Danielle Winits: "Uma mulher totalmente possível e não imaginária"

30/07/2022 | POR Lorena Magazine

Em uma entrevista exclusiva para o Lorena Magazine, a atriz Danielle Winits nos contou tudo sobre sua vida pessoal e profissional, confira:

Danielle Winits:

Uma das maiores atrizes do Brasil nos concedeu uma entrevista exclusiva sobre sua vida, projetos na televisão, teatro e cinema, de fato uma artista 360º. Danielle Winitskowski de Azevedo, mais conhecida como Danielle Winits, mãe, atriz, esposa e é uma das atrizes mais renomadas da história da interpretação do país. A sagitariana tem uma bagagem gigantesca em novelas, filmes, peças e nas telonas.

Danielle é uma atriz de milhões, sucesso nacional e internacional, em novelas, em filmes, minisséries, filmes para cinema e filmes para streaming por onde ela passa, deixa seu rastro de luz e sucesso. Além de atriz, Danielle também é esposa e é mãe do Noah e do Guy.

Em uma entrevista exclusiva, Danielle abriu seu coração sobre seus meios, suas conquistas e tudo que está por vir em sua vida pessoal e profissional.

Uma mulher totalmente possível e não imaginária.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Quem é a Danielle Winits por trás das câmeras? Sempre procurei levar a Danielle, a Dani na verdade, para o meu trabalho de alguma forma, porque as pessoas têm a tendência a não se humanizar quando a gente está no trabalho e a enxergar a gente de uma forma distanciada. Procuro ser quem eu sou, uma mulher totalmente possível e não imaginária, sabe? Procuro levar minha leveza, minha espontaneidade, minha vontade de fazer os outros rirem, se divertirem para o meu trabalho, independente do trabalho que seja. Eu acho que levar a minha espontaneidade, configura levar minha verdade, e se eu estou de verdade no meu trabalho, significa que estou ali por inteiro.”

Minha vida sempre foi conjugada entre teatro e televisão, o cinema veio depois.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Como começou sua vida nas telinhas? “Minha vida começou há muitos anos na televisão, né? rsrs (brinca), comecei aos meus 16 anos na TV. Meu primeiro grande trabalho foi Sexy Apil, uma minissérie. Mas antes disso, eu fiz uma participação, em um especial do Leandro e Leonardo, eu fazia uma gringa. Mas, na televisão foi em Sexy Apil, fui a vilã Eva, recentemente passou no globo play. Mas no teatro eu comecei aos 12 anos de idade, minha vida sempre foi conjugada entre teatro e televisão, o cinema veio depois." 

Quando soube que queria ser atriz? Teve alguma inspiração familiar? “Eu soube desde muito cedo, comecei a dançar quando eu tinha 5 anos, na Dalal Achcar, que é uma escola de dança renomada aqui no Rio de Janeiro, e na escola eu sempre fazia teatrinhos. Aos 14 anos, eu fui a primeira vez assistir um musical em Nova York e desde que assisti esses musicais eu já tive a total certeza do que eu queria fazer, porque eu fazia teatro desde os 12 anos, e aí eu cheguei a conclusão que eu queria conjugar o teatro e a dança com o meu trabalho e então ser atriz era o caminho que mais se encaixava com todo esse contexto de dança. Não tive nenhuma inspiração familiar, pois não tinha nenhum artista na família. Foi mesmo uma busca particular, que veio junto comigo. Eu sabia que eu tinha que travar uma batalha longa e por isso eu investi desde cedo, minha mãe foi uma mola propulsora na minha vida nesse sentido, sempre foi um reforço positivo, dentro dessa minha busca e minhas escolhas, eu é que tinha um pouco mais de medo de não dar certo, mas ela sempre me deu muita força e sempre depositou a confiança dela em mim.”

É um trabalho de doação.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Antes de conseguir êxito na carreira já levou muitos ‘NÃOS’? “Óbvio que já tive nãos e foram muito dolorosos para mim, porque eram ‘nãos’ que eu esperava muito que fossem ‘sims’, mas esses não também são o que me fazem até hoje continuar, me fazem investir no meu processo, pois, ser atriz é investir em si mesma, na crença de que todos os dias você precisa estar em busca de algo mais profundo, se você quer mesmo trilhar esse caminho. É um trabalho de observação, é um trabalho que requer muito afinco, ele não começa dentro de um estúdio ou dentro de uma locação, começa em sua percepção do mundo, em sobre o que você quer falar para o outro, é um trabalho de se questionar e questionar se você quer falar aquele texto para outro, se aquilo ali vai ser de alguma forma entregue e vai ser interessante para o outro ouvir e assimilar, é um trabalho de doação. Os ‘nãos’ quando eles vêm, eles são mais do que bem-vindos, eles tem que ser entendidos como necessários, eles são mais do que necessários para você entender se você realmente tem vocação para estar nessa profissão.”

Como é ser atriz no Brasil?  “Não consigo fazer essa divisão, ser atriz no Brasil ou ser atriz fora do Brasil. Escolher a profissão artista, não é fácil aqui e nenhum outro lugar, é uma escolha que requer concessões, não só concessões de você se deixar colocar em um lugar mais vulnerável, em relação em sua autoestima, pois, vão existir os ‘sims’, com certeza se você persuadir, se você tiver num caminho de aprofundamento, estudo, força de vontade, foco…mas vão existir os nãos também, não é fácil sendo aqui e nem fora daqui, é um caminho que requer muito amor, eu digo que a gente é atleta, porque é realmente é um tour de force e agora o amor pela profissão ele acaba que supera, pelo ou menos dentro da minha percepção, se esse amor for verdadeiro e nao for fake news, ele supera as adversidades e a cada conquista é muito celebrada, eu sempre celebro cada conquista minha, sempre tive essa gratidão interna e externa também, por cada conquista minha, porque eu sei o quanto é ser difícil, ser artista nesse país, sendo mulher também.”

Quando ela achou que era impossível, ela foi lá e fez.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Qual frase te define? “Eu gosto muito de uma frase que procuro sempre caminhar com ela ao longo da minha vida: ‘Quando ela achou que era impossível, ela foi lá e fez.’”

Sobre a carreira: Existe algum projeto específico para 2022 que possa contar com exclusividade para nós? “Eu retornei para o teatro com Falabella em uma comédia francesa, dirigida e produzida por Miguel, ao lado de Frederico Reuter, Alessandra Verney e do próprio Falabella. Miguel sempre foi um artista que almejei trabalhar. Hoje em dia somos parceiros, somos amigos, somos pessoas que têm muitas características em comum, não só profissionais como pessoais também, então não é apenas um encontro profissional, mas é um encontro de almas também, e eu me sinto mais do que abençoada por esse encontro.

Estou totalmente focada no teatro, fizemos uma temporada de quase quatro meses em São Paulo, desde o ínicio do ano, agora estamos em um temporada no Rio de Janeiro até dia 21 de agosto. Temos planos para fazer o Brasil ainda esse ano e outros lugares como Portugal, no próximo ano. Estou bastante focada no cinema, tenho feito alguns filmes que estão para sair. Nesse momento estou mais focada no teatro e no cinema nesse momento. Em meados de 2021 até os dias atuais, já foram 5 filmes que eu filmei para plataformas de streaming e não streaming.”

Minha vida é pautada pela minha trajetória profissional, pelo que eu amo fazer.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Já passou pela sua cabeça desistir da sua carreira? Se você não fosse atriz, existe alguma outra profissão que você acha que se daria bem? ”Nunca pensei em desistir da carreira, não. Já tive momentos de insegurança, como por exemplo na pandemia, de ficar insegura com relação ao que ia acontecer. Mas são muitos anos. Minha vida é pautada pela minha trajetória profissional, pelo que eu amo fazer, pelo que eu sei fazer, apesar de ter uma faculdade de comunicação e gostar muito do ramo da comunicação, eu nunca pensei em desistir. Mas eu tenho muitos outros interesses, sou uma pessoa que gosta muito de várias outras profissões e acho incrível esse universo de você não se deter ao fato de querer ser só uma coisa, eu me veria fazendo outras coisas, eu adoro arquitetura, advocacia, psicologia, adoro ler e estudar sobre comportamento humano, mas mesmo assim, nunca pensei em desistir da minha carreira não por conta de algum fator, eu acho que eu busco nesses meus outros interesses onde eu tenho, eu procuro ler e estudar para colocar em prática dentro da minha profissão, então eu sou uma observadora do cosmos e no cosmos existem tantas outras infinitas possibilidades, né? E eu busco exercer essa minha curiosidade dentro da minha profissão.

Como eu tenho muito esse lado da comunicação dentro de mim, estou buscando dentro do digital  criar alguma coisa também por esse viés, me comunicar com as pessoas com relação a assuntos que eu acho pertinente e que são de interesse em comum, é um formato que ainda estou buscando, mas que tem haver com meu lado de comunicadora, né? Porque a atriz não deixa também de ser uma comunicadora, a gente doa aquilo que a gente consome, a gente doa aquilo que a gente escolhe para o outro, nessa era digital eu acho super bacana investir como atriz em algo que eu possa dividir com as pessoas que seja de meu interesse e que seja de interesse em comum também, principalmente direcionado às mulheres, eu tenho muita vontade disso e estou buscando um formato para isso.”

Eu considero um grande papel na minha vida o de ser mãe, eu sou apaixonada por ser mãe.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Sobre maternidade, você acha que as pessoas cobram dos artistas terem filhos? Já passou por isso? “Eu acho que sim que existe uma cobrança, não só dos artistas, mas acho que é uma cobrança da sociedade com relação às mulheres, né? Então essa cobrança sempre existiu e ainda existe, nunca passei por isso de uma forma que fosse algo tão visível para mim, porque eu sempre estava trabalhando e tive o privilégio de poder escolher o momento que eu gostaria de me tornar mãe. Nas duas vezes que eu fui, foram momentos escolhidos, pensados e planejados. Mas eu tenho total noção de que muitas mulheres passam por essa pressão com relação a essa necessidade das mulheres se tornarem mães, como se fosse uma necessidade coletiva, estabelecida e necessária para a mulher validar o ser feminino, então é um desserviço essa cobrança, isso tem que ser uma escolha particular e com liberdade de escolha. Eu considero um grande papel na minha vida o de ser mãe, eu sou apaixonada por ser mãe, equilibro os pratinhos em ser mãe e artista, e sem sombra de dúvidas os maiores amores da minha vida são os meus filhos. Mas digo e repito, ter filhos ou não deve ser uma escolha estritamente particular da mulher e não uma imposição de uma sociedade, em nenhum momento e em nenhuma instância.”

Eu sou uma pessoa que sou grata por todos os trabalhos e todas as fases da minha vida.


Danielle Winits (Foto: Guilherme Lima)


Conte-nos algum fato extremamente marcante em sua vida artística e que se você pudesse, você voltaria no tempo, só para viver aquilo de novo. É muito difícil para mim escolher um momento marcante, porque eu sou uma pessoa que sou grata por todos os trabalhos e todas as fases da minha vida, desde o início, lá do tablado do teatro quando menina, desde a primeira peça que eu fiz com João Brandão, desde o primeiro musical com a Cininha de Paula, bem menina ainda, a primeira minissérie que foi com Ricardo...enfim, são tantos momentos que foram tão marcantes para mim quanto o hoje, quanto estar no teatro com Miguel fazendo um espetáculo sensacional. São muitos momentos que me fizeram chegar até aqui, todos marcantes, todos trouxeram algo de positivo, mesmo dentro de alguma adversidade, não seria justo da minha parte justificar um ou outro personagem ou um ou outro momento da minha carreira, eu sempre carrego toda minha trajetória com muita gratidão no coração e elas servem para continuar na minha batalha, na minha luta, no meu amor pela arte, por essa doação que é a minha profissão, uma profissão de doação, de escolha, de entrega, de concessão, então eu procuro ter um carinho por toda minha trajetória e não por um momento específico, onde eu tive mais sucesso, acho que isso não é o que me faz caminhar, não é o que me fez chegar até aqui, o conjunto dos fatores é o que me faz chegar em algum lugar, e se a gente acha também que a gente já chegou em algum lugar, é melhor começar tudo de novo, o mais importante é o caminho e não o destino, no meu entendimento, é sobre isso, é sobre gratidão por toda minha trajetória e sobre esperança do que ainda tem por vir.

 

Foto destaque: Danielle Winits. (Foto: Guilherme Lima/Produção executiva e styling: Samantha Szczerb Lamy/Beleza: Elcides Freitas/Assist: Leticia Lavatori/Agradecimentos: Hotel Fairmont Rio/Dani usou: Eduardo Guinle, Powerlook, Segheto, Poema Hit, Silvio Cruz e Carmen Stefany)

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