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Filme 'Meu Nome é Bagdá' estreia no Festival do Rio

Longa "Meu Nome é Bagdá" chega aos Cinemas Brasileiros após ganhar o prêmio do júri na Berlinale. O Longa aborda o lugar da mulher no espaço urbano e no universo do Skate.

12 Ago 2021 - 19h05 | Atualizado em 12 Ago 2021 - 19h05
Filme 'Meu Nome é Bagdá' estreia no Festival do Rio Lorena Bueri

O Filme “Meu nome é Bagdá” da diretora Caru Alves de Souza estreou nos circuitos comerciais do cinema brasileiro em 16 de setembro. Em 2020, o Longa produzido pela Manjericão Filmes foi o grande vencedor do prêmio principal do jurí da mostra Generation 14plus na 70ª edição da Berlinale - Festival de Cinema de Berlim. No Brasil, a pré-estreia do filme aconteceu na 21ª edição do Festival do Rio de Janeiro e foi exibido no dia 10 de agosto nos cinemas do grupo Estação Net em Botafogo. A sessão foi marcada pela presença do elenco e da equipe de produção do filme. Anteriormente, o filme “De Menor” da diretora foi seu primeiro longa a estrear no Festival do Rio e, eleito o Melhor Filme da Première Brasil de 2013. 


   (Cartaz promocional do Filme "Meu nome é Bagdá" (Imagem: Reprodução/ManjericãoFilmes)


Por sua vez, o Longa recente de Caru Alves de Souza é inspirado no livro homônimo “Bagdá” de Toni Brandão cujo o protagonista era um skatista masculino. Entretanto, a diretora decidiu que Bagdá deveria ser uma protagonista feminina com a proposta de debater e discutir o lugar da mulher no espaço urbano e dentro da prática esportiva do Skate. Dessa forma, a protagonista Grace Orsato dá vida a Bagdá, uma adolescente que anda de Skate pelos espaços urbanos do bairro Freguesia do Ò, na periferia de São Paulo.

No primeiro ato do filme, a cena de abertura mostra Bagdá invadindo um local abandonado e pixando a parede com palavrões. Em seguida, o a câmera na mão acompanha Bagdá andando de Skate junto de seus amigos em uma pista de parque. A jovem de 17 anos é a única menina que faz parte de um grupo de Skatistas dominado por rapazes adolescentes e maiores de idade. Todavia, Bagdá com o seu estilo tomboy e rebelde sabe se posicionar de forma confiante e responder a altura as piadas e comentários machistas de seus colegas.

A jovem Skatista vive com a mãe solo Micheline interpretada pela cantora Karina Buhr e sua irmã mais velha Joseane e a caçula Bia. A Família de Bagdá é unida, feliz e acolhedora e representa a grande parte das famílias brasileiras formadas por mãe solos. O cotidiano de Bagdá centra-se na sua relação com seus amigos, sua família e, os colegas de sua mãe. O Elenco dos personagens secundários é composto pela atriz Gilda Nomacce e a trans Paulette Pink. Assim, o longa aborda temas como machismo, assédio sexual, preconceito de gênero, homofobia e violência policial.

O segundo ato do filme destaca-se pela tensão da cena em que Bagdá e seu amigo negro Deco e outros rapazes são abordados e revistados de forma truculenta pela polícia. O discurso racista dos oficias da polícia que aborda o grupo de jovens representa os inúmeros casos de injustiças sociais e acusação de roubo que acontecem com jovens negros oriundos de bairros periféricos. E, o discurso misógino e machista evocado por parte das autoridades policiais representa a fala de muitos políticos ultraconservadores e reacionários que acredita que a mulher deve desempenhar um determinado papel de gênero e comporta-se de acordo com os valores da cultura patriarcal.

Apesar do filme abordar questões de gênero e diversidade sexual, a expressão identitária de Bagdá é uma grande incógnita durante o filme. A personagem tem uma personalidade rebelde, seu corte de cabelo é curto, usa sempre calças jeans, tênis e blusas largas. Em contraposição, a sua irmã mais velha Joseane que se expressa de acordo com as normas de gênero e os padrões de beleza feminino. No decorrer do filme, há algumas indagações a respeito da identidade de gênero e orientação sexual de Bagdá. Porém, em nenhum momento do filme a protagonista afirma a sua identidade de gênero e sexualidade, ou, mostra-se interessada amorosamente por algum amigo, seja do sexo masculino ou feminino. Há ainda uma cena bastante poética e metafórica de uma dança de luta que expressa um ataque homofóbico sofrido por um colega homossexual da mãe de Bagdá ao caminharem na rua.

Em diversos momentos do filme, Bagdá assume o controle da narrativa com a sua câmera registrando os colegas de sua mãe, sua família e seus amigos andando de Skate. A direção de fotografia reproduz imagens em vhs para mostrar a ótica da câmera de Bagdá e intercala com recursos da linguagem documental e self-tape. No terceiro ato filme, Bagdá conhece um grupo de garotas skatistas e imediatamente faz amizade e identifica-se com os desabafos do preconceito de gênero e machismo enfrentado no universo do Skate. O clímax do final do filme é expressado pela agressão de assédio sexual vivenciado por Bagdá em uma festa. Por fim, o silencio de Bagdá é interrompido pela intervenção das novas amigas skatistas que apoiam a jovem a denunciar o seu agressor. 

Assista ao trailer:



Foto destaque: Longa "Meu Nome é Bagdá" chega aos cinemas brasileiros. Reprodução/Manjericão Filmes

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