Meta e X enfrentam críticas por censura e falhas de moderação em guerra Israel-Hamas

Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, Meta enfrenta críticas por censura de conteúdos pró-Palestina e erros na moderação de suas plataformas, enquanto o X de Elon Musk é acusado de falhar na remoção de conteúdo de ódio. Usuários do Instagram relataram “shadow banning” e preconceito com palestinos; inteligência artificial da Meta no WhatsApp também exibia stickers de crianças palestinas armadas.

Falhas de moderação e acusações de censura nas redes sociais 

As críticas à Meta se agravaram em outubro, com relatos sobre censura de conteúdos pró-Palestina e erros de moderação algorítmica. Segundo o The Guardian, usuários do Instagram relataram “shadow banning”, onde publicações pró-Palestina eram ocultadas dos feeds, além de traduções que rotulavam usuários como “terroristas”. 

Em relação à rotulação preconceituosa de usuários, a Meta se desculpou à BCC, segundo matéria de 20 de outubro, alegando ter reparado o problema que gerava traduções errôneas do árabe na plataforma.

No começo de novembro, segundo o The Guardian, a IA do WhatsApp da Meta também exibia figurinhas de crianças armadas em buscas por “Palestina”, evidenciando um viés da plataforma. 


Recurso de geração de figurinhas no WhatsApp apresentava crianças palestinas armadas (Foto: reprodução/WhatsApp/The Guardian)


A plataforma X, de Elon Musk, também foi alvo de críticas. Estudo do Center for Countering Digital Hate publicado em 14 de novembro revelou que 98% das postagens denunciadas como contendo discursos de ódio, como antissemitismo e islamofobia, não haviam sido removidas uma semana após a denúncia, evidenciando uma deficiência do X para moderação de conteúdo.

Leis por maior transparência das plataformas aguardam aprovação nos EUA

As falhas na moderação e denúncias de censura destacam a necessidade de transparência e equidade nas redes sociais, especialmente em contextos de crise. Nora Benavidez, da Free Press, enfatiza a importância da liberdade de expressão e da disseminação justa de informações. 

Quando parece que as plataformas estão limitando certos pontos de vista, isso alimenta a da divisão e tensão porque pessoas de todos os lados da questão se preocupam que seus conteúdos sejam alvo […] Esse tipo de preocupação e paranoia, que se espalha nas comunidades, estimula ambientes elétricos e incendiários“, disse ao The Guardian.

Nos Estados Unidos, cresce a pressão legislativa por maior transparência nas redes sociais, destacada pela Lei de Responsabilidade e Transparência de Plataformas e a Lei de Proteção dos Americanos contra Algoritmos Perigosos, que aguardam aprovação.

Foto Destaque: protesto pró-Palestina em Denver, Colorado, em 5 de novembro (Jason Connolly/AFP/Al Jazeera)