemas com a guerra na Ucrânia e sansões sobre a Rússia e agora se vê com problemas com um de seus maiores inimigos, a China.
"Os EUA precisam respeitar o princípio da China Única, os três comunicados sino-americanos e manter a promessa de Joe Biden de não apoiar a independência de Taiwan", disse ontem um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijian. Joe Biden pretendia uma conversa com o presidente da China, Xi Jinping, algo que não sabe se ainda será possível de acontecer.
Foto Destaque : Joe Biden e Nancy Pelosi. Reprodução/CNN
