Processo de cremação começa com manifestação ainda em vida

Passo a passo do procedimento inclui declaração formal de intenção, preparação do corpo, controle de equipamento crematório, tratamento e destinação das cinzas
14 Out 2024 - 12h27 | Atualizado em 14 Out 2024 - 12h27
Processo de cremação começa com manifestação ainda em vida

O processo de cremação é uma alternativa digna para a disposição final dos restos mortais. Ela envolve uma série de etapas, cuidadosamente coordenadas, para garantir respeito e precisão em cada fase, desde a preparação e transporte, até a cremação e o tratamento final das cinzas.

Cada etapa é projetada para honrar a memória do falecido e atender às necessidades da família enlutada. Compreender essas etapas, pode ajudar a aliviar o sentimento de perda e proporcionar uma visão mais clara do que esperar, promovendo um processo mais tranquilo e respeitoso para todos os envolvidos.

Segundo publicação do site Mega Curioso, registros arqueológicos apontam que a prática começou a ser realizada no período da Idade da Pedra, por volta de 3.000 a.C., onde atualmente encontra-se a Europa. No Brasil, o primeiro crematório foi fundado em 1974, em São Paulo. Após essa data, a quantidade de locais aumentou exponencialmente nos últimos 20 anos, chegando a mais de 150 serviços especializados em todo o país.

De acordo com Vinicius Mello, diretor executivo do Crematório Metropolitano São João Batista, localizado na cidade de São João de Meriti, no Rio de Janeiro, a cremação tem se tornado uma alternativa crescente ao enterro tradicional. Ele afirma que “compreender o processo, em detalhes, pode trazer conforto e clareza durante um momento difícil”.

Mello explica que antes de iniciar o processo, é essencial que todas as formalidades sejam cumpridas. “Ao optar pela cremação ainda em vida, é indispensável que o indivíduo comunique aos familiares e faça uma declaração de intenção, assinando-a e reconhecendo em cartório. Isso simplifica bastante o trâmite.”

Passo a passo do processo

Com a certidão de óbito e as autorizações necessárias em mãos, busca-se um crematório ou funerária que realize o procedimento. Após a escolha, inicia-se o processo de preparação do corpo conforme as regulamentações locais. “Isso pode incluir a remoção de dispositivos médicos, próteses e outros itens que não devem ser cremados, como marcapassos”, explica Mello.

Ao chegar ao crematório, o corpo é registrado e recebe uma etiqueta de identificação. Esta etapa é fundamental para garantir que as cinzas possam ser corretamente atribuídas à pessoa.

“Durante o processo, que pode durar de 1 a 3 horas dependendo do tamanho do corpo e tipo de equipamento, o maquinário de cremação é aquecido a temperaturas que variam entre 760°C e 980°C.”

Após a cremação, os fragmentos de ossos e cinzas são deixados para resfriar e, posteriormente, são processados, reduzindo-os a um pó fino e uniforme conhecido como cinzas cremadas. Antes da entrega, essas cinzas passam por uma verificação final, para garantir que sejam atribuídas corretamente ao falecido. Então são colocadas em uma urna ou recipiente escolhido e devolvidos à família.

O último passo é a decisão sobre o destino das cinzas, que podem ser enterradas em um cemitério ou em um local específico, como um memorial ou um jardim. “Também podem ser espalhadas em um local significativo para a família ou para o falecido”, destaca o diretor executivo.

Mello explica ainda que há opções mais confortáveis para a família, que preferem modificar as cinzas para objetos comemorativos. “Atualmente é possível transformar os restos mortais em diamantes, joias ou itens de arte. Isso proporciona uma forma tangível e pessoal de lembrar o ente querido.”

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