Fechamento agências gera oportunidade para maquininha no NE

Segundo Antonio Freixo, CEO do Grupo Entre, com menos agências bancárias serviços financeiros por meio de sistemas de pagamento tornaram-se boa alternativa para a população
26 Set 2024 - 20h08 | Atualizado em 26 Set 2024 - 20h08
Fechamento agências gera oportunidade para maquininha no NE

O Nordeste foi a área geográfica que mais perdeu agências bancárias no país após a pandemia de covid-19. De acordo com o Banco Central (BC), 1.098 municípios da região não possuíam agência financeira física em 2021, o que representa cerca de 60% das cidades nordestinas.

Em comparação com o mesmo levantamento realizado em 2016, 185 municípios do Nordeste perderam as agências físicas que possuíam ao longo de cinco anos. Esse cenário resulta em mais de 10 milhões de nordestinos sem acesso a agências bancárias físicas.

Segundo dados do BC, desde 26 de fevereiro de 2020 — quando a pandemia eclodiu — a julho de 2023, os bancos encerraram as atividades de 491 agências no Nordeste. Parte porque as pessoas passaram a evitar aglomerações, mas parte também como redução de custos pelos bancos. 

A consequência positiva desse processo é que os consumidores foram apresentados à transformação digital dos serviços financeiros. Análise da consultoria EY a partir de dados do BC, entre junho de 2018 e dezembro de 2023, mostra que o número de usuários pessoas físicas ativos dobrou no sistema financeiro, saindo de 77,2 milhões para 152 milhões.

Ainda segundo o BC, três fatores explicam esses números: maior digitalização dos serviços financeiros, impulsionada pelo auxílio emergencial na pandemia; lançamento do PIX e entrada de novos concorrentes no mercado, como as fintechs de meios de pagamento e crédito.

“A venda de serviços e produtos financeiros via maquininhas de pagamento é uma alternativa, sobretudo em localidades desprovidas de agências bancárias como esses municípios nordestinos”, afirma Antonio Freixo, o Mineiro, fundador e CEO do Grupo Entre, empresa de investimentos que mantém em seu portfólio a EntrePay, desenvolvedora de soluções para companhias atuarem com maquininhas de cartão próprias.

Conforme Mineiro, por meio das maquininhas de pagamento disponíveis até mesmo nos mais modestos pontos de venda — que também podem funcionar como correspondentes bancários —, é possível fazer PIX, ter acesso a crédito e, em breve, a outros serviços financeiros, como microsseguros.

Compõem ainda o ecossistema do Grupo Entre startups de plataformas de automação comercial focadas nos segmentos de alimentação e beleza (Linked Gourmet e Linked Beauty), além de empresas que oferecem serviços financeiros como empréstimos P2P — entre pessoas, sem intermediação de bancos— (WMoney), adiantamento de crédito e securitização (Leads).

A consultoria EY registra ainda que as fintechs trouxeram significativo desafio para as instituições financeiras tradicionais. A facilidade dessas empresas com a tecnologia, que ocupa papel central nos seus negócios, tem permitido personalizar a experiência dos clientes, o que possibilita compreender suas necessidades de momento, tornando a oferta de produtos e serviços financeiros mais assertiva.

A própria abertura de conta, impulsionada também pelas fintechs, passou por mudanças nos últimos anos. A jornada do cliente foi transformada de forma rápida e intuitiva, com a aprovação dos seus dados para abertura da conta ocorrendo em minutos, e não em dias, como no passado.

A digitalização dos serviços bancários tem sido uma tendência global. Com o avanço da tecnologia, muitas pessoas preferem realizar transações online, seja por meio de aplicativos, seja por internet banking. Isso diminui a necessidade de visitar agências físicas. Os bancos digitais e as fintechs passaram a oferecer serviços ágeis, sem a necessidade de agências físicas, e passaram a ocupar as lacunas deixadas pelos bancos tradicionais.



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