Ethel Maciel, a nova secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, diz que a vacina contra a Covid-19 será incorporada no calendário anual do governo para pessoas do grupo de risco, como idosos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.
A previsão é que a população seja convocada para receber as doses junto com a imunização contra a gripe e que isso ocorra a partir de abril, dando tempo para organizar a estratégia do governo nos primeiros dias.
“Agora, efetivamente, a Covid entra no nosso Departamento de Imunização. O ministério acabou de receber uma compra grande de doses que, a princípio, daria para cobrir esses grupos prioritários”, diz a secretária para o jornal Folha.
“I ideia é que a campanha siga os mesmos grupos prioritários da gripe, que são os mais vulneráveis, como os profissionais da saúde, imunossuprimidos, idosos. A princípio, será uma dose de reforço com a vacina bivalente”, afirma.
Nos últimos anos do auge da pandemia e no governo passado de Jair Bolsonaro (PL), a vacina contra o vírus da Covid-19 não fazia parte do calendário anual de vacinação, ela foi incorporada apenas no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19).
Os discursos e a resistência da população em relação às doses do imunizante cresceu nos últimos anos, estimulados também pelo ex-presidente Bolsonaro. “A gente tem o maior programa de imunização do mundo e sempre fomos exemplo. Infelizmente, estamos saindo dessa pandemia com essa imagem... acho que dizer ‘arranhada’ é muito pouco”, diz.
“A comunicação, sem dúvidas, vai ser central neste governo para que a gente possa recuperar a confiança [na vacinação]”, diz Ethel, mostrando que esse será seu objetivo.
Criança se vacinando para a Covid-19 em Goiânia. (Foto:Reprodução/Secom)
A imunização, principalmente entre crianças, estava em queda antes do antigo governo, e agora, a situação vem se agravando. Atualmente, a vacina da poliomielite está em 71,97%, enquanto em 2018 o percentual era de 88,33%. A estratégia do Ministério da Saúde é fazer um trabalho em conjunto com outras pastas para melhorar os índices da imunização infantil, por exemplo, trabalhando em escolas e colocando a vacina uma condição para receber recursos de programas sociais.
Além disso, a nova ministra da Saúde, a cientista e pesquisadora Nísia Trindade, determinou que o PNI (Programa Nacional de Imunização) se tornará relevante no novo governo e os municípios e os estados irão caminhar juntos na vacinação.
Foto Destaque: Criança se vacinando contra o vírus da Covid-19. Reprodução/Cristine Rochol/PMPA
