Sheherazade: "Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo"

22/12/2023 | POR Lorena Silva

Sheherazade:

Mãe, Jornalista, apresentadora, colunista, escritora e ex-participante de A Fazenda 15. A renomada profissional foi responsável de 2011 a 2020 a ancorar um dos maiores jornais do país, o SBT Notícias e paralelo a isso Rachel conciliava com a rádio Jovem Pan de 2014 a 2015.

Sheherazade sempre deu a oportunidade do público conhecê-la um pouco mais durante sua breve participação no reality A FAZENDA, mesmo com a sua curta passagem pelo programa, Rachel foi uma das favoritas do game. A ex-peoa, que sempre prezou por uma boa comunicação ao longo de sua carreira, não agiu de forma diferente no reality show, ela demonstrou muito carisma e expos todos seus posicionamentos e se comunicou de forma clara e objetiva, sem dar voltas no jogo.

Em um bate-papo exclusivo ao "Lorena Magazine", Sheherazade compartilhou detalhes sobre sua vida e sua breve passagem em A Fazenda 15, confira!

 

O poder arrebatador do amor



Qual frase você define?

Há uma frase do filósofo alemão Friedrich Nietsche que levo tatuada no meu corpo. Levei muito tempo para decidir me tatuar, pois queria ter a certeza de que seria algo muito definidor de mim, da minha natureza, daquilo em que acredito. Ao longo da minha vida, tive muitas "verdades" desfeitas, mas uma sempre me acompanhou: o poder arrebatador do amor. Então, levo essa frase gravada no corpo e na alma: "Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal."

 

Se arrepende de ter aceitado o convite de A Fazenda?

Nunca, jamais. A minha participação na Fazenda foi revolucionária na minha vida em muitos sentidos. Posso destacar que fez toda diferença no meu lado pessoal, como experiência única de vida, e também no meu lado profissional porque acabou marcando o começo de uma transição de carreira que eu já queria ter feito há alguns anos.

 

Nada disso tirou de mim a minha essência



Acha que sua expulsão foi injusta ou incoerente?

A expulsão estava prevista nas regras, então não posso dizer que foi injusta.

 

Qual impacto A Fazenda teve em sua vida profissional?

Um impacto profundo, já que ela representa o nascimento de uma nova profissional, agora voltada ao entretenimento. A minha participação no reality marcou a minha transição profissional, me fez entender que não há motivo para temer o novo, o desconhecido. No meio jornalístico ainda há muito preconceito com relação ao entretenimento. Eu nunca tive esse preconceito. Na minha trajetória como jornalista, fiz questão de transitar nesse mundo também, que sempre me encantou. Fiz ponta em novela, cantei, atuei, fiz humor, participei de programas de auditório e até levei torta na cara. Nada disso influenciou na minha credibilidade. Nada disso tirou de mim a minha essência, meu profissionalismo, minha busca incessante pela verdade. Então, acredito que ao aceitar o convite da Fazenda acabei quebrando um tabu de que um jornalista sério não pode/deve fazer entretenimento. Grande bobagem. Nietsche escreveu certa vez: "Temos a arte para não morrer da verdade". Quem sou eu para discordar?  

 

Esse foi meu maior prêmio



Sabemos que você já fez um trabalho espetacular no jornalismo, pretende voltar para as telinhas como âncora de algum jornal ou com algum programa específico? Já aconteceu alguma proposta?

Apesar da minha incursão no entretenimento, o jornalismo nunca saiu de mim. Inclusive, ainda sou colunista na Revista Isto É. Acho que eu serei sempre essa pessoa dividida entre paixões. Mas, neste momento da minha vida, meu coração está mais inclinado ao entretenimento. Tenho algumas propostas nessa área, algumas incluem entrevistas e outras opiniões. Mas, não posso entrar em detalhes ainda, pois estamos em fase de negociação.

 

Em sua opinião, qual foi o fator determinante para sair do reality tão querida como você saiu?

Para mim foi uma grande surpresa esse abraço do público. Eu me via como uma pessoa muito comum dentro do elenco da Fazenda, sem atributos artísticos. Estava entre influenciadores, atores, cantores, dançarinos... Todos tinham algo para mostrar e eu não tinha nada, somente a minha intimidade, meus posicionamentos. Acredito que foi isso exatamente que as pessoas gostaram. Ver-me como sou, sem máscaras, sem personagens, nua e crua. Sou assim mesmo. Sou sensível, amorosa, frágil. Só me aproximo de poucas pessoas que realmente me tocam o coração, sou leal aos meus, não suporto injustiças, sou educada, respeitadora, calma, mas não pisem nos meus calos. Então, acho que foi a Rachel Sheherazade dos bastidores, e não a da bancada do jornalismo, que mais encantou o público. E fiquei muito feliz por ter sido aceita e amada do jeito que eu sou. Esse foi o meu maior prêmio.

 

É possível, desde que se tenha amor ao que se faz



Qual o segredo para o sucesso?

O sucesso não é um lugar estático. É como a felicidade. Às vezes está nas nossas mãos como um passarinho, às vezes, escapa de nós e voa para longe. Então, precisamos o tempo todo persistir, procurar evoluir e manter sempre o foco nos sonhos e a esperança acesa.

 

Sabemos que você concilia sua vida profissional com a maternidade. Como é essa vivência? Acha desafiador ou consegue levar tudo numa boa?

É desafiador, mas é possível, desde que se tenha amor ao que se faz. Eu amo o meu trabalho e amo a maternidade. Acho que as duas coisas têm uma relação intrínseca. Sem meu trabalho, eu não teria tido coragem de ter meus filhos. Eu preciso do trabalho para mantê-los de tudo, já que sou uma mãe solo, para oferecer a eles um leque maior de oportunidades no futuro. Além de me proporcionar segurança material, o trabalho me fortalece enquanto pessoa. Quando trabalho, minha autoestima está em alta. Então, me amo mais porque me sinto útil. E quando a gente se ama, tem mais amor aos outros, principalmente aos filhos. É um ciclo virtuoso.

 

Inspiração no meu caminho de jornalista



De onde vem tanta desenvoltura com a comunicação? Além de estudos e anos de prática, você teve alguma influência para seguir a carreira como jornalista?

Comunicação é um aprendizado constante que passa pela observação, sensibilidade, autoconhecimento, leitura e escrita. Ao longo da minha vida, tive vários exemplos dentro do jornalismo, como a Fátima Bernardes, Ana Paula Padrão e no segmento de opinião Arnaldo Jabor e Reinaldo Azevedo. Essas pessoas me serviram como lumiares, inspiração no meu caminho de jornalista.

 

Há algum projeto para 2024 que possa nos contar com exclusividade?

Meus projetos em 2024 têm tudo a ver com entretenimento. Não posso adiantar muita coisa, mas posso dizer que vou apresentar ao público uma Rachel Sheherazade mais leve, descontraída, bem-humorada e ainda mais corajosa.

 

 

Créditos

Fotógrafo: @trumpas_
Beauty : @mariadecastroo

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