Um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta atualmente é como reduzir a produção de gases que estão superaquecendo nossa atmosfera.
Com o aumento das temperaturas, as camadas do permafrost – nome dado a camada congelada do solo - estão derretendo e liberando toneladas de gases, como carbono e metano, presente no Ártico e nas florestas boreais do Alasca, Canadá e Rússia. A grande preocupação é com antigos vírus antigos e bactérias, que também estão derretendo, podendo provocar graves consequências tanto para as regiões onde se situa quanto para o planeta.
Composição do Permafrost. (Foto:Reprodução/ BBC)
O permafrost preserva, além de vírus antigos, restos mumificados de animais extintos; foi o que chamou a atenção do professor de Medicina da Universidade Aix-Marseille, na França Jean-Michel Claverie, ele vem estudando o que chama de "vírus zumbis". O nome é dado a vírus potencialmente ativos, que estiveram dormentes por milhares de anos, e estão sendo descongelados no Ártico.
Segundo suas pesquisas mais recente, publicada em 18 de fevereiro na revista Viruses, Claverie e sua equipe isolaram várias cepas de vírus antigos de várias amostras de permafrost retiradas de sete lugares diferentes da Sibéria e mostraram que cada uma delas poderia infectar células de ameba cultivadas.
O fato de os vírus que infectam amebas ainda serem infecciosos depois de tanto tempo é indicativo para um problema futuro, a região pode se tornar um terreno fértil para um evento de transbordamento – quando um vírus salta para um novo hospedeiro e começa a se espalhar.
O que acontece quando o permafrost derrete. (Foto:Reprodução/ El mercurio/ BBC
Segundo o pesquisador, ele teme que as pessoas vejam sua pesquisa como uma curiosidade científica e não percebam a possibilidade de vírus antigos voltarem à vida como uma séria ameaça à saúde pública, é importante tomar medidas para combater o efeito estufa e as mudanças climáticas.
Foto Destaque: Microfoto do "Vírus Zumbi" estudado por Jean-Michel Claverie.
Reprodução/ CNN.