Esse universo virtual, que recebe a nomenclatura de “Metaverso”, tem sido o assunto mais falado e discutido nos últimos meses. As novas ofertas para este “novo mundo” vêm atraindo grandes empresas e empresários. Por um lado, as empresas de tecnologia e mídias sociais vem inovando em dispositivos e plataformas afim de facilitar a entrada dos seus usuários.
A exemplo, a META, que através do seu CEO Mark Zuckerberg, acredita que seu público aumente neste novo segmento desenvolvendo novos avatares ou, os aperfeiçoando mesmo que para isso eles tenham que investir alto. Principalmente para aqueles que buscarem por produtos mais caros, de luxo.
Para Mark, “Os avatares serão tão comuns quanto fotos de perfil hoje, mas em vez de uma imagem estática, eles serão representações 3D vivas de você, suas expressões, seus gestos que tornarão as interações muito mais ricas do que qualquer coisa que seja possível on-line hoje. Você provavelmente terá um avatar fotorrealista para o trabalho, um estilizado para sair e talvez até um de fantasia para jogos ”.
Gucci Garden. (Foto:Reprodução/Lifestyle Asia)
Ao analisar, o usuário poderá obter guarda-roupas de roupas totalmente virtuais para seus respectivos avatares dentro do metaverso para ocasiões diversas. Essas ocasiões correspondem a experiências desenvolvidas pelas plataformas, a exemplo, roupas para reuniões de trabalho, e roupas mais formais.
Dessa forma, tais roupas virtuais são validadas ou reconhecidas como propriedades deste avatar a partir da certificação virtual da propriedade, ou seja, NFT. Um usuário que adquire uma roupa virtual, recebe um token não fungível deste produto. Ressalta-se também que, o transporte de itens e demais acessórios podem ocorrer entre as plataformas de maneira rápida e totalmente transparente.
Atenta a este mercado de roupas virtuais, grandes marcas de roupas de luxo identificaram formas de como se beneficiar. Um dos benefícios é a eliminação de produtos em excesso. Isso porque com as roupas virtuais as empresas não terão estoques físicos defasados sendo vendidos por baixo preço. É o que diz Gonçalo Cruz, CEO e fundador da PlatformE empresa de software que auxilia marcas de roupas a lançar suas versões em formas 3D.
Burberry Shark B. (Foto:Reprodução/Steve)
Com relação a indústria de moda Cruz diz que, “Toda marca tem superprodução, estoque em excesso e, obviamente, acúmulo de produtos no final da temporada”. Ainda segundo ele, “Então você começa a descontar, e essa é uma história sem fim. Você vê descontos de 90% nas lojas agora. Isso desvaloriza o valor da marca”.
Quanto aos lucros, identificasse outro benefício. A redução da matéria prima e mão de obra para a produção. A criação de itens virtuais não necessariamente precisa ser inovadora. Há estilo e modelos antigos que podem ser configurados ou refeitos para o mundo virtual, essa conversão possibilita baixa investimento e retorno bastante positivo.
Para Cathy Hackl, consultora especializada em Metaverso, “Nem tudo o que eles criam no metaverso precisa ser novo. Eles podem alavancar seus muitos anos de história e herança e apresentar seu legado às novas gerações. A nostalgia é um sentimento poderoso e, no final das contas, criatividade é criatividade”.
Tommy Hilfiger. (Foto:Reprodução/FashionUnited)
Além disso, uma das principais vantagens de converter e roupas físicas em roupas virtuais para o universo do Metaverso, é o fato de que os avatares/usuários que adquirirem roupas virtuais, recebendo seu NFT pela roupa e porventura quiserem vende-las, a empresa desenvolvedora pode receber os royalties pela revenda. Evitando falsificações, cópias indevidas e auxilia na continuidade da receita.
A empresa Gucci, já iniciou as vendas e recentemente vendeu um dos seus produtos por mais de 4 mil dólares. A Tommy Hilfiger divulgou sua parceira com a EWG Virtual, agência de marketing. Seu objetivo é se manter atento a essa nova modalidade de comércio, o virtual. Outra empresa que também vem se inserindo nesse mundo é a Burberry. A empresa desenvolveu NFTs para o universo dos jogos denominadas Sharky B, seus personagens possuem diversos acessórios e após anúncio de comercialização se esgotaram e geraram um lucro de quase 400 mil dólares.
Foto destaque: Homem navegando no metaverso através do óculos de realidade aumentada. Reprodução/MoneyTimes