O que são ativos sob gestão em fundos de CVC?

Peter Seiffert, fundador e CEO da Valetec Capital, explica cinco diferenças entre a gestão de ativos em fundos de CVC e a gestão de ativos em outros tipos de fundos de investimento
11 Abr 2023 - 11h30 | Atualizado em 11 Abr 2023 - 11h30
O que são ativos sob gestão em fundos de CVC?

Ativos sob gestão em fundos de CVC (Corporate Venture Capital) são investimentos realizados por companhias em startups, negócios em fase inicial ou empresas em crescimento. Estes fundos ajudam a apoiar a inovação e permitem aos empreendimentos aproveitar oportunidades de mercado antes de serem descobertas por seus concorrentes.

Em média, 83% das empresas brasileiras de médio e grande porte já possuem iniciativas para investimentos em startups, segundo dados de um estudo da ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital).

Além disso, o levantamento - conduzido em parceria com a EloGroup, FDC (Fundação Dom Cabral), Wayra Brasil, Vivo Ventures, GCV (Global Corporate Venturing), ApexBrasil e apoiado pela Valetec Capital - revelou que todas as companhias que ainda não possuem CVC (17,1%) desejam aderir à modalidade em breve.

Apesar do crescimento do mercado de CVC no Brasil, ainda há uma série de dúvidas com relação ao tema, afirma Peter Seiffert, fundador e CEO da Valetec. “Afinal, ‘como se dá a gestão de ativos em fundos de CVC?’ e ‘quais são as principais diferenças em relação a outros tipos de fundo de investimento?’ estão entre as principais questões que ainda giram em torno do tema”, diz ele.

Seiffert conta que a gestão de ativos em fundos de CVC é semelhante à gestão de ativos em outros tipos de fundos de investimento. No entanto, há algumas diferenças importantes. Ele destaca as cinco características principais nos tópicos a seguir:

1 - Objetivos de investimento: enquanto outros fundos buscam maximizar o retorno financeiro dos investimentos, os CVCs têm objetivos estratégicos adicionais, como obter acesso a tecnologias ou inovações relevantes para a corporação;

2 - Papel da corporação: a dona do fundo pode desempenhar uma função mais ativa na gestão, fornecendo suporte estratégico, conhecimento do setor e conexões com parceiros, por exemplo. Essa responsabilidade fica a cargo de gestoras e prestadoras de serviço que ajudam a corporação nos temas mais específicos;

3 - Período de detenção: os CVCs podem ter um período de detenção mais longo para as startups investidas, cerca de oito anos, em média, a fim de permitir que elas desenvolvam tecnologias e produtos relevantes para a empresa-mãe;

4 - Processo de investimento: os CVCs geralmente têm um processo de investimento mais rápido e menos burocrático do que outros fundos, já que a corporação pode ter uma visão clara dos seus objetivos estratégicos e pode fazer investimentos mais rapidamente;

5 - Potencial de sinergias: os CVCs podem alavancar as sinergias entre a corporação e as startups investidas, por exemplo, por meio de colaborações, parcerias ou desenvolvimento conjunto de produtos;

Em resumo, o fundador e CEO da Valetec explica que a gestão de ativos em fundos de CVC é semelhante à de outros fundos de investimento, mas com objetivos estratégicos adicionais e uma colaboração mais próxima com a corporação. “Com relação ao mercado brasileiro, isso está explodindo, pois, o número de investimentos em startups só cresce”, afirma Seiffert.

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