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Chefão da F1 garante liberdade de expressão de pilotos após críticas à federação

Depois que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) incluiu artigo polêmico em documento de regras para a temporada 2023, vários pilotos se manifestaram contra as novas diretrizes.

09 Fev 2023 - 16h59 | Atualizado em 09 Fev 2023 - 16h59
Chefão da F1 garante liberdade de expressão de pilotos após críticas à federação Lorena Bueri

Com a temporada 2023 da Fórmula 1 a apenas algumas semanas de distância do seu início, figuras influentes do esporte começaram a abordar uma mudança controversa feita pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que causou agitação quando anunciou, ainda em dezembro, uma alteração em seus regulamentos para o novo ano.

Em um dos trechos do novo documento, a entidade máxima do automobilismo estipulou que “quaisquer palavras, atos ou escritos que tenham causado moral lesão ou perda para a FIA, seus corpos, seus membros ou seus executivos, e mais genericamente sobre os interesses de sobre os valores defendidos pela Federação”, descrito no arquivo de 2023.

A partir das mudanças oficiais impostas pela entidade, os pilotos de Fórmula 1 precisam pedir permissão por escrito da FIA caso desejem fazer declarações ou comentários religiosos, políticos ou pessoais ao longo de um fim de semana de Grand Prix.

Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”, Stefano Domenicali, CEO da F1, respondeu aos questionamentos acerca da decisão e comentou a respeito das novas diretrizes. "A F1 nunca vai colocar uma mordaça em ninguém. Todo mundo quer falar, então quanto melhor for a plataforma para dizer o que quer da maneira certa, melhor é. Temos uma enorme oportunidade por causa da posição do nosso esporte que é cada vez mais global, multicultural e multivalorizado”, declarou o executivo.

Ainda em entrevista, Domenicali comentou: “Não mudaremos essa abordagem como esporte. Essa deve ser a linha da nossa modalidade, para dar a todos a chance de falar da maneira certa, não com tons agressivos ou para ofender, mas com respeito", disse.

O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, disse em dezembro que a mudança foi feita "em alinhamento com a neutralidade política do esporte", em última análise, seguindo o código de ética do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A repressão surgiu depois que Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, principalmente, foram protagonistas de discursos e posicionamentos sobre questões políticas, sociais e ambientais nos últimos anos.

O piloto da Red Bull, Sergio Perez, acrescentou agora a sua voz ao debate crescente. Perguntado pela “Speedcafe.com” sobre o problema, Perez comentou: "É algo que não discutimos dentro da Associação de Pilotos, mas é algo com o qual não nos sentimos confortáveis. Queremos ser nós mesmos e queremos ser capazes de nos expressar da maneira que queremos”, declarou o mexicano.


Sergio Perez se mostrou insatisfeito com as novas diretrizes da FIA. (Foto/Reprodução/RBR)


Para o portal, o companheiro do holandês Max Verstappen não poupou palavras. "Todos nós temos visões diferentes, crenças diferentes de maneiras religiosas. Entendo o lado político, mas todos devemos ser livres para nos expressarmos como quisermos. Eu acredito que no esporte é importante ser capaz de se expressar”, completou, dizendo que se esforça para pensar que a entidade será capaz de administrar o que o piloto é capaz de dizer ou não.

A decisão da FIA já foi criticada pelo piloto da Alfa Romeo, Valtteri Bottas, que recentemente expressou sua frustração. "Eu não entendo por que eles querem nos controlar", disse Bottas. "Devemos ter o direito de falar sobre o que queremos", complementou.


Alex Albon também comentou as decisões de regulamento da FIA. (Foto/Reprodução/F1)


Além desses, tanto Verstappen quanto Alex Albon expressaram as suas preocupações em entrevistas dadas à Sky Sports News. O bicampeão mundial de F1 disse no lançamento da temporada da Red Bull: "Todos são diferentes, então algumas pessoas são mais sinceras do que outras. Normalmente eu não falo tão abertamente – em primeiro lugar, é difícil, como piloto de corrida, estar totalmente comprometido com isso em termos de entrar em tudo e garantir que você conheça os fatos”, revelou o holandês.

Albon, por sua vez, apontou a F1 focada na iniciativa “We Race As One”, lançada em 2020 e baseada nos pilares da diversidade e inclusão, sustentabilidade e comunidade. O piloto da Williams sentiu que estava usando os perfis da maneira certa. "Talvez estivéssemos indo para alguns caminhos que eram um pouco controversos, mas lidando com a questão abordando tópicos nesses lugares que sentimos que precisavam de conscientização”, disse Albon.

O anglo-tailandês complementou lamentando um possível retrocesso do mundo do automobilismo nesses âmbitos, relatando que há uma visão diferente entre os pilotos, a FIA, mas também a F1, e que todos precisam entender e conversar sobre a situação.

Foto destaque: Stefano Domenicali, chefão da F1, comentou a respeito da liberdade de expressão dos pilotos. Reprodução/Getty Images

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