Celebridades

Glória Maria fez história ao transformar o jeito de fazer jornalismo

A comunicadora deu início a um modo mais dinâmico de contar histórias. As primeiras décadas de sua carreira foram marcadas por essas inovações que até hoje inspiram muitos jornalistas no país.

06 Fev 2023 - 12h16 | Atualizado em 06 Fev 2023 - 12h16
Glória Maria fez história ao transformar o jeito de fazer jornalismo  Lorena Bueri

Glória, era filha de um alfaiate e começou sua trajetória como telefonista. Ela sempre se mostrava disposta a fazer o que era necessário por seu trabalho. Assim que conseguiu seu estágio na rede Globo, seu primeiro desafio logo apareceu, mas junto com ele um novo formato na hora de fazer televisão. 

A queda de um viaduto no Rio de Janeiro, foi o pontapé para uma das maiores jornalistas que esse país já viu. A notícia que o Elevado da Paulo Frontin havia caído, foi como uma bomba no colo dos estagiários da época, visto que as ferramentas para apurar a informação eram bem limitadas. Contudo, a desenvoltura de Glória Maria facilitou demais toda a operação por trás da notícia. A ideia de consultar a lista telefônica para encontrar moradores dos arredores do elevado, foi fundamental. Após a procura, a confirmação do acidente chegou. Esse acontecimento trouxe destaque para a jornalista.  

Glória acompanhou de perto momentos tensos do nosso país. Um deles foi a ditadura militar. Um dos momentos mais violentos que se tem notícia até os dias de hoje. Ela compartilhou certa vez que quando Figueiredo - fazendo referência a João Figueiredo, último presidente desse período assombroso - fez seu discurso muito famoso ,por sinal, que afirmava "eu prendo e arrebento" para defender a democracia, o filme da câmera acabou e a gravação não pôde ser continuada. 

"Presidente, por favor, dá para o senhor repetir essa declaração?", pediu Glória no momento de desespero e ele respondeu "Problema seu. Eu não vou repetir".

Gloria disse que após esse episódio surgiu um grande impasse. A equipe ficou em dúvida se deveria ou não colocar no ar a declaração do então presidente. Ficaram, como dizem, entre a cruz e a espada. No final, optaram por não se isentar, e publicaram. Ela conta que Figueiredo passou a odiá-la. Ele dava entrevistas fazendo referência a ela como "aquela neguinha da Globo". 

Glória vivenciou inúmeros acontecimentos inéditos na TV e pelo mundo. Ela foi a primeira a entrar ao vivo em cores na Globo. A jornalista começou na era da TV em preto e branco, isso foi um marco. Ela sabia como se adaptar, sua origem humilde a tornou flexível na vida, por isso, ela sabia como ser resiliente como profissional. Maria, sabia se adaptar a várias maneiras de fazer jornalismo e ela criou seu próprio modo de trazer a informação: o estilo participativo de fazer reportagem foi uma criação dela. 

Glória foi aos Estados Unidos para cobrir a posse do presidente Jimmy Carter, em Washington, em 1977. Após seis anos, da sua primeira reportagem ela foi ao território norte americano para transmitir o início de um governo marcado pela luta pelos direitos humanos. 


Glória Maria em frente a Casa Branca durante a posse de Jimmy Carter em 1977 (Foto: Reprodução/RD1) 


A Guerra das Malvinas faz parte do pacote de acontecimentos históricos importantes que Glória esteve presente. Ela reportou o conflito durante quase dois meses. Ao vivo, ela noticiou o "cessar fogo" da guerra. Durante o programa "Encontro" ela deu seu depoimento acerca desse momento. 

"Era uma guerra diferente. Não era uma guerra com tiros, era com minas. Eu nunca tinha coberto guerra, mas eu queria ir. Achava que era uma coisa importante para mim. Depois me arrependi, porque eu não dormia,esperando ou temendo que tivesse que ir para aquele terreno minado" 

Segundo ela, ver uma guerra de perto foi uma experiência única que ela jamais repetiria. O combate mudou a visão que ela tinha sobre a vida e do mundo. O fato de que durante uma guerra as pessoas estão lutando por um poder insano e,por isso, perdem a capacidade de raciocinar, foi a parte mais assustadora para ela. 

Depois de dizer que não cobriria nunca mais uma guerra. No mesmo programa, Glória, afirmou que às vezes dá vontade de ir à Ucrânia e transmitir o conflito. Essa mudança radical de posicionamento revela que a alma de Glória sempre foi de uma jornalista, ela nasceu para fazer isso e a sua personalidade destemida demonstra isso. Ela tem pleno conhecimento dos perigos e do que uma guerra dessa dimensão pode causar nas pessoas, mas mesmo assim, abrir mão de estar presente enquanto a história se constrói não é uma possibilidade. Como ela mesma afirmou, enquanto ela fosse jornalista, ainda vai haver nela vontade de estar onde estão os acontecimentos. Glória era viciada em viver. 

 

Foto destaque: Glória Maria no começo de sua carreira - Reprodução/RD1

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