Pesquisadores descobrem que veneno da aranha Phoneutria nigriventer tem potencial para tratar da disfunção erétil. Ela é mais conhecida como a aranha-armadeira. Ela pode ser encontrada em países da América do Sul, como o Brasil.
A descoberta surgiu de uma pesquisa feita pelos pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Essa pesquisa já dura cerca de 20 anos e é liderada pela professora aposentada Maria Elena de Lima, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG).
Professora e idealizadora da pesquisa, Maria Elena de Lima (Foto: reprodução/G1)
Veneno da aranha
A pesquisa, que até então era para uma tese de doutorado, teve o seu início devido ao priapismo, que é uma ereção involuntária no pênis causada nos homens por conta do veneno da aracnídeo. No laboratório, cientistas identificaram uma molécula sintética com propriedades promissoras para o desenvolvimento de um gel que auxilie os homens a tratar a disfunção erétil.
Em sua primeira etapa, o gel foi aprovado na fase 1 de testes pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) porque não representa riscos no organismo. A aplicação do gel na pele resulta na vasodilatação e no aumento de fluxo sanguíneo, o que torna mais fácil a ereção peniana.
Fase de testes
Para o produto ser disponibilizado no mercado, o gel precisará ser aprovado na segunda fase de testes, que é quando o tratamento será testado em homens que tiveram que passar pela cirurgia de retirada da próstata (prostatectomiados). Depois da fase 2, os testes darão seguimento para a fase 3. Nessa etapa, os testes serão feitos no hospital e só depois dessa etapa final, o gel poderá ser vendido como medicamento.
Sem a previsão para chegar no mercado, o estudo aponta que o fármaco poderá auxiliar homens que não podem fazer uso dos medicamentos para tratar a disfunção erétil, como o Viagra e Clalis. Por se tratar de um gel, a aprovação deve ser mais rápida por apresentar menos efeitos colaterais.
Foto destaque: Aranha-armadeira. Reprodução/Toda Matéria