Dois pacientes receberam implante de um aparelho que promove o estímulo do nervo vago para tratar casos de depressão prolongada. Segundo a BBC, as cirurgias, que aconteceram pela primeira vez no Brasil, foram realizadas na última sexta-feira (11), no Hospital SOS Cárdio, em Florianópolis, Santa Catarina.
No que consiste o transplante
O procedimento, que já estava sendo usado para auxiliar no tratamento de pacientes que sofrem com crises de epilepsia, consiste no estímulo direto do cérebro. O transplante fica responsável por ativar o nervo vago, que encaminha sinais elétricos ao órgão, afetando assim os neurotransmissores e as áreas cerebrais ligadas ao humor.
Estudos dizem que a estimulação do nervo vago pode modular as redes neurais desequilibradas na depressão, ajudando na melhoria dos sintomas.
A maneira como esse aparelho estimulador é implantado na cirurgia lembra muito a colocação do tradicional marca passo.
Funcionamento da terapia VSN (Foto: reprodução/BBC NEWS BRASIL/G1)
Brasil é o terceiro país a oferecer essa alternativa
De acordo com o G1, os resultados das pesquisas culminaram na autorização do uso do dispositivo em pacientes com o transtorno depressivo que moram na Inglaterra, Estados Unidos e, em 2019, no Brasil, tornando-o no terceiro país a dar essa possibilidade de tratamento.
O que os médicos dizem
“O que se observou nos pacientes que tinham crises de epilepsia e também sofriam com depressão é que ambos os quadros acabavam melhorando com o uso dos implantes. E aí começou-se a estudar quais seriam os mecanismos do sistema nervoso em que poderiam explicar aquela melhora”, explicou Wuilker Knoner Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.
Ainda segundo o médico, os profissionais da aréa psiquiátrica do hospital onde a cirúrgia foi realizada escolheram os pacientes que receberam o transplante e o tratamento não oferece risco, o máximo que pode fazer é não entegrar os resultados desejado.
Quem pode realizar o procedimento
Aqueles que desejam se submeter ao transplante necessitam já ter passado por outros métodos de tratamento já conhecidos para os cuidados da depressão que não foram suficientemente eficazes, além de está acompanhado por profissionais da área que conhecem a tecnologia podem realizar o procendimento
Por se tratar de algo recente, esse tratamento ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Foto destaque: Cérebro humano. Reprodução/iStock/SciePro