Wearables impulsionam avanços no monitoramento da saúde

Tecnologias vestíveis (wearables) como smart rings e smartwatches, estão revolucionando o cuidado com a saúde. A Sallus, desenvolvida por Beatriz Barros, aproveita dados de anéis inteligentes para monitorar indicadores de saúde de pacientes pós-operatórios em tempo real. Com um dashboard intuitivo, a solução visa agilizar intervenções, garantir recuperações seguras e reduzir reinternações hospitalares.
13 Nov 2024 - 11h46 | Atualizado em 13 Nov 2024 - 11h46
Wearables impulsionam avanços no monitoramento da saúde

A tecnologia vestível, ou wearable technology, tem transformado a forma como é monitorada e gerenciada a saúde, além do uso esportivo. Esses dispositivos, que incluem relógios, pulseiras e até anéis inteligentes, permitem a coleta de dados fisiológicos em tempo real, oferecendo informações valiosas tanto para os usuários quanto para os profissionais de saúde. Ao invés de depender exclusivamente de exames esporádicos em clínicas ou hospitais, pacientes agora podem ter um acompanhamento constante e personalizado, possibilitando um cuidado preventivo e mais eficaz.

Dispositivos mais populares, como o Apple Watch e o Fitbit, já fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas, e chegam a oferecer até funcionalidades como eletrocardiograma (ECG) e monitoram a frequência cardíaca e o monitoramento do sono. No Brasil, instituições de saúde têm acelerado testes com wearables para comprovar sua eficácia e obter autorizações regulatórias. Por exemplo, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor) realizou estudos em parceria com a Samsung para validar smartwatches no monitoramento do sono, frequência cardíaca e eletrocardiograma. Esses estudos indicaram que os parâmetros medidos pelos relógios são comparáveis aos padrões de referência, demonstrando o potencial desses dispositivos no acompanhamento de pacientes.

Para que profissionais da saúde aproveitem ao máximo os dados gerados por tecnologias de monitoramento, é essencial consolidá-los de forma eficiente e acessível. O acompanhamento eficaz de pacientes no período pós-operatório é uma área de grande relevância no setor. A Sallus, desenvolvida por Beatriz Barros, consultora em inovação com experiência em empresas como Ernst & Young e Apple, oferece uma solução para esse desafio, que une tecnologia e acessibilidade em um único sistema.

A Sallus utiliza anéis inteligentes - ou smart rings - para monitorar continuamente parâmetros vitais, como temperatura e frequência cardíaca, em pacientes no período pós-cirúrgico. De acordo com Beatriz, os anéis foram escolhidos por serem dispositivos minimamente invasivos e de alta aceitação pelos pacientes, garantindo conforto e adesão ao uso. Os dados coletados são integrados a um dashboard intuitivo, que oferece aos médicos uma visão em tempo real dos sinais vitais, além de reports diários e semanais. O sistema também emite alertas automáticos em caso de alterações preocupantes, como febres ou arritmias. Essa abordagem permite intervenções precoces, reduzindo o risco de complicações, promovendo uma recuperação mais segura e confortável e diminuindo significativamente os índices de reinternação hospitalar.

"Com a Sallus, identificamos uma oportunidade de transformar dados de saúde dispersos em insights acionáveis. Nosso objetivo é simplificar o acesso médico a essas informações, fornecendo relatórios diários e alertas preventivos que ajudam a evitar complicações. Estamos desenvolvendo uma solução que coloca a tecnologia a serviço de uma recuperação mais eficaz e humanizada", afirma Beatriz. 

Essa combinação de monitoramento contínuo, tecnologia não invasiva e foco na experiência de pacientes e médicos posiciona a Sallus como uma solução em uma área promissora no mercado de saúde digital.

“Estou muito otimista sobre a evolução e integração dos wearables na saúde durante os próximos anos”, avalia Beatriz acerca da evolução do segmento. “Esse tipo de tecnologia não apenas pode permitir um acompanhamento mais preciso e contínuo dos pacientes, mas também criar uma ponte entre a tecnologia e o cuidado humano”, finaliza.