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Família mantida em cárcere privado por 17 anos é libertada no Rio de Janeiro

Uma família em Guaratiba, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi libertada após viver 17 anos em cárcere privado. A mãe e os dois filhos foram encontrados com caso de desnutrição e desidratação.

30 Jul 2022 - 19h49 | Atualizado em 30 Jul 2022 - 19h49
Família mantida em cárcere privado por 17 anos é libertada no Rio de Janeiro Lorena Bueri

Nesta quinta-feira (28), a Polícia Militar do Rio de Janeiro libertou uma família que vivia em condições desumanas e cárcere privado no bairro de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Juntos há 23 anos (e mantida em cárcere há 17 anos), a mulher relata que diversas vezes tentou se separar de Luiz Antônio Santos Silva devido a diversas agressões tanto físicas quanto psicológicas, mas era ameaçada e desistia. Os dois filhos do casal, uma jovem, de 22 anos, e um rapaz, de 19 anos, também sofriam das torturas do marido, que os mantinham acorrentados desde a infância. Todos foram encontrados com quadro de desnutrição e desidratação.

“Ela disse que não via a luz do dia há 17 anos, era a primeira vez nesse tempo todo, dizia sentir dor pela luz do sol. Nós oferecemos água, perguntei se ela tinha comido alguma coisa e se queria comer, ela disse que não. Dizia “não, não, não, eu não posso comer, ele não deixa a gente comer sem autorização dele”, relata o capitão William Oliveira, chefe do setor operacional do 27° BPM (Santa Cruz).


Cama em condições precárias que a mulher e seus dois vilhos dormiam. Foto: Reprodução.


A mulher, que não teve seu nome revelado, foi encaminhada à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande. Com comportamento “extremamente agressivo”, a vítima relata que era constantemente agressiva, mas nega ter sofrido violência sexual. Também negou que ele possuísse arma em casa e afirmou que ele não era usuário de drogas e nem ingeria bebida alcoólica. O homem torturava sua ex-companheira e afirmava que caso ela o deixasse, iria morrer. “Você tem que ficar comigo até o fim. Se for embora, só sai daqui morta”, relembra.

Segundo relatos dos vizinhos, Luiz saía de manhã da casa, trancava a família e voltava apenas à noite. O homem também era o único que tinha acesso à comida da casa, então havia situações em que a família ficou sem comer por até três dias, segundo a vítima. Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.


Luiz Antônio Santos Silva, o homem que torturava a esposa e os dois filhos. Foto: Reprodução


Após tudo isso, a torturada pediu as medidas protetivas contidas na Lei Maria da Penha, principalmente que o companheiro não possa chegar perto dela e dos filhos.

No caso dos jovens a situação piora. Ambos foram encontrados com os casos mais graves de desnutrição e de tão franzinos, parecem crianças. Quando encontrados, nenhum se comunicava, estavam amarrados e sujos.

Agora, a mãe e os dois filhos estão no Hospital Municipal Rocha Faria, onde estão sendo tratados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio, todos foram encontrados com quadro de desidratação e desnutrição grave e estão sendo tratados, além de receberem acompanhamento do serviço social e de saúde mental.

Um fato que surpreende é que o Conselho Tutelar e o Ministério Público do Rio tinham noção dessa situação desde 2020. Inclusive, o Conselho Tutelar afirmou ao portal G1 que acompanha o caso há dois anos. Na época, eles entraram em contato com o MP e a polícia, mas não houve prosseguimento nas investigações.

Confira a nota que a Polícia Civil divulgou: 

"As investigações tiveram início em 2020 quando o caso foi registrado na 43ª DP (Guaratiba). Na sequência, foi encaminhado à 36ª DP (Santa Cruz) para apuração dos fatos O inquérito foi enviado três vezes ao Ministério Público para providências. A última vez que retornou foi em maio deste ano. Neste momento, as investigações estão em andamento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande. Medidas protetivas para as vítimas foram solicitadas junto à Justiça, que deferiu o pedido".

Foto destaque: Carro da polícia no local em que a família morava.  Reprodução/O Globo.

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