Activision se compromete em vender direitos de streaming para ser adquirida pela Microsoft

A disputa acirrada da Activision Blizzard contra os órgãos reguladores europeus continua, com o desenvolvimento mais recente sendo um movimento por parte da empresa para tentar obter a aprovação do Reino Unido no processo de aquisição pela Microsoft. Com isso em mente, a desenvolvedora de jogos fechou um acordo para vender seus direitos de streaming para a Ubisoft Entertainment. Se isso der certo, a Microsoft terá o recorde de maior aquisição na história da indústria de videogames, com uma compra de US$ 69 bilhões. 

O processo de aquisição preliminar

O anúncio preliminar da aquisição ocorreu no ano passado, mas a compra bilionária da Activision foi barrada pelos órgãos reguladores do Reino Unido, que citaram a preocupação da possibilidade da gigante da tecnologia Microsoft acabar obtendo um controle excessivo sobre o emergente mercado de streaming de jogos.

As discussões já duram há meses e nesta terça-feira (22), a Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) afirmou que manteria sua decisão em vetar o acordo, algo que obrigou a Microsoft a repensar seus termos. 


Tuíte da CMA sinalizando a concessão por parte da Microsoft, que ainda está por ser analisada pelo órgão regulador. (Foto: reprodução/X/@CMAgovUK)


Segundo o acordo reestruturado por essa decisão, a Microsoft estará proibida de lançar logos de marcas conhecidas da Activision, como “Overwatch” e “Diablo” exclusivamente em sua plataforma de streaming de jogos, o Xbox Cloud Gaming. Ela também não poderá controlar de maneira exclusiva os termos de licenciamento para serviços de empresas rivais. 

Ao invés disso, a empresa rival francesa, Ubisoft, vai adquirir os direitos de streaming para os jogos de computador e console já existentes da Activision e quaisquer jogos desenvolvidos e publicados pela empresa nos próximos 15 anos. Trata-se de um acordo global, mas não aplicado em território europeu, já que Bruxelas acabou aceitando o acordo original proposto pela Microsoft.

Tom Smith, ex-diretor jurídico da CMA e atual sócio do escritório de advocacia Geradin Partners, disse que o acordo parece estar mais próximo de ser concretizado. “O processo foi difícil e ainda é possível que outras peças saiam do eixo, mas não podemos sempre esperar que os acordos entre grandes empresas sejam aprovados hoje em dia”, afirmou em entrevista à Reuters. 

A concessão da Microsoft é uma vitória para a CMA

A Microsoft disse, em nota, na terça-feira, que a nova proposta é “significativamente diferente” e está aguardando a análise por parte da CMA até 18 de outubro.

Em resposta, a CMA disse que dará seguimento à análise do processo de acordo com seu sistema habitual, com uma Fase 1 que termina em 18 de outubro. Caso ainda existam preocupações por parte do órgão regulador, poderá existir uma Fase 2 muito mais longa. Vale lembrar que as duas empresas norte-americanas já haviam prorrogado o prazo do acordo de aquisição em 3 meses, para 18 de outubro, pois o processo de regulação demorou mais do que o antecipado.

A concessão da Microsoft marca uma vitória para o órgão regulador do Reino Unido, que está adotando uma política mais rígida após a separação com o resto da União Europeia. 

 

Foto destaque: Logo da Activision Blizzard junto do Xbox da Microsoft. Reprodução/Giacomo Moura