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Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King: Globo de Ouro de 2021 honra o legado de mulheres cineastas

O Globo de Ouro (The Golden Globe Award) é uma cerimônia de premiação realizada pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, sigla em inglês). Desde 1944, a organização se encarrega em premiar o melhor do Cinema Mundial e da TV.

09 Fev 2021 - 12h52 | Atualizado em 09 Fev 2021 - 12h52
Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King: Globo de Ouro de 2021 honra o legado de mulheres cineastas Lorena Bueri

O Globo de Ouro (The Golden Globe Award) é uma cerimônia de premiação realizada pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, sigla em inglês). Desde 1944, a organização se encarrega em premiar o melhor do Cinema Mundial e da TV. Em 2021, com a onda da pandemia da covid-19, a cerimônia acontecerá dia 28 de fevereiro em duas cidades diferentes, geralmente essa premiação acontece nas primeiras semanas do ano. A 78ª edição mais uma vez premiará os melhores profissionais da mais importante indústria do entretenimento de todo o mundo.

Durante 78 edições as indicações para a Categoria de Melhor Diretor sempre foram protagonizadas por grandes “homens do Cinema”. Poucas mulheres cineastas eram lembradas na lista de indicações. Sofia Coppola foi indicada em 2003; Kathryn Ann Bigelow apareceu nas indicações em 2009 e 2012 e Ava DuVernay em 2015. Até hoje a cineasta Barbra Streisand é a única mulher que foi premiada na Categoria. Neste ano temos uma grande reviravolta, mesmo que tardia: 3 mulheres foram indicadas à categoria de Melhor Diretor. É a primeira vez na história das premiações que mais de uma mulher é indicada.

 

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Um cinema que existe fora dos muros hollywoodianos e que discute temas sociais

Com uma dupla vitória de Roma (Alfonso Cuaron, Netflix, 2019) no Globo de Ouro e sua inesperada premiação no Oscar, as portas para um cinema emergente e de discurso de protesto e de igualdade se abriram. O longa de Cuaron derrubou uma parede que impedia o mundo de enxergar outros caminhos e oportunidades de um cinema da minoria, da história de vida e que denunciava uma desigualdade social tanto nas ruas, quanto nas telas.

Roma abriu as portas para um entretenimento digital mais acessível. Por ser um longa da Netflix, a Academia soube reconhecer e passou a olhar com mais atenção para o que se produz nessas “novas telas”. Um filme de língua não-inglesa e desgarrado desses estereótipos conceituais dos tapetes vermelhos e dos rostos bonitos da “cidade da fama”. Sua premiação no Globo de Ouro por Melhor Direção e Melhor Filme Internacional deixou o caminho livre para que Parasita (Bong Joon-Ho, 2019) chegasse no Oscar. Pela primeira vez um filme estrangeiro leva o Oscar de Melhor Filme.

A nomeação de Regina King e Chloé Zhao traz também a discussão sobre minorias raciais e grandes prêmios do cinema. Em 2016 uma hashtag marcou história ao chamar atenção para falta de diversidade aos indicados do Oscar, #OscarSoWhite (#OscarTãoBranco, em português), na época apenas 126 artistas negros (entre atores, atrizes e pessoas da produção) concorreram e somente 31 levaram a estatueta para casa em todos os 88 de premiação. No Globo de Ouro, a história não é muito diferente, nos primeiros 77 anos da premiação apenas três homens asiáticos foram nomeados, Ang Lee que recebeu sua primeira nomeação em 1995, 52 anos depois do início da premiação. Lee recebeu ao todo, quatro indicações, e levou dois prêmios para casa. Shekar Kapur em 1998 e Bong Joon-ho, em 2020, por Parasita, fazendo que Zhao seja apenas a terceira pessoa e primeira mulher de descendência asiática na categoria. Já King é a quinta pessoa e segunda mulher negra na categoria, a primeira pessoa sendo Spike Lee em 1990, Ava DuVernay sendo a primeira mulher negra a concorrer. Entre a nomeação de Spike e de Steve McQueen, segunda pessoa negra a concorrer, houve uma espera de 24 anos. Nenhum negro nunca ganhou na Categoria.

 

As mulheres também fazem cinema!

Chloé Zhao. (Foto: Reprodução / THR via Twitter)


Chloé Zhao (China, 1982) durante a infância frequentou um colégio interno em Londres e depois se mudou para Los Angeles para terminar o Ensino Médio. Fez a primeira faculdade de Ciências Políticas na Mount Holyoke College, em Massachusetts e trabalhou em diversas áreas até voltar para a faculdade para estudar Produção de Filmes na Escola de Artes Tisch, na Universidade de Nova Iorque, uma das mais renomadas da área no mundo. Desde criança sempre se interessou muito pela cultura pop do ocidente.

Seu primeiro curta-metragem, intitulado Daughters estreou no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Clermont-Ferrand e ganhou dois prêmios, o Melhor Ação ao Vivo para Estudantes no ShortFest Internacional de Palm Springs e o Prêmio do Júri Especial no Cinequest Film Festival de 2010. Em 2015, Zhao lançou seu primeiro longa-metragem Songs My Brother Taught Me, que estreou no Festival Sundance de Cinema, como parte da Competição de Drama dos Estados Unidos. O longa ganhou um total de 11 nomeações, incluindo Golden Camera no Festival de Cinema de Cannes, Independent Spirit Award e Someone to Watch no Independent Spirit Awards, e fez Zhao levar para casa o prêmio Spotlight on Women do Gotham Awards. Em 2017, Domando o Destino foi lançado, filme que arrecadou um total de 45 nomeações em diversas premiações e levou 24 prêmios para casa, incluindo Gotham Independent Film Award no Gotham Awards, e o C.I.C.A.E. Award no Festival de Cinema de Cannes.

Nomadland, o filme que a colocou na lista de concorrentes ao prêmio de Melhor Direção no Globo de Ouro de 2021, estreou no Festival de Cinema de Veneza e ganhou o Leão de Ouro, depois ganhando o People’s Choice Award no Festival Internacional de Cinema de Toronto logo em seguida. O filme tem previsão de estreia para 19 de fevereiro de 2021 nos Estados Unidos. Todos os três primeiros longas de Zhao foram produzidos com elencos de não atores. Zhao é a diretora de Os Eternos, um dos próximos filmes do Universo Cinemático Marvel e já foi muito elogiada por Angelina Jolie, que faz parte do elenco, e por Kevin Feige, produtor responsável do UCM, que chegou a dizer que Os Eternos é um dos melhores filmes que ele já viu.

 


Regina King. (Foto: Reprodução / Variety via Twitter)


Regina King (Califórnia, 1971) frequentou a University of Southern California. Começou sua carreira em 1985, com 14 anos, na sitcom 227 que durou 5 temporadas, terminando em 1990. A partir daí King começou a solidificar sua carreira de atriz. Logo em 1991 fez parte do elenco do filme Os Donos da Rua, com Cuba Gooding Jr., Laurence Fishburne e Ice Cube. Comecou a fazer comédias e algumas participações em séries com destaque para Entre Tapas e Beijos de 1996, filme escrito e dirigido por Martin Lawrence, o ganhador do Oscar, Jerry Maguire – A Grande Virada também de 1996. Entre longas, séries e pequenas participações, King chega em 2019, levando o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em Se a Rua Beale Falasse. Também em 2019, encabeçou o papel principal da minissérie Watchmen, que ganhou 11 Emmys, incluindo Melhor Atriz para King.

King é a pessoa negra que mais recebeus Emmys na história.

King começou a trabalhar com direção em um episódio da série de drama americana Southland em 2015, e então dirigiu 6 episódios de Being Mary Jane, seguido por dois episódios do drama político de Shonda Rhimes Scandal. Outros seriados que têm episódios dirigidos por ela são: The Catch, Animal Kingdom, Greenleaf, Pitch, This is Us, Shameless, The Good Doctor e Insecure.

One Night in Miami (Uma Noite em Miami) foi o primeiro longa assinado por King, ela também trabalhou como produtora executiva do projeto, que conta a história de uma noite em fevereiro de 1964 onde Malcolm X, Muhammad Ali, Jim Brown e Sam Cooke se encontram num quarto de hotel para celebrar a vitória de Ali sobre Sonny Liston. O filme estreou no Festival de Cinema de Veneza em 2020, se tornando o primeiro filme dirigido por uma pessoa negra a ser selecionado para tal feito. Ganhou muitos elogios por parte da crítica, que gostou da direção de King, das performances e da escrita. O filme está disponível no serviço de streaming Amazon Prime.

 


Emerald Fennell nos bastidores de "Bela Vingança" (Promising Young Woman). (Foto: Reprodução/Film National Entertainment)


Emerald Fennell (Londres, 1985) frequentou uma escola interna em Wiltshire, e então estudou Inglês na Universidade de Oxford, onde começou a atuar em diversas peças e acabou sendo descoberta pela United Agency, uma agência de talentos, iniciando assim sua carreira. Fennell começou trabalhando numa pequena produção de comédia para o Channel 4, um canal britânico aberto, depois conseguindo diversos pequenos papeis em produções locais.

Em 2012 foi escalada para o papel de Princesa Merkalova, no longa ganhador do Oscar Anna Karenina, dirigido por Joe Wright. Depois participou de outro vencedor do Oscar A Garota Dinamarquesa, dirigido por Tom Hooper. Em 2013 foi escalada como a enfermeira Patsy Mount no drama Chame a Parteira. Seu último trabalho como atriz foi como Camilla Parker Bowles, a duquesa da Cornualha e amor da vida de Príncipe Charles, na série The Crown. Fennell é responsável pela criação da série Killing Eve, pela qual já recebeu duas indicações ao Emmy, nas categorias de Melhor Série Dramática e Melhor Roteiro em Série Dramática.

Promising Young Woman (Bela Vingança) é o segundo crédito de Fennell como diretora, o primeiro vai para um curta de 2018 intitulado Careful How You Go. O longa conta a história da jovem Cassie que todos diziam ser uma moça com um futuro promissor, até que um evento misterioso destruiu essa possibilidade. Um encontro inesperado, no entanto, pode dar a ela a chance de corrigir os erros do passado. O filme foi lançado no Festival de Cinema de Sundance e concorre a dois Independent Spirit Awards, e 3 Globos de Ouro.

 

  

Foto: Reprodução / THR / Amanda Edwards / Getty Images; Imagens de Frazer Harrison / Getty; Toni Anne Barson / WireImage.

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