Quando o assunto é garimpo ilegal, é analisados todos os males que podem ser gerados em decorrência desta atividade. Sabe-se que quando trata de garimpo ilegal a única certeza que tem é que a destruição é um coisa certa.
Os garimpos ilegais para conseguir a separação do ouro dos demais sedimentos acabam utilizando o mercúrio e utilizam-se de mercúrio em proporções excessivas, causando desta forma a contaminação dos peixes, a degradação dos rios e das matas e, consequentemente, o desaparecimento dos animais.
E segundo especialistas, tudo isso acaba sendo refletido em miseria e diversas doenças que assolam populações das regiões afetadas, como no caso dos Yanomamis.
Foto: Ministério dos Povos Indígenas Reprodução/Instagram
Atualmente os habitantes da Terra Indígena Yanomami, que fica entre os estados de Roraima e do Amazonas, estão vivenciando uma situação de calamidade pública e descaso, este fato ganhou destaque nacional e internacional já nas primeiras semanas deste ano, ao ser revelada após uma viagem de autoridades e representates do governo federal.
Imagens de mulheres, humens e crianças em estado de extrema desnutrição e assoladas por doenças como malária e tungíase (conhecida como bicho de pé) ganharam destaque nacional e internacional.
Essas pessoas são contaminadas quando o metilmercúrio e o vapor do mmercúrio entram no corpo, por meio de consumo de peixes ou outros animais contaminados ou por meio do vapor do mercúrio ao respira-lo. Com essa substância no corpo, o sistema nervoso central e o cérebro são afetados, segundo especialista. E os efeitos sentidos pelo corpo inclui fraqueza, dificuldade para estudar (concentração), cansaço, dificuldade para se locomover, problemas na visão e na audição.
Lembrando que o uso do mercúrio em si é permitido na indústria e até nos garimpos, desde que seja autorizado pela Agência Nacional de Mineração, ou seja, a indústrias e garimpos legalizados, fazem o uso adequado do mercúrio.
“Ele é um composto legalizado, regulamentado e monitorado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelos demais órgãos competentes”, explica Ana Claudia Santiago de Vasconcellos, doutora em saúde pública e pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz).
Já em relação as gestantes e aos bebês o excesso de mercúrio no corpo dessas pessoas, podem gerar além dos problemas já mencionados, pode aparecer problemas cardíacos, além do que para as gestantes essa situação é extremamente perigosa, contaminando inclusive a criança.
"E ele é muito mais vulnerável aos efeitos do metilmercúrio do que o cérebro adulto. Por isso, acredita-se que algumas crianças nasçam com graves problemas cognitivos", diz a pesquisadora."
O governo Federal está com várias medidas em vigor, para resolver a situação do garimpo ilegal, contudo a estimativa é que demore 100 anos para que o metal disseminado seja eliminado, levando em conta que mercúrio é um poluente de alta persistência.
Para Zuleica Castilhos, um dos obstáculos encontrados para resolver o problema é a subnotificação dos casos de intoxicação por mercúrio, segundo os especialistas, que defendem como prioridade um sistema eficaz de notificação de intoxicação.
Foto destaque: Apib Reprodução/Instagram