De acordo com resultados de um estudo publicado no “The New England Journal of Medicine”, apresentado durante o maior congresso sobre oncologia no mundo, Asco - Sociedade Americana de Oncologia Clínica, um medicamento analisado é capaz de reduzir o crescimento de tumores de formas agressivas de câncer de mama, reduzir sua progressão e aumentar a sobrevida dos pacientes com a doença em seis meses.
O Trastuzumab Deruxtecan, conhecido cientificamente como Enhertu, já era usado no tratamento de um determinada classe dessa espécie de câncer, até o momento era destinado somente a pacientes que possuíam HER2-postivo, uma expressão grande dessa proteína, o que não permitia que fosse administrado em pacientes HER2-low, ou seja, que tivessem baixa expressão desta proteína, no entanto, com essa nova descoberta, eles também tornam-se elegíveis ao tratamento.
Descoberta pode apontar novo uso de medicamento contra câncer de mama. (Foto: Reprodução/BoaConsulta)
A pesquisa já se encontra na etapa final de estudo, distribuindo 557 pacientes, anteriormente diagnosticados com baixa expressão da proteína HER2 e possuíam tumores que não podiam ser tratados com cirurgia, de forma aleatória em dois grupos distintos: Um havia recebido tratamento com um remédio via intravenosa, já o outro, realizou quimioterapia de acordo com o entendimento do médico.
O grupo que recebeu o medicamento apresentou uma interrupção na progressão do câncer por cerca de dez meses em comparação com os seis meses apresentados pelo grupo que recebeu tratamento com quimioterapia padrão.
O medicamento também aumentou a vida dos pacientes em cerca de seis meses, subindo de 17,5 para 23,9, já no outro grupo, esse valor foi de três meses.
O Trastuzumab Deruxtecan é uma medicação aplicada por via intravenosa que atua bloqueando a proteína HER2 nas células cancerosas e liberando um produto químico que age matando o câncer no interior das células. Ele é composto por um anticorpo monoclonal chamado transtuzamb, combinado com inibidor da enzima toposiomerase.
No entanto, a droga possui efeitos colaterais graves em alguns casos, segundo a agência Associated Press, três pacientes do estudo faleceram de uma doença pulmonar, uma complicação já conhecida do uso da droga, nos Estados Unidos o medicamento custa cerca de US$ 14mil por mês e no Brasil seu uso é aprovado apenas para tratamento em apcientes com HER2-positivo.
Apesar disso, o estudo apresenta uma possibilidade animadora para pacientes oncológicos HER2 - Low e pode ajudar no tratamento de novos tipos de câncer de mama.
Foto Destaque: Mulher realizando teste de toque para detecção de câncer de mama. Reprodução/Club Nissei