A utilização de flores comestíveis na gastronomia traz beleza, aroma, sofisticação aos pratos. Estando presentes em saladas, pratos principais ou sobremesas, elas podem transformar uma receita trivial em uma refeição diferenciada, sendo uma excelente opção para compor cardápios de festas, comemorações, ou jantares mais elaborados. Além da variedade de flores que podem ser utilizadas, diversas receitas fáceis e rápidas podem ser feitas, sem, necessariamente, ter que passar pelas mãos de um chef de cozinha.
Sendo consideradas plantas alimentícias não convencionais, as flores comestíveis são parte dos vegetais que a população ainda não possui o hábito de consumir. No entanto, é possível inovar os pratos, deixá-los mais atraentes e saborosos utilizando essa opção.
De acordo com o professor do curso de Gastronomia da UNINASSAU Graças, Antônio Gomes, são diversas as espécies de flores que podem ser usadas nas receitas e dentre elas estão a Flor de Jerimum (também chamada de Calabaza), Crisântemo, Begônia, Ipê Amarelo, Beijinho, Flor de Alecrim, Flor de Açafrão-da-terra, Flor de Sálvia, entre outras.
“A flor de Jerimum é muito versátil e pode ser aplicada em ensopados com arroz, peixe, sopas e cremes, frita e/ou recheada com carne ou queijo. Podem ainda ser preparadas como massas e bolos recheados e também em panquecas. Outras duas espécies bastantes usadas, são as flores Crisântemo e as Beijinho, que podem ser ingeridas cruas ou adicionadas a saladas combinadas com suco de laranja e também preparadas com algumas bebidas. As Crisântemo de cores branca podem ser preparadas como tempero para molho de tomate e compotas. Já a Begônia e o Ipê-amarelo são bem aproveitados no preparo de geleias”, explica.
O consumo pode ser feito como qualquer outro vegetal folhoso. As pétalas, por exemplo, além de aromatizar vinagres e azeites, podem ser servidas como aperitivo, como chips crocante e sequinho, ou adicionadas ao gelo para acompanhar bebidas ou drinques.
O profissional ressalta ainda a multifuncionalidade da flor de Bougainville, espécie muito comum na região Nordeste, devido as suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, podendo ser adicionada em chás, sucos de abacaxi, limão, pêssego, melão, uva e morango, ou até mesmo em uma “pink lemonade” (bebida americana à base de limão siciliano e frutas vermelhas) ou na “kombucha” (bebida fermentada, preparada a partir da infusão ou extrato da planta). Estas flores também podem ser empanadas ou fritas em massa de Tempurá ou ainda ingeridas cruas e em saladas. O cuidado está apenas em retirar a parte central (de cor branca) que não deve ser consumida.
Outro alerta está na higienização e na delicadeza no manuseio das flores. A orientação é lavá-las e mergulhá-las em água com sanitizante que pode ser hipoclorito de sódio ou água sanitária, sendo 1 colher de sopa para litro de água, deixar de molho por 15 minutos e depois enxaguar em água corrente. De uma maneira geral, não há restrições na ingestão, exceto, caso pessoa possua algum tipo de alergia a pólen ou intolerância gastrointestinal.
O chef Antônio Gomes fornece uma dica prática e fácil de fazer. Confira:
Refogado de Calabaz
40 flores de jerimum;
30 mililitros de azeite;
1 dente de alho picado;
1/2 cebola picada;
1/2 pimentão verde picado;
1 pimenta de cheiro verde
Deve-se picar levemente as flores, refogá-las com os demais ingredientes e acrescentar o sal a gosto. A opção é indicada para ser consumida com tortilhas ou pão sírio.
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