O ministro Raul Araújo, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), determinou a retirada de um site anônimo que usa o nome de Ciro Gomes para fazer campanha contra o candidato. O prazo para o processo ocorrer é de 24 horas.
Para Walber Agra, coordenador jurídico da campanha do candidato, a criação da página é resultado do desenvolvimento da campanha eleitoral : "Houve essa Fake News deturpando a mensagem e levando algumas práticas que não são honrosas, e isso foi feito graças ao nosso crescimento tanto no debate quanto na campanha. Então recebemos isso com satisfação e tomamos as medidas cabíveis, porque todo mundo sabe que isso é uma ofensa e uma tentativa de fraude às pessoas de boa fé no Brasil."
(Site similar ao oficial de Ciro Gomes/Reprodução)
O ministro que determinou a remoção acredita que a página estimula desinformação ao afetar a divulgação eleitoral do candidato: "A utilização de página anônima na internet para promover propaganda eleitoral negativa sem qualquer relação com o partido, coligação ou candidato e candidata, caracteriza manifesta ilegalidade, exigindo-se a imediata suspensão do acesso", disse.
Apesar do grande sucesso da internet e redes sociais gerar uma ideia de que é possível agir de forma livre nesses meios, é crime no Brasil causar dano moral a outro, mesmo que seja digitalmente. Para combater as Fake News, o TSE criou em 2020 o "Fato ou Boato", ferramenta que estabelece uma rede nacional de checagem de informações relacionadas ao processo eleitoral.
Para Erik Perin, especialista em serviços de informação, as redes podem ser perigosas mas também uma ferramenta nesse período: "Eu acredito que as redes sociais influenciam tanto pelo algoritmo quanto pela disseminação de fake news, e por a taxa de exibição desses conteúdos gerar muito engajamento, torna exponencial o dano nessa influência nas eleições. A internet também deixou possível a divulgação de candidatos que antigamente não teriam um grande tempo no horário da TV. Ao mesmo tempo que existe uma democratização do acesso à informação,as redes sociais influenciam na polarização das bolhas políticas". Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado aponta que 45% dos entrevistados afirmam ter decidido voto levando em consideração informações da internet, especificamente em alguma rede social.
Foto Destaque: Ciro Gomes. (Foto: Fábio Lima)