Saúde

Varíola dos macacos: conheça as diferenças entre a ‘monkeypox’ e a COVID-19

O surto da varíola dos macacos, que está se espalhando por muitos países e continentes, está sendo relacionado por muitos ao início da pandemia do coronavírus, mas a ‘monkeypox’ não se apresenta como a COVID-19

02 Jun 2022 - 14h48 | Atualizado em 02 Jun 2022 - 14h48
Varíola dos macacos: conheça as diferenças entre a ‘monkeypox’ e a COVID-19 Lorena Bueri

A varíola dos macacos, também chamada de ‘monkeypox’, é uma doença geralmente encontrada na África Ocidental e Central, e começa a se espalhar por todos os continentes, com casos surgindo nos Estados Unidos, na Europa e na Austrália. Embora o surto esteja atraindo manchetes, não há ameaça atual de uma pandemia global - e nenhuma comparação com a COVID-19.

Existem diferenças importantes que tornam a varíola dos macacos uma ameaça muito menos grave do que a doença causada pelo coronavírus. A varíola não se espalha facilmente, as pessoas infectadas são mais fáceis de identificar, os surtos são mais fáceis de conter e a vacina contra a varíola comum é eficaz contra a ‘monkeypox’.


Dose de vacina é preparada para aplicação. (Foto: Reprodução/IOL)


A Dra. Amy Edwards, médica do Hospital Universitário e especialista em doenças infecciosas pediátricas infantis, comentou as diferenças. "Ao contrário da COVID-19, esse vírus (o da ‘monkeypox’) não transmite de forma tão eficiente. Também é muito mais fácil isolar indivíduos infectados e prevenir a propagação", disse a médica.

Os sintomas são erupções cutâneas ou lesões que se espalham no corpo. O vírus também pode produzir sintomas semelhantes à gripe. A transmissão acontece durante o contato próximo - contato físico prolongado ou contato direto com fluidos corporais ou lesões abertas. Pode também espalhar-se face a face através de gotículas respiratórias ou contato com roupa de cama ou roupa contaminada.

Diferentemente do coronavírus, o vírus da ‘monkeypox’ não se espalha pelo ar. E, ao contrário da COVID-19, a varíola dos macacos não é contagiosa até que a pessoa infectada se torne sintomática. Isso torna muito mais fácil isolar indivíduos infectados e prevenir a propagação.

A incubação é relativamente longa, até duas ou três semanas. “Não sabemos exatamente porque não houve muitos casos para estudar. A vacina contra a varíola pode prevenir a doença em uma pessoa que foi exposta ou que está em risco de ser exposta, como um cuidador ou contato doméstico”, explicou a Dra. Amy Edwards.

A médica completou, dizendo que o fato de existir vacina eficaz contra a varíola comum há bastante tempo é outro fator que diferencia a varíola dos macacos da COVID-19, que é causada por um novo vírus que exigiu o desenvolvimento de uma nova vacina. Ainda que não exista tratamento específico para a ‘monkeypox’, a vacina e os medicamentos antivirais que foram desenvolvidos para a varíola comum são eficazes contra a varíola dos macacos.

Foto destaque: Varíola dos macacos x COVID-19. Reprodução/Olhar Digital

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