Bem Estar

Hanseníase persiste como problema de saúde pública; entenda

Brasil é o segundo país com mais novos casos da doença em 2021, ficando atrás somente da Índia. Entre os motivos pela qual a doença persiste no país está a desigualdade social.

29 Jan 2022 - 14h00 | Atualizado em 29 Jan 2022 - 14h00
Hanseníase persiste como problema de saúde pública; entenda Lorena Bueri

A hanseníase é uma doença que afeta os nervos periféricos e a pele, causada pela bactéria Mycobacterium lepra, a hanseníase pode desenvolver dormência, formigamento e diminuição da força das mãos, pés ou pálpebras, além de marcar a pele com manchas brancas ou avermelhadas com diminuição ou perda da sensação de calor, de dor e tato.

A doença é bem antiga na historia humana, com relatos que datam de 600 a.C. Mesmo sendo antiga, no Brasil, é um grave problema de saúde pública, com 15.155 novos casos da doença em 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a hanseníase como doença negligenciada. Falta de interesse, baixo investimento em pesquisas por parte de grandes empresas farmacêuticas prejudicando o diagnóstico e tratamento da população de baixa renda.

Segundo o especialista pesquisador Milton Ozório, do Instituto Oswaldo Cruz, mesmo sendo curável a hanseníase permanece no Brasil devido a fatores não médicos; são condições presentes no sistema econômico, políticas públicas e sociais e agendas de desenvolvimento que explicam o agravamento da situação.“Quando falamos em condições de vida precária, incluímos questões como a falta de esgotamento sanitário, de água encanada e todos esses fatores que são importantes no que consideramos os determinantes sociais da saúde. Infelizmente, a persistência desses fatores no Brasil é risco justamente para essas populações que vivem em nível de pobreza e acabam desenvolvendo a doença com mais frequência”, relata Ozório.


Fique atento aos sintomas. (Foto: Reprodução/ Pexel)


Diagnosticada com hanseníase em 2013, Patrícia Gonçalves Soares de 36 anos, moradora de Vitória da Conquista (BA) é coordenadora do Movimento de Reintegração de Pessoas Afligidas pela hanseníase (Morhan) e conta que: "não conhecia a doença e só depois de muitas consultas uma médica suspeitou que podia ser a hanseníase. Costumo dizer que eu fui um caso para estudo e que tudo que pode acontecer de pior na hanseníase aconteceu comigo. De início, foi uma situação muito ruim, mas com o tratamento eu melhorei e não tenho mais a doença, mas o cuidado permanece”, afirma.

Falta de investimento em diagnósticos e dificuldade na realização do tratamento de forma oportuna são questões apontadas na avaliação da pesquisadora Carla Lisboa Porto da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Para Carla o acesso à informação é fundamental e defende a ideia em politicas publica e campanhas de conscientização.

Em relatório emitido pela OMS o número casos no mundo em 2020 foi de 127.396. Total de 19.195 (15%) relatados na região das Américas, sendo 17.979 somente no Brasil. A meta do Ministério da Saúde é combater as epidemias da hanseníase e outras doenças como tuberculose e malária até 2030 através da busca ativa de pessoas próximas daquelas com diagnóstico positivo.

Em 1995 a doença foi renomeada de lepra para hanseníase por definição da Lei n° 9.010, proibindo o termo nos documentos da União, dos estados e municípios devido ao estigma gerado em torno do nome. Este domingo (30) celebra-se o dia Mundial de Combate à hanseníase.

 

Foto Destaque: Brasil é o segundo país com mais novos casos da doença em 2021 (Foto: Reprodução/ Shutterstock)

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