BRICS: liderança do Brasil pode ser boa para o agrobusiness

Na presidência do bloco em 2025, toda uma cadeia produtiva brasileira poderá crescer no cenário internacional que se desenha. Segundo executivo do mercado, negócios podem favorecer desde as exportações de grãos, fertilizantes e rações, até impulsionar a indústria química nacional
14 Nov 2024 - 16h10 | Atualizado em 14 Nov 2024 - 16h10
BRICS: liderança do Brasil pode ser boa para o agrobusiness

Em 2025, será a vez de o Brasil liderar a agenda dos BRICS, bloco de nações que também inclui China, Rússia, Índia e África do Sul. O objetivo é promover a cooperação em comércio, investimento e desenvolvimento social. Em matéria publicada no Valor Internacional, o embaixador Eduardo Saboia afirmou que a posição do Brasil refletirá sua política externa: defender o multilateralismo e promover reformas de governança, juntamente com as agendas de sustentabilidade e transição energética.

Em entrevista ao Agribrasilis, o professor Leandro Consentino, do Programa Avançado em Gestão Pública do Insper, afirmou que uma economia possivelmente ainda mais protecionista do Estados Unidos levará Brasil e China a se aproximarem cada vez mais. “Como nossos principais parceiros comerciais e como aliados em importantes iniciativas geopolíticas como o BRICS+, os chineses devem se tornar cada vez mais prioritários em nossa política externa, tanto na área econômica como na política”, diz Consentino. Matéria do Globo Rural mostra que mais de 70% da soja que entra no território asiático é brasileira.

Na esteira das projeções do agrobusiness nacional, há toda uma cadeia que pode se fortalecer já a partir de 2025, incluindo a indústria de fertilizantes, pesticidas, maquinário, equipamentos e rações, bem como a indústria química. Segundo José Rosenberg, diretor-presidente da Katrium Indústrias Químicas, sediada estrategicamente no Brasil e parte do gigante industrial sul-americano Grupo Quimpac, os fertilizantes foliares e sais de potássio de ácidos húmicos desempenham um papel crucial na redução do impacto ambiental e no suporte a safras abundantes e de alta qualidade.

“Para haver colheitas saudáveis e produtivas, beneficiando especialmente as colheitas de cereais, grãos e vegetais, são empregados fertilizantes especiais que têm em sua fórmula o carbonato de potássio. Trata-se de um composto que melhora a fotossíntese, a síntese de proteínas e a tolerância das plantas a condições adversas, como doenças e estresse hídrico. Como se vê, muito do desempenho do agrobusiness conta com o fornecimento de produtos químicos como base”, explica Rosenberg.

De acordo com um relatório da Mordor Intelligence, o tamanho do mercado global de fertilizantes deve atingir US$ 543,20 bilhões até 2030 – o que torna a demanda por alternativas eficientes e sustentáveis como o carbonato de potássio mais crítica do que nunca. Em entrevista à revista Brasil Mineral, Marcio Remédio, executivo do Serviço Geológico do Brasil, diz que o país deve diminuir sua dependência de potássio importado de 97% para 48% até 2050.  “A melhor governança do potássio brasileiro não apenas vai suprir a necessidade interna, como também transformar o país em protagonista na América do Sul”.

 



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