Consulta Pública avalia terapia para câncer de ovário no SUS

Este é o oitavo tipo de tumor mais comum entre as mulheres brasileiras e está entre as principais causas de mortalidade relacionadas ao câncer; Consulta fica aberta até 29 de outubro
22 Out 2024 - 13h05 | Atualizado em 22 Out 2024 - 13h05
Consulta Pública avalia terapia para câncer de ovário no SUS

O câncer de ovário é uma doença complexa que apresenta cerca de 7.310 novos casos por ano no Brasil, sendo o oitavo mais incidente e o segundo tumor ginecológico mais comum. Apesar de existirem opções de tratamento aprovadas no Brasil, muitas pacientes ainda enfrentam dificuldades no acesso a essas terapias, especialmente aos tratamentos mais modernos.

Neste contexto, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) abriu recentemente a Consulta Pública nº 68 para discutir a incorporação de niraparibe no SUS, como opção de tratamento de manutenção para pacientes com o câncer de ovário avançado, de alto grau, com mutação nos genes BRCA. Essa é uma oportunidade para que a sociedade civil, pacientes e profissionais de saúde participem de uma decisão que pode transformar o tratamento oncológico e a vida de milhares de pessoas.

Ampliação do acesso às novas terapias é necessária

Segundo o médico oncologista Dr. Fernando Maluf, cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, estudos mostram que até 85% das pacientes com câncer de ovário avançado apresentam recorrência mesmo após obter resposta completa ou parcial com quimioterapia associada à cirurgia, o que justifica a necessidade de ampliar o acesso a novos tratamentos.

“O número de óbitos causados pela doença chega a 4 mil por ano no Brasil. Isso evidencia a necessidade de abordagens terapêuticas inovadoras e seguras que não apenas prolonguem o tempo livre de progressão, mas também reduzam a chance de recorrência, minimizando complicações mais graves e a necessidade de tratamentos adicionais, como cirurgias, quimioterapia e internações”, enfatiza Dr. Maluf.

Ainda de acordo com o oncologista, a ampliação do acesso às novas terapias é vital para assegurar que todas as pacientes, independentemente de sua condição socioeconômica, possam ter acesso aos melhores tratamentos. “A participação e engajamento da sociedade na consulta pública é um passo essencial para fazer com que essas novas opções de tratamento sejam incluídas no sistema público de saúde e garantam mais qualidade de vida para as pacientes”, conclui.


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A participação na consulta pública é uma forma de exercer o direito como cidadão e influenciar diretamente as políticas públicas de saúde. Toda opinião pode fazer a diferença. As contribuições enviadas serão avaliadas pelo comitê da Conitec, que analisará o relatório gerado e tomará a decisão final sobre a incorporação do medicamento.



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