Moda

A têndencia polêmica do fuzzy effect está de volta

Tecido mohair (e suas versões sintéticas) estão de volta depois de surgir no TikTok e coleções de grifes. Mesmo que você ainda não tenha notado este retorno, é provável que logo comece a encontrar nas lojas

01 Nov 2022 - 18h09 | Atualizado em 01 Nov 2022 - 18h09
A têndencia polêmica do fuzzy effect está de volta  Lorena Bueri

Os tecidos com pelinho, como é chamada a tendência fuzzy effect está de volta. O tecido mohair, é uma fibra natural de textura felpuda, feito do pelo de cabra de angorá. Ele ganhou força durante a década de 1970, quando as pessoas o utilizavam em blusas despojadas. Há pouco tempo, a estética ganhou populariedade e voltou a aparecer nos guarda-roupas das famosas. 

A consultora de moda e estilo Bruna Gindro, explica como essas tendências surgem. “Como inovação a partir de macrotendências de comportamento e de consumo. Por isso, aparecem primeiro nas pontas mais vistas da sociedade, como artistas, famosos, influenciados e só depois é aceito pela grande massa."


A roupinha com pelinhos está de volta (Foto: Reprodução/Pinterest)


Bruna Gindro explica que as tendências surgem por meio de marcas, estilistas, celebridades, influenciadores e até mesmo das redes sociais, como o Tiktok, que foi o responsável por trazer de volta o fuzzy e effect. “A disseminação de conteúdos que privilegiem o uso de determinada peça repetidamente faz com que os consumidores comecem a aderir as vestes em seus guarda-roupas para ‘entrar na moda'".

Em 2018, a ONG People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em tradução livre, fez uma denúncia devido aos casos de maus tratos de animais após terem acesso a um vídeo da produção da lã. Os registros foram feiros entre janeiro e fevereiro do mesmo ano, em 12 fazendas da África do Sul. De acordo com dados da PETA, cerca de 50% da lã é produzida lá. 

Nas imagens é possível ver os animais sendo arrastados e carregados pelos chifres, pernas ou caudas. Os bichos são segurados pelo rabo e só assim é cortado o pelo. Também há um abatedouro, onde alguns homens arrancaram a a pele de um animal e depois o esfaqueiam. As cabras que sobreviveram ficaram expostas ao vento e chuva, mesmo sem o pelo de proteção, com feridas abertas e suturas feitas sem anestesia. 

“Os investigadores afirmaram que os animais às vezes eram até mortos depois da retirada dos pelos. Em uma fazenda, um trabalhador cortava a garganta das cabras conscientes com uma faca, e então quebrava seus pescoços.”, disse o jornal o The Washington Post.

Durante a polêmica, os agricultores contaram que muitos animais morriam após serem tosados. Segundo a ONG, em apenas um final de semana, 40 mil animais haviam morrido. Os bichos que não serviam comercialmente eram mortos por meio de métodos cruéis, como mutilação e choque em seus corpos.


A roupinha com pelinhos está de volta (Foto: Reprodução/Pinterest)


A notícia ganhou tanta visibilidade que acabou forçando empresas relacionadas ao mercado de lã mohair a se posicionarem contra as práticas, e muitas delas suspenderam o uso do tecido. Por exemplo, a Gap Inc, que deixou de fornecer produtos feitos com o material para Old Navy, Banana Republic, Athleta e outras marcas. Marcas populares, como Zara e GAP, trocaram a lã pela fibra sintética. 

A consultora acredita que a indústria da moda tem se preocupado com a conscientização ambiental. “Pode ocorrer uma troca da fibra natural por uma sintética na fabricação do tecido, assim como a Zara fez. A internet, inclusive, colabora para que a sociedade vigie essas marcas, o que pode levar a melhores decisões.” 

Caso queira aderir a tendência, a dica é buscar por estas versões sintéticas, que também são mais acessíveis. 

 

Foto Destaque: Tendência fuzzy effect. Reprodução/Pinterest

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