O presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista para o programa americano “Tucker Carlson Tonight”, transmitido na Fox News, exibida na noite desta quinta-feira, dia 30. Durante a conversa, Bolsonaro falou sobre a legislação sobre armas e disse que caso seja reeleito espera conseguir o apoio do congresso para levar essa pauta adiante.
Quando questionado sobre o que o levou a mudar a legislação sobre armas no Brasil, o chefe do Planalto disse não ter conseguido mudar a lei brasileira, porém a interpretou “da melhor forma possível”. Ele afirma ter feito isso através de um decreto presidencial e de portarias ministeriais.
Ele completou a fala dizendo que “houve um aumento substancial no número de pessoas que possuem armas de fogo” e falou que acredita que isso está diminuindo a violência no país, pois “os ladrões pensarão duas vezes antes de invadirem a propriedade de outra pessoa”.
Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, foram registradas mais de um milhão de novas armas particulares, segundo dados do Exército e da Polícia Federal obtidos pelos institutos Igarapé e Sou da Paz por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação).
Bolsoanro posa em clube de tiro, ao lado de servidores da receita (Foto: Reprodução/Sindifisco Nacional de Brasilia)
Mais da entrevista
O jornalista que entrevistou Bolsonaro, Tucker Carlson, disse que ele é um político “antissistema” bem-sucedido apesar da “coalizão de bilionários, professores universitários e veículos de mídia”. Ao que o presidente respondeu citando a facada que sofreu durante as eleições de 2018.
Durante a entrevista, o chefe de Estado brasileiro falou sobre a Amazônia e rebateu as críticas recebidas. Disse que dois terços da floresta estão preservados e rebateu as críticas vindas de artistas e governantes internacionais dizendo que “Não dependemos do interesse internacional em preservar a Amazônia”.
Sobre o desmatamento, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a Amazônia legal teve 900km² de desmatamento no mês de maio, sendo que o número é o segundo maior para o mês em seis anos.
O entrevistador elogiou Jair Bolsonaro por ser o único líder mundial a admitir que não tomou a vacina contra a Covid-19. O presidente disse que não tomou o imunizante, pois já se infectou com o vírus por isso já tem imunidade contra a doença, apesar de estudos comprovarem que pessoas infectadas precisam tomar a vacina, visto que a imunização é superior à provocada pelos anticorpos gerados pelo vírus.
Bolsonaro também voltou a defender o tratamento precoce e a “liberdade” de não se vacinar: “No Brasil, uma parcela considerável da população não quer tomar a vacina. Lamento todas as mortes, mas acredito que muitas delas poderiam ter sido evitadas por meio do tratamento precoce.”
Pesquisas já comprovaram a ineficácia do tratamento precoce e de medicamentos como Hidroxicloroquina e Azitromicina, no combate a Covid-19.
Foto destaque: Bolsonaro sendo enrevistado por Tucker Carlson. Reprodução/Twitter