STF pretende derrubar sinal da Starlink, empresa de Elon Musk

Para garantir o pagamento das multas geradas na luta judicial entre a rede social X e o Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, ordenou o bloqueio de contas bancarias da Starlink no Brasil, impedindo a empresa que fornece internet via satélite de receber os pagamentos. Tanto o X quanto a Starlink pertencem a Elon Musk. A decisão foi tomada no dia 28 de agosto.

A Starlink também chegou a declarar que não irá cumprir a suspensão da rede social X com os seus usuários. A empresa também afirma que irá recorrer na justiça e considera a decisão “inconstitucional”. 


Embed from Getty Images

Elon Musk, dono da Starlink (Foto: reprodução/Jared Siskin/Getty Images Embed)


Elon Musk declarou que os serviços prestados pela Starlink no Brasil serão fornecidos de forma gratuita até tudo se normalizar.

Starlink no Brasil

A empresa Starlink é conhecida por fornecer internet em lugares remotos utilizando a tecnologia dos satélites geoestacionários. Segundo a empresa, os usuários podem ter acesso a uma conexão com um menor tempo de resposta e velocidades de download entre 100 Mb/s e 200 Mb/s.

A empresa é líder no Brasil neste tipo de conexão e possui mais de 224 mil usuários no país, principalmente na região Norte. As cidades que possuem mais contratos com a Starlink são Boa Vista, Manaus e Rio de Janeiro.

Segundo O Globo, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), declarou que não poderá garantir o cumprimento da decisão do STF, principalmente por conta da dificuldade em bloquear sinais via satélite. Para o bloqueio total do sinal, seria necessário derrubar as instalações nas estações terrenas (também conhecida como gateway, permite a comunicação entre redes diferentes).

Starlink e usuários do governo

Por conseguir chegar em lugares onde a fibra ótica não consegue, o serviço da Starlink é muito utilizado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para levar o acesso a internet para territórios indígenas afastados.

O equipamento também é utilizado pelas Forças Armadas, que afirmam que a conexão via satélite oferece maior flexibilidade, facilidade, rapidez na instalação e velocidade da internet, confiabilidade, entre outros benefícios. Márcio de Souza Nunes Ribeiro, chefe do gabinete do Comandante do Exército, ainda afirma que o cancelamento do contrato com a empresa poderia trazer prejuízos para as estratégias das tropas. O chefe do gabinete do Comandante do exército também destaca como a tecnologia poderia ser bem utilizada pelos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF), que costumam atuar em áreas de difícil conexão.

Foto destaque: Starlink (reprodução/Starlink/Valoreconomico)